sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

As gaivotas de Hitchcock


 Foto de Philippe Halsman.
Alfred Hitchcock durante as
filmagens de The Birds, 1962.
LONDRES - Demorou 50 anos, muito menos do que a duração de um de seus mais famosos filme de suspense, mas o mistério mais duradouro de Alfred Hitchcock parece ter finalmente sido desvendado. Cientistas da Universidade do estado da Lousiana, nos Estados Unidos, anunciaram a razão pela qual milhares de gaivotas cometeram suicídio em toda a costa nordeste da Califórnia no verão de 1961. Uma equipe de biólogos marinhos explica que os animais foram envenenados.

A misteriosa morte das aves entre casas da Baía de Monterey, no Sul de São Francisco, foi uma das maiores inspirações para o filme de Hitchcock de 1963 “Os pássaros” (The Birds). Agora, Na última edição da revista “Nature Geoscience”, os pesquisadores afirmaram que o estômago das gaivotas e de tartarugas coletadas naquele período tinha quantidades incomuns de uma toxina que causa danos ao sistema nervoso chamada de ácido domóico.

Esta toxina provavelmente veio de anchovas e lulas que teriam sido ingeridas pelos pássaros, uma vez que fazem parte da dieta deles, causando danos no cérebro das gaivotas. Em situações mais severas, o ácido domóico deixaria as aves confusas, levando a convulsões e morte.

Sibel Bargu, que coordenou a pesquisa, explicou que a substância foi encontrada em 70% dos plânctons ingeridos pelas anchovas e lulas. Depois de um curto período, a toxina poderia ter chegado a concentrações fatais para os predadores que as ingeriram.

Apesar desta teoria já ter sido citada como uma explicação potencial para a mortandade de gaivotas de 1961, Bargu afirma que não havia provas diretas, obtidas agora pelos cientistas.

- As amostras de plânctons de 1961 estavam contaminadas por um toxina – escreveu a pesquisadora Bargu. - Esta toxina foi responsável pelo frenesi de pássaros que motivou o filme de Hitchcock.

Continua O Globo


sábado, 24 de dezembro de 2011

100 anos do célebre Nino Rota

Os 100 anos de nascimento de Giovanni Rota Rinaldi, ocorrido em Milão, em 3 de dezembro de 1911, foi lembrado este mês pelos fãs de cinema, particularmente da união música-filme, as conhecidas trilhas sonoras.

Ao lado de Ennio Morricone, outro italiano genial nessa arte nascida com o cinema mudo e que precedeu o que hoje vemos e ouvimos nas telas, Nino Rota como ficou conhecido foi um célebre compositor de músicas para filmes de vários diretores, como os também italianos Federico Felline, Luchino Visconti e Franco Zeffirelli.



Em Hollywood seu talento foi reconhecido e premiado pela parceria que teve com o norte-americano Francis Ford Coppola e que resultou talvez nas suas trilhas sonoras mais conhecidas feitas para a série "O Poderoso Chefão".

Naquele ano, 1972, "Godfather" o levaria à indicação do Oscar, e também para contribuir com o folclore desse prêmio quando a Academia descobriu que a trilha era um plágio de outra feita 20 antes, pelo próprio Rota. Nada mais italiano. Desclassificado com o primeiro "O Poderoso Chefão" levou a estatueta pelo segundo.

Com Fellini, o compositor foi autor de célebres clássicos, para “La Dolce Vita”, “Oito e Meio”, “Amarcord”, em uma lua de mel que durou cerca de 30 trilhas sonoras. Dá para dizer que a obra felliniana é indissociável a de Nino Rota.



Pedro Maciel Guimarães, crítico e doutor em cinema pela Sorbonne Nouvelle, diz que Rota tinha em suas músicas da leveza de Charles Chaplin até o expressionismo alemão de Kurt Weill. Misturava o clássico, o popular folclore italiano, gêneros dançantes ou circenses.
Da parceria com Zeffirelli, no final da década de 60, surgiu outro clássico que caiu no gosto popular, juntamente com o filme, que foi o tema de "Romeu e Julieta".  



Rota, filho e neto de músicos, começou a carreira muito cedo, consta que com 11 anos já escrevia peças para orquestras, quando mudou-se para Roma, onde estudou no conservatório de Santa Cecília. Faleceu em 1979.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Para crianças e adultos

"Compramos um Zoológico" (We Bought a Zoo), o primeiro filme de ficção de Cameron Crowe, se baseia no best-seller autobiográfico do jornalista britânico Benjamin Mee, e reconta a época em que comprou uma acabada mansão de 12 dormitórios no sudoeste da Inglaterra, cujo terreno incluía o Dartmoor Wildlife Park, uma destruída reserva ambiental que servia de lar para mais de 200 animais selvagens.

