terça-feira, 30 de agosto de 2011

Festival de Veneza abre com polêmica


O mais recente filme de George Clooney, como realizador, ‘The Ides of March’, inaugura a 68.º edição do Festival de Cinema de Veneza, na próxima quarta-feira. O evento reúne este ano um conjunto de obras inéditas de grandes nomes do cinema, tais como Roman Polanski, David Cronenberg, Abel Ferrara e Johnnie To, que marcarão a sua estreia mundial no festival.

Por já ser mote de polémica, o filme de um dos mais conhecidos atores de Hollywood, George Clooney, vai marcar o início do Festival de Veneza, com a sua quarta obra no papel de realizador.

A trama passa por relatar muito do que hoje se assiste no mundo corrupto da política e junta o próprio realizador, como protagonista, a Ryan Gosling, também como protagonista, que ultimamente tem estado envolvido em múltiplos projetos. ’The Ides of March’ vai correr lado a lado com mais 22 filmes, que também se encontram na disputa.

O festival mais antigo da Europa vai mostrar durante 10 dias, até 10 de setembro, muitas obras de cinema, de diferentes géneros e da autoria de realizadores de renome. Outras das estreias que salta à vista é ‘Carnage’ do cineasta Roman Polanski, que também está nomeado para o Leão de Ouro. 

Continua PTJornal




Tapete vermelho estendido em Veneza


Por Mike Collett-White


VEEZA, Itália (Reuters) - O tapete vermelho está estendido e os trabalhadores estão dando os últimos toques na sede do Festival de Cinema de Veneza para a fulgurante abertura na quarta-feira, quando o drama "The Ides of March", com George Clooney, terá sua première.

A edição de 2011 do mais antigo festival de cinema do mundo promete uma rica sequência de filmes ansiosamente aguardados, muitos deles com a esperança de que o lançamento em grande estilo os coloque no caminho de prêmios no começo do ano que vem.

Nos próximos 11 dias, a ilha do Lido, do outro lado de Veneza, recebe a nata da produção mundial de cinema independente, bem como milhares de jornalistas e paparazzi que seguem cada movimento das celebridades.

O diretor do festival, Marco Mueller, aguarda uma programação que sugere que Veneza ainda pode competir com a vitrine do cinema em Toronto, no Canadá, um outro festival que se realiza nesta mesma época e é uma alternativa mais barata para estúdios de Hollywood.

"É uma programação que mostra quanto apoio temos de artistas, produtores... e prova que Veneza realmente se posiciona como uma grande plataforma para criar um tipo especial de visibilidade", disse Mueller à Reuters.

Continua Reuters


As estreias de setembro


2 de setembro

Apollo 18 [Apollo 18, EUA, 2011], de Gonzalo López-Gallego; ficção científica. Sinopse: Vídeos sugerem que a missão norte-americana Apollo 18 realmente aconteceu, apesar de ter sido supostamente cancelada pela NASA no início dos anos 1970. 

Um conto chinês [Un cuento chino, Argentina, 2011], de Sebastián Borensztein; comédia. Elenco: Ricardo Darín, Muriel Santa Ana, Javier Pinto, Ignacio Huang. Sinopse: O rabugento dono de uma casa de ferragens acaba, inesperadamente, tendo que ajudar um chinês que foi jogado de um carro e não fala uma palavra em espanhol.

Copacabana [França, 2010], de Marc Fitoussi; comédia. Elenco: Isabelle Huppert, Lolita Chammah, Jürgen Delnaet, Chantal Banlier. Sinopse: Mulher extravagante apaixonada pelo Rio de Janeiro, pelo samba, e pela bossa nova, mas que não liga para empregos ou responsabilidades decide mudar de vida para dar presente de casamento digno para filha. 

Deu a louca na Chapeuzinho 2 [Hoodwinked 2: Hood vs. Evil, EUA, 2010], de Miek Disa; animação. Vozes: Hayden Panettiere, Bill Hader, Joan Cusack. Sinopse: Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau são chamados para tentar desvendar o desaparecimento de João e Maria. Com exibição em 3D. 

