sábado, 8 de setembro de 2012

Restaurar já!

É ruim. E se for?

por Ruy Castro, Folha de São Paulo

RIO DE JANEIRO - O cinema brasileiro já produziu 27 filmes baseados na obra de Nelson Rodrigues, 21, na de Jorge Amado, e sete, na de Lucio Cardoso. Não se sabe onde estão muitos desses filmes nem em que formato ou em que condições. É provável que, de outros, já não exista o negativo ou uma cópia razoável em 35 mm. É parte da cultura brasileira se decompondo, abandonada.

Nelson, Jorge e Lucio estão comemorando centenário em 2012, e há anos que já se sabia disso. Um programa executado com antecedência pelo Ministério da Cultura teria feito com que tal acervo chegasse reunido e restaurado ao ano desses centenários e permitisse a instituições culturais a realização de mostras, festivais ou retrospectivas. Imagine os ganhos, até políticos. Mas ninguém se mexeu --se é que se teve a ideia.

Nesta quarta-feira, em mesa promovida pelo Sesi-SP no ciclo "Nelson Rodrigues 100 Anos", o cineasta Neville d'Almeida estendeu a situação a todo o patrimônio cinematográfico brasileiro. Seu próprio filme "A Dama do Lotação", de 1978, baseado num conto de Nelson e que arrastou 6,8 milhões de espectadores apenas na estreia, até hoje não está disponível em DVD. E olhe que, por quase 30 anos, foi a segunda maior bilheteria do país.



Comentário do blog: a propósito de restauração de filmes uma boa película é "A Invenção de Hugo Cabret", dirigido por Martin Scorsese, contando a história de um menino órfão que vive em uma estação de trem em Paris, cuidando, clandestinamente, dos relógios, mas também de outras restaurações.

Paralelamente, conta a história do pioneiro George Mièlés, um grande mágico que tornou-se um dos principais realizadores cinematográficos do início do século passado. Seu "A Trip to de Moon", de 1902, é considerado o primeiro filme de ficção científica.





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