Ao mesmo tempo em que conseguiu reabilitar o zoológico, a família sofria com a doença da esposa do jornalista, diagnosticada com um câncer.

No filme, Matt Damon faz o jornalista, pai de dois filhos que tenta reconstruir a vida da família no zoológico. Scarlett Johansson, Thomas Haden Church, Elle Fanning, J.B. Smoove e Patrick Fugit também estão no elenco, entre outros.

O roteiro foi adaptado por Aline Brosh McKenna, indicada ao Oscar por O Diabo Veste Prada. A trilha sonora do filme está a cargo de Jónsi, líder do Sigur Rós.

Compramos um Zoológico estreia nos EUA e no Brasil em 23 de dezembro.

Informações do UOL/Omelete

sábado, 17 de dezembro de 2011

O Oscar de Orson Welles, por Ruy Castro

São Paulo, sábado, 17 de dezembro de 2011Opinião


Ruy Castro

Boneco cego


RIO DE JANEIRO - O Oscar que Orson Welles ganhou em 1941 pelo roteiro de "Cidadão Kane" vai a leilão semana que vem em Los Angeles. O lance mínimo é de US$ 1 milhão. Para quem é rico e do ramo, deve ser barato. Foi o único Oscar que "Kane" recebeu, dos nove a que foi indicado, e o único que Orson levou por um filme, e olhe que dividido com Herman J. Mankiewicz.

Não é de hoje que o Oscar vai ao cinema e não enxerga nada. Para o boneco, o melhor filme de 1941 foi "Como Era Verde Meu Vale", de John Ford, e o melhor ator, Gary Cooper, por "Sargento York". Com todo o respeito por Ford e Cooper, inclusive nesses filmes, hoje parece inacreditável que "Kane" e Welles não tenham ficado com os ditos Oscars.

O filme seguinte de Orson, "Soberba", também foi indicado entre os melhores de 1942, mas perdeu para o correto, quadrado e apenas oportuno "Rosa de Esperança", drama de guerra de William Wyler. Derrota discutível, embora, naquele ano, nenhum dos dois se comparasse a "Contrastes Humanos", de Preston Sturges, nem sequer cogitado. E, mais até do que o magnífico George Sanders em "A Malvada", era Orson, no papel de Harry Lime, quem merecia ser o melhor ator coadjuvante de 1950, por "O Terceiro Homem".

O caso mais escandaloso, no entanto, foi o de "A Marca da Maldade", ignorado de alto a baixo em 1958 e pelo qual Welles deveria ter ganhado, no mínimo, os Oscars de melhor filme, diretor e ator -os quais couberam, respectivamente, ao musical "Gigi", ao diretor deste, Vincente Minnelli, e a David Niven por "Vidas Separadas". E por que a estatueta de ator coadjuvante em 1959 coube a Hugh Griffith por "Ben-Hur", e não a Orson no papel do advogado em "Estranha Compulsão", de Richard Fleischer?

Pensando bem, talvez US$ 1 milhão seja muito dinheiro por um boneco cego.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Trailers de alguns lançamentos em 2012











A Política em Dois Tempos

Começa a circular comercialmente hoje, em algumas cidades brasileiras, o curioso documentário do pernambucano Marcelo Brennand, sobre campanhas eleitorais no interior do País, "Porta a Porta, A Política em Dois Tempos".

Realmente um inesgotável filão de roteiros, mas, e infelizmente, pouquíssimo explorado pelo cinema nacional.

O documentário mostra como são feitas as campanhas eleitorais no interior do nordeste. Brennand escolheu a campanha para prefeito e vereador de 2008 em Gravatá, cidade de aproximadamente 80 mil habitantes, em Pernambuco, e durante três meses mergulhou nos bastidores de uma prática política que se tornou um meio de sobrevivência no mais variados rincões brasileiros. 

Em 90 dias, o dinheiro aparece em Gravatá e as pessoas passam a orbitar em torno das passageiras estruturas dos candidatos, eventualmente dos partidárias mais organizados, independente de ideologias ou propostas. Normalmente, vale mais votos nas urnas quem paga mais. Nada mais do que realmente é a nossa pobre política rica.



quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A trilogia Millenium - por Ana Maria Bahiana

foto Jonathan Short/AP
Para os fãs da trilogia Millenium o que vou dizer a seguir é o equivalente a uma blasfêmia, mas lá vai: o principal efeito do impacto visual da versão David Fincher de Homens Que Não Amavam as Mulheres é revelar o quanto a história é, em essência, capenga.

A versão original, de 2009, dirigida por Niels Arden Oplev, era tão …humm… sueca que os altos e baixos da história se diluíam entre imagens de pitorescas festas de Natal com almôndegas, prisões que pareciam uma loja de design, e campos de neve pontuados por pinheiros, onde de vez em quando algo violento ou sinistro se insinuava quase que pedindo desculpas.

David Fincher arromba o universo de Stieg Larsson  com uma versão épica da história de Mikael Blomkvist, o jornalista investigativo caído em desgraça (Daniel Craig), Lisbeth Salander, a cyber punk com um passado de dor e vingança  (Rooney Mara) e a família milionária numa ilha na costa da Suécia, na qual metade tem um passado nazista e a outra metade tem mais esqueletos no armário que  faculdade de medicina.

Fincher é mestre em criar ambientes que transcendem imagens: tudo é maior, mais ameaçador, mais espetacular, mais rápido, mais explícito. A ilha dos milionários é o inferno da mitologia nórdica: isolado, gelado, sem saída, pontuado de sangue. A trillha de Trent Reznor é deliciosamente sinistra e frígida. E Rooney Mara… ah! Rooney Mara! Sua Lisbeth Salander faz justiça à genial criação de Noomi Rapace no filme sueco, mas é um riff pessoal na personagem. Há uma fragilidade mais claramente expressa em seus olhos, nos seus gestos. É uma combinação fascinante de extrema dureza, raiva absoluta e um oceano de emoções puras por baixo de tudo.

Continua UOL

domingo, 11 de dezembro de 2011

Prêmio Glauber Rocha, em Cuba

HAVANA, 10 dez 2011 (AFP) -O filme cubano "Habanastation", que disputa uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, ganhou o prêmio Glauber Rocha, concedido pela imprensa estrangeira no XXXIII Festival de Cinema de Havana, informou neste sábado a agência de notícias cubana Prensa Latina.

Ao premiar o filme do cineasta cubano Ian Padrón, de 35 anos, o juri destacou "como com poucos recursos" o diretor conseguiu mostrar "a realidade social cubana de um ponto de vista humano, com um ar de otimismo e esperança", ressaltou a agência, que patrocina o prêmio.

O filme já foi visto por mais de um milhão de pessoas em Cuba este ano e ganhou em julho o Prêmio de Melhor Filme de Ficção do Festival de Traverse City, em Michigan, norte dos Estados Unidos, organizado pelo cineasta americano Michael Moore. Mais UOL

Abaixo, versão completa do filme, com 1'35"




Festival de Havana termina hoje

Havana, 10 dez (Prensa Latina) O Festival de cinema de Havana chega hoje a seu penúltima fase com a entrega dos prêmios colaterais e a projeção especial da cópia restaurada de Metrópoles, o clássico de Fritz Lang.

Considerada pelos especialistas como o filme mais caro da história do cinema alemão, a nova versão incorpora 25 novos minutos achados em 2008 no Museu de Cinema Pablo Ducrós Hicken de Buenos Aires.

Além dos prêmios colaterais, se anunciará o filme ganhador no apartado de pós-produção Nossa América Primeira Cópia, uma iniciativa auspiciada pela Aliança Bolivariana para os Povos de América (Alba).

Por esse galardão, instaurado em 2008, concorrem sete obras de cinco países, entre as que figuram a argentina La despedida, de Celina Murga, e a chilena Miguel San Miguel, de Matías Ignacio Cruz Slater.

Embora o festival está pronto para concluir, ainda abundam as propostas para todo tipo de público. Entre as longa-metragens em concurso que voltarão a se projetar se encontra a argentina Um conto chinês, que aponta forte ao prêmio da popularidade.

Também a colombiana Porfirio, de Alejandro Landes; a mexicana Miss Bala, de Gerardo Laranjeira; o brasileira Redemoinho, de Helvecio Marins Jr. e Clarissa Campolina, e a chilena Bonsai, de Cristian Jiménez.

Depois de uma primeira projeção à imprensa ontem, o filme Sete dias em Havana, na que debuta como realizador o ator Benicio del Toro, voltará hoje aos cinemas em prestreno exclusivo para o público de Havana.

Em conferência de imprensa, Del Toro declarou que se sentiu feliz de trabalhar com uma equipe tão unida. Se tivesse a oportunidade de dirigir outra vez, o faria se encontrasse a uma equipe como este, disse.

Produzida pelas companhias Morena Filmes (Espanha) e Full House (França), o filme tenta uma foto de Havana contemporânea, através de sete olhos diferentes de igual número de diretores como o francês Laurent Cantet, o argentino Pablo Trapero e o espanhol Julio Medem.

A equipe de atores juntou a vários nomes internacionais como o alemão Daniel Bruhl, o estadunidense Josh Hutcherson e o diretor sérvio Emir Kusturica, quem se interpreta a ele.