A fuga da mulher gorila [Brasil, 2009], de Felipe Bragança e Marina Meliande; drama. Elenco: Flora Dias, Morena Catonni, Alberto Moura Jr., Pedro Freire. Sinopse: Duas irmãs atravessam as estradas do Rio de Janeiro, em uma Kombi, apresentando um espetáculo circense. 

O homem do futuro [Brasil, 2011], de Cláudio Torres;comédia romântica. Elenco: Wagner Moura, Alinne Moraes. Sinopse: Cientista volta acidentalmente ao passado e se vê diante da possibilidade de reconquistar a mulher da sua vida. 

Medianeras: Buenos Aires da era do amor virtual [Medianeras, Argentina, 2011], de Gustavo Taretto;drama. Elenco: Pilar López de Ayala, Javier Drolas. Sinopse: Mariana e Martín são dois jovens que vivem em edifícios de uma mesma rua, mas nunca conseguem se encontrar. 

Pacific [Brasil, 2009], de Marcelo Pedroso; documentário. Sinopse: Registros feitos por turistas, que filmam tudo e a todo instante, durante sete dias, em um cruzeiro para o arquipélago de Fernando de Noronha. 

Submarino [Dinamarca, 2010], de Thomas Vinterberg; drama. Elenco: Gustav Fischer Kjaerulff, Mads Broe Andersson. Sinopse: A história de dois irmãos que por um trauma do passado, vivem em um mundo de drogas e desajustes sociais e familiares. 

A viagem de Lucia [Il Richiamo, Itália/ Argentina, 2010], de Stefano Pasetto; drama.Elenco: Sandra Ceccarelli, Francesca Inaudi, Cesar Bordon, Guillermo Pfening. Sinopse: Lea e Lucia apesar de serem opostos, encontraram forças entre si e desenvolvem um forte afeto. Quando Lea consegue um emprego na Patagônia, Lucia percebe que deve lutar para não perder a pessoa que trouxe cor à sua vida.  

9 de setembro

Além da estrada [Por el camino, Brasil / Uruguai, 2010], de Charly Braun; drama. Elenco: Esteban Feune de Colombi, Jill Mulleady, Guilhermina Guinle, Hugo Arias. Sinopse: Sem perspectivas, o jovem argentino, Santiago, decide ir ao Uruguai conhecer um terreno deixado por seus pais. Ao chegar, ele conhece Juliette, uma jovem belga em busca de um amor do passado e de uma nova vida. 

Cowboys & Aliens [EUA, 2011], de Jon Favreau ; ficção científica. Elenco: Olivia Wilde, Noah Ringer, Sam Rockwell. Sinopse: Em 1873, no Arizona, um estranho vai parar na pequena cidade de Absolution quando criaturas vindas do céu passam a atacá-la. 

Uma doce mentira [De vrais mensonges, França, 2010], de Pierre Salvadori; comédia. Elenco: Audrey Tautou, Nathalie Baye, Sami Bouajila. Sinopse: Após receber uma carta de amor anônima Emilie decide ajudar sua mãe, que se transformou em uma mulher triste depois de ser abandonada pelo marido. Emilie então envia a carta para a mãe, sem saber que o autor é seu tímido empregado. O gesto desencadeará uma série de desentendimentos. 

A fuga da mulher gorila [Brasil, 2009], de Felipe Bragança e Marina Meliande; Elenco: Flora Dias, Morena Catonni, Alberto Moura Jr., Pedro Freire. Sinopse: Duas irmãs atravessam as estradas do Rio de Janeiro, em uma Kombi, apresentando um espetáculo circense. 

Larry Crowne – O amor está de volta [Larry Crowne, EUA, 2011], de Tom Hanks;comédia. Elenco: Tom Hanks, Julia Roberts, Nia Vardalos. Sinopse: Depois de ser demitido, o amável Larry Crowne volta para a faculdade, onde se apaixona por sua professora casada. 

Missão madrinha de casamento [Bridesmaids, EUA, 2011], de Paul Feig; comédia. Elenco: Maya Rudolph, Rose Byrne, Matt Lucas. Sinopse: Duas mulheres brigam pelo controle da festa de casamento de seus amigos. 

Os monstros [Brasil, 2011], de Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Diógenes e Ricardo Pretti; drama. Sinopse: Nenhum homem é um fracasso quando tem amigos. 

16 de setembro

180º [Brasil, 2010], de Eduardo Vaisman; drama. Elenco: Malu Galli, Eduardo Moscovis, Felipe Abib. Sinopse: Ana, Russel e Bernardo se envolvem em um arriscado triângulo amoroso. 

Borboletas negras [Black Butterflies, Holanda, 2011], de Paula van der Oest; drama. Elenco: Rutger Hauer, Clarice van Houten. Sinopse: A vida da poetisa sul-africana a vida da poetisa Ingrid Jonker.

Conan, o bárbaro [Conan the Barbarian, EUA, 2011], de Marcus Nispel;ação. Elenco: Jason Momoa, Stephen Lang, Ron Perlman. Sinopse: Nova versão para o cinema das aventuras do herói criado por Robert E. Howard. Com exibição em 3D. 

Desassossego [Brasil, 2011]. Direção: filme coletivo, coordenação do projeto Felipe Bragança e Marina Meliande ;drama. Sinope: Filme em fragmentos sobre amor, utopia e aventura. 

Eu eu eu, José Lewgoy [Brasil, 2011], Cláudio Kahns ;documentário. Sinopse: Os múltiplos talentos e muitas inquietações de José Lewgoy, um dos maiores atores da televisão e do cinema brasileiro. 

Glee Live! 3D! [EUA, 2011], de Kevin Tancharoen; musical. Elenco: Dianna Agron, Lea Michele, Chris Colfer. Sinopse: Um documentário musical sobre a turnê Glee Live! In Concert!, realizada em 2011 nos EUA. Com exibição em 3D. 

Manda-Chuva – O filme [Top Cat, México/Argentina, 2011], de Alberto Mar; animação. Sinopse: A vida de Manda-Chuva é abalada por uma nova onda de crimes em Nova York, comandada por um vilão poderoso, que usa recursos tecnológicos para dominar a cidade. Com exibição em 3D. 

Os monstros [Brasil, 2011], de Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Dógenes e Ricardo Pretti; drama. Sinopse: Nenhum homem é um fracasso quando tem amigos. 

Passione [EUA, 2010], de John Turturro; musical. Elenco: John Turturro, Max Casella, Nina Sastri. Sinopse: Um olhar sobre as raízes e tradições musicais de Nápoles, Itália, bem como sua influência sobre o resto do mundo. 

Pronta para amar [A Little Bit of Heaven, EUA, 2011], de Nicole Kassell;comédia romântica. Elenco: Whoopi Goldberg, Kate Hudson, Gael García Bernal. Sinopse: Uma mulher encontra o homem dos seus sonhos ao descobrir que tem câncer. 

Sequestro [Brasil, 2009], de Wolney Atalla; documentário. Sinopse: Durante quatro anos, uma equipe de filmagem acompanhou de perto as investigações e táticas até então sigilosas da Divisão Anti-Sequestro de São Paulo.  

23 de setembro

30 minutos ou menos [30 Minutes or Less, EUA, 2011], de Ruben Fleischer;comédia. Elenco: Danny McBride, Nick Swardson, Jesse Eisenberg. Sinopse: Professor de história e entregador de pizza são forçados a roubar um banco quando um deles é amarrado a uma bomba. 

Conspiração Xangai [Shanghai, EUA, 2010], de Mikael Hafstrom ;drama. Elenco: John Cusack, Ken Watanabe. Sinopse: Um oficial da inteligência americana investiga a morte de um amigo na China durante a ocupação do exército japonês.  

Crítico [Brasil, 2008], de Kleber Mendonça Filho; documentário. Sinopse: 70 críticos e cineastas discutem o cinema a partir do sempre interessante conflito que existe entre o artista e o observador, o criador e o crítico. 

Desassossego [Brasil, 2011]. Direção: filme coletivo, coordenação do projeto Felipe Bragança e Marina Meliande; drama. Sinope: Filme em fragmentos sobre amor, utopia e aventura. 

Elvis & Madona [Brasil, 2010], de Marcelo Laffitte; comédia romântica Elenco: Simone Spoladore, Igor Cotrim, Sérgio Bezerra. Sinopse: O entregador Elvis conhece Madona, uma cabeleireira que sonha em produzir um show de teatro de revista. Deste encontro, nasce uma divertida e moderna história de amor. 

Eu queria ter a sua vida [The Change Up, EUA, 2011], de David Dobkin;comédia. Elenco: Jason Bateman, Ryan Reynolds. Sinopse: A esposa de um responsável pai de família tem sua personalidade trocada com a do melhor amigo de seu marido, um homem preguiçoso que age como uma criança.  

L’Apollonide – Os amores da casa de tolerância [L’Apollonide – Souvenirs de la maison close, França, 2011], de Bertrand Bonello ; drama. Elenco: Hafsia Harzi, Noémie Lvovsky, Jasmine Trinca. Sinopse: Início do século XX: o bordel  L’Apollonide está vivendo seus últimos dias. Neste mundo fechado, onde alguns homens se apaixonam e outros se tornam viciosamente dependentes, as garotas dividem seus segredos, seus medos e suas dores. 

Para poucos [Happy Few, França, 2010], de Antony Cordier ; comédia romântica. Elenco: Marina Foïs, Elodie Bouchez, Jean-François Stevenin. Sinopse: Dois casais se encontram ao acaso e se apaixonam. 

Premonição 5 [Final Destination 5, EUA, 2011], de Steven Quale; horror. Elenco: David Koechner, Nicholas D’Agosto, Emma Bell. Sinopse: Quinto filme da série de adolescentes que desafiam a morte. Com exibição em 3D. 

Sem saída [Abduction, EUA, 2011], de John Singleton;ação. Elenco: Taylor Lautner, Lily Collins, Alfred Molina. Sinopse: Um jovem se propõe a descobrir a verdade sobre sua vida depois de encontrar uma foto de quando era bebê em um site de pessoas desaparecidas. 

Tancredo [Brasil, 2011], de Silvio Tendler ;documentário. Sinopse: A trajetória do ex-presidente contada através de depoimentos de Aécio Neves, Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Francisco Dornelles, José Sarney e outras personalidades da política brasileira. 


30 de setembro

Amizade colorida [Friends With Benefits, EUA, 2011], de Will Gluck; comédia romântica. Elenco: Emma Stone, Mila Kunis, Justin Timberlake. Sinopse: A relação entre um casal de amigos começa a se complicar quando eles começam a ficar românticos. 

Avenida Brasília Formosa [Brasil, 2010], de Gabriel Mascaro;documentário. Sinopse: O filme constrói um painel sobre a arquitetura e faz da Avenida uma via de encontros e desejos. 

Contra o tempo [Source Code, EUA/França, 2011], de Duncan Jones; ficção científica. Elenco: Jake Gyllenhaal, Michelle Monaghan, Vera Farmiga. Sinopse: Um soldado acorda no corpo de um passageiro bem no momento em que ele testemunha um acidente de trem. 

Família vende tudo [Brasil, 2011], de Alain Fresnot;comédia. Elenco: Luana Piovani, Lima Duarte, Caco Ciocler, Vera Holtz. Sinopse: Família em dificuldades financeiras faz com que a filha engravide de cantor famoso. 

Hiroshima – Um musical silencioso [Hiroshima, Uruguai/Argentina/ Colômbia, 2010] de Pablo Stoll; drama. Elenco: Noelia Burle, Leonor Courtoisie, Guillermo Stoll. Sinopse: Juan canta em uma banda de rock e durante a noite trabalha numa padaria. O jovem que não fala muito e sempre desaparece durante o dia. 

O mineiro e o queijo [Brasil, 2011], de Helvécio Ratton; documentário. Sinopse: Documentário político e poético sobre o queijo minas, patrimônio cultural do Brasil, mas proibido de circular fora de Minas. 

Não tenha medo do escuro [Don’t Be Afraid of the Dark, EUA, 2010], de Troy Nixey;horror. Elenco: Katie Holmes, Guy Pearce, Bailee Madison, Alan Dale. Sinopse: Jovem se muda para a casa do pai e descobre criaturas em seu novo lar. 

Paul [Reino Unido/França, 2011], de Greg Mottola;comédia. Elenco: Seth Rogen (voz), Simon Pegg, Nick Frost. Sinopse: Dois nerds britânicos de férias nos EUA encontram um alienígena. 

Os residentes [Brasil, 2010], de Thiago Mata Machado; drama. Sinopse: Instalados em uma zona autônoma temporária, os residentes passam os seus dias entre pequenos complôs, farsas e delírios.

Trabalhar cansa [Brasil, 2011], de Juliana Rojas e Marco Dutra;drama. Elenco: Helena Albergaria, Marat Descartes, Naloana Lima, Marina Flores. Sinopse: Dona-de-casa resolve abrir um mini-mercado e contrata doméstica para cuidar da casa e da filha. Quando o marido é demitido, as relações se transformam com conseqüências perturbadoras. 

Setembro sem data

A Serbian Film - Terror sem limites [Srpski film, Sérvia, 2010], de Srdjan Spasojevic; horror. Elenco: Srdjan Todorovic, Sergej Trifunovic. Sinopse: Milos é um ator pornô que se afastou das câmeras para construir uma família. Enquanto passa graves dificuldades econômicas, lhe é oferecido um cachê exorbitante para atuar num filme de arte. 

O monge [The Monk, Espanha/França, 2011], de Dominik Moll;drama. Elenco: Vincent Cassel, Geraldine Chaplin, Sergi López. Sinopse: Adaptação do romance gótico de Matthew Lewis. 

Riscado [Brasil, 2010], de Gustavo Pizzi;drama. Elenco: Karine Teles, Camilo Pellegrini, Dany Roland, Otávio Müller. Sinopse: Uma jovem atriz tenta conquistar seu espaço, enquanto não encontra se dedica a um grupo teatral e trabalha em uma empresa de divulgações de eventos, mal conseguindo se sustentar. A vida da jovem muda quando um diretor francês se encanta por sua história de vida. 

Space Dogs [Rússia, 2010], de Inna Evlannikova e Svyatoslav Ushakov;animação. Vozes: Elena Yakovleva, Anna Bolshova, Yevgeni Mironov. Sinopse: Belka e Strelka são os primeiros cães a viajar no espaço. Com exibição em 3D. 

Com informações do site Filme B


Ettore Scola aposentado

Luiz Carlos Merten - O Estado de S.Paulo
Você está preparado para receber a notícia? Nunca mais os filmes de Ettore Scola! Não, o cineasta está vivo, e bem, mas como o polonês Krszystof Kieslowski, anos atrás, Scola tornou pública sua decisão de abandonar o cinema em caráter irrevogável. O anúncio foi feito numa entrevista à revista Il Tempo, após a projeção, em Pesaro, do curta 1943/1997. O filme trata das detenções feitas pelos nazistas no gueto de Roma, em 1943. Scola despede-se do cinema após mais de 50 anos de atividades como roteirista e diretor. Ele não apenas colaborou com grandes autores - Dino Risi, principalmente -, como deixa o legado de uma obra rica e complexa.

Justificando sua decisão, Scola disse que não quer fazer como "aquelas velhas senhoras que colocam saltos altos e muito batom para estar com os jovens e sentir-se como um deles". Para não vir a ser uma caricatura de si mesmo, ele se aposenta. "Tudo começou de forma casual e foi uma decisão natural", explicou. Scola escreveu o roteiro e fez a pré-produção de um novo filme com Gérard Depardieu. Quando estava tudo pronto para iniciar a rodagem, deu-se conta de que não queria mais fazer o filme - nem nenhum outro. "É finitto", acabou, disse.

O fato de estar acabando com o cinema não significa que o cinema esteja acabado, para ele. "Hoje, o mercado é que faz as escolhas. Não que antes ele não fosse importante, mas havia mais espaço de autonomia e de exceções. Os próprios produtores estavam mais dispostos a arriscar. Existem jovens eficientes que continuam dando dignidade ao cinema, mas são justamente eles que me fazem entender que é preciso uma energia e um tipo de contatos que não tenho mais."

Continua O Estado de São Paulo




Os censores de Pequim


Os caminhos de Lady Gaga, Walter Salles e dois anônimos blogueiros chineses se cruzaram nos últimos dias no paranoico e labiríntico universo dos censores de Pequim, que se consideram imbuídos da nobre missão de decidir minuto a minuto o que pode e não pode ser lido, visto e ouvido pela maior população do mundo.


O zelo é extremo, mesmo quando o público potencial é reduzido, como no 2˚ Festival de Cinema Brasileiro na China, marcado para novembro em Pequim e Xangai. Dos 16 filmes apresentados pela curadora da mostra, a Annamaria Boschi, 6 foram vetados pela Administração Estatal de Rádio, Filme e Televisão, entre os quais “Linha de Passe”, dirigido por Salles e Daniela Thomas. 

O organismo é responsável pela aprovação do conteúdo de tudo o que é exibido no país e tem a missão de “proteger” o público de programas que ofendam “sensibilidades chinesas” ou desafiem a autoridade do Partido Comunista. Ao lado de “Linha de Passe” também foram barrados “Dzi Croquettes”, “O Bandido da Luz Vermelha”, “Mangue Negro”, “Cabeça a Prêmio” e “Uma Noite em 67”.

O difícil é imaginar como os censores definem “sensibilidades” comuns na diversa população de 1,3 bilhão de chineses, que não é consultada antes de os burocratas definirem a programação cultural a que terão acesso…

Annamaria recebeu a lista dos filmes vetados e aprovados na sexta-feira, quando estava no Brasil. No dia seguinte, outro braço da máquina da censura chinesa divulgou em Pequim uma lista de 100 músicas que terão de ser excluídas de todos os websites do país, incluindo seis gravadas por Lady Gaga, que aparecem no “index” ao lado de uma inócua canção lançada pelo Backstreet Boys em 1999, “I Want it That Way”. A lista foi anunciada pelo Ministério da Cultura e faz parte de uma política adotada há dois anos com o objetivo de proteger a juventude chinesa do “mau gosto e vulgaridade” na internet, além de combater a pirataria no mundo virtual (no real das ruas chinesas, ela corre solta).

No fim de semana, os censores também apertaram o torniquete das informações que circulam no Weibo, a versão chinesa do Twitter, que tem um total de 200 milhões de usuários nos portais Sina e QQ. Além de receberem visitas de chefões do Partido Comunista nos últimos dias, as duas empresas enviaram circular a seus usuários na qual afirmam que é proibida a divulgação de “rumores” online. O Sina também suspendeu por um mês dois blogueiros que postaram informações posteriormente desmentidas.

Continua blog O Tao da China - Cláudia Trevisan



domingo, 28 de agosto de 2011

Retrospectiva Takashi Miike no CCBB


Luiz Carlos Merten - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - Foi um dos mais belos filmes exibidos em Cannes este ano, mas o júri presidido por Robert De Niro preferiu ignorar Ichimei. O longa de Takashi Miike, de qualquer maneira, fez história no maior festival do mundo. 

Com o título em inglês de Hara-kiri, Death of a Samurai, foi o primeiro filme em 3D a integrar a competição. Curiosamente, baseia-se na história de Yasuhiko Takiguchi que já havia inspirado o homônimo Hara-Kiri de 1963 e o admirável longa de Masaki Koyashi, em maravilhoso preto e branco, recebeu o grande prêmio do juri naquele ano.

No século 17, conhecido como período Edo no Japão, houve a derrocada do sistema de samurais. Um jovem samurai desempregado pede licença para cometer o suicídio ritual no pátio de um palácio. Na verdade, ele espera despertar a compaixão do senhor feudal, mas é forçado pelo chefe da guarda a se matar. 

Como vendeu a espada, tem de abrir o ventre penosamente, usando uma espada de bambu. Tempos depois, aparece no mesmo jardim outro homem pedindo para fazer haraquiri. Veio para se vingar. E começa a história, em flash-backs.



sábado, 27 de agosto de 2011

China censura filmes brasileiros

RIO - Dos 18 filmes brasileiros submetidos à censura do governo chinês pela organização do IIº Brazil Film Fest, que acontece em novembro, na China, apenas nove foram aprovados para exibição no país asiático.
Entre as produções vetadas pelo comitê de censura do Partido Comunista local estão os documentários "Uma noite em 67", de Renato Terra e Ricardo Calil, e "Dzi croquetes", de Tatiana Issa e Raphael Alvarez , além do longa "Bandido da luz vermelha", de Rogério Sganzerla. Os responsáveis pela censura, porém, não deram satisfações sobre o veto.
A curadora do festival, Ana Maria Bochi, que vive há três anos na China, já suspeitava que os documentários seriam proibidos, por conta de seus contextos políticos (os dois têm a ditadura brasileira como pano de fundo), mas não quis fazer auto-censura:
- Eu quis arriscar. Além disso, escolhi morar lá e tenho que respeitar o governo, por mais que não concorde - pondera.
Continua O Globo

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

CINEJ@RNAL - "O Poderoso Chefão" no Facebook

@ Depois de falar mal do Brasil, Stallone vai para a China


RIO - Depois de gerar um mal-estar com o Brasil pelas piadas feitas sobre as filmagens de "Os mercenários", Sylvester Stallone escolheu a China para dar sequência ao seu filme, que chega aos cinemas em agosto de 2012, segundo o site Contact Music. Na época, o ator e diretor disse: "Filmamos no Brasil, porque lá você pode machucar as pessoas enquanto filma. Pode explodir o país inteiro e ainda dizem para você, 'obrigado e tome aqui um macaco para você levar para casa'", durante um painel na Comic-Con 2010. A brincadeira gerou a ira dos brasileiros. Mais O Globo

@ "O Poderoso Chefão" no Facebook
Madri, 26 ago - Não é a primeira vez que a trilogia cinematográfica "O Poderoso Chefão" ganha uma versão para game, mas dessa vez as intrigas mafiosas de Don Vito Corleone chegam à rede social Facebook, pelas mãos da Paramount Digital Entertainment, produzido pelo grupo especializado em jogos sociais Kabam.

As companhias anunciaram, em comunicado, que, enquanto esperam a versão definitiva lançada para Facebook, os internautas já podem se registrar para se divertir de pequenas amostras. Mais UOL
@ Macacos batem super-heróis
A temporada parecia ser da máscara, da capa e do escudo, mas são os macacos, na sua volta a Hollywood, que estão próximos de desbancar os super-heróis na atual safra de filmes dos EUA.
Com orçamento modesto para um blockbuster, de US$ 93 milhões (R$ 150 milhões), "Planeta dos Macacos: A Origem" já acumula US$ 134 milhões (R$ 216 milhões) em três semanas nos EUA. Mais Folha.com
@ Hubble em 3D
A jornada de um dos maiores heróis da ciência chega nesta sexta feira às salas de cinema IMAX em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, em versão dublada (em inglês, é narrada por Leonardo Di Caprio). Não é a história do físico inglês Isaac Newton, nem um relato sobre as