Folha de São Paulo
RODRIGO SALEM
DE VENEZA
A sala de entrevistas do Cassino do Lido estava lotada pela primeira vez no último Festival de Cinema de Veneza. Jornalistas em pé e dezenas de fotógrafos na frente da bancada onde os entrevistados se sentam. O clima era tenso.
Em poucos minutos, começaria a entrevista coletiva de "O Mestre" (em janeiro no Brasil), que já tinha duas razões para atrair a atenção:
1) é o novo longa de Paul Thomas Anderson, diretor de "Magnólia" (1999) e "Sangue Negro" (2007), um mix moderno de Robert Altman ("O Jogador") com Stanley Kubrick ("Laranja Mecânica").
2) a trama, sobre as origens de um culto nos EUA dos anos 1950, seria um ataque à cientologia, religião de Tom Cruise.
Mas o que desperta tanto interesse é Joaquin Phoenix, o homem mais imprevisível do cinema. O sujeito anunciou a aposentadoria em 2008 para virar rapper, mas era tudo mentira. Estava, na verdade, atuando no pseudo-documentário "I'm Still Here" (2010), dirigido pelo cunhado, Casey Affleck.
A pegadinha fez o ator virar "persona non grata" em Hollywood. "O Mestre" é seu primeiro filme tradicional em quatro anos. Como se comportaria na entrevista?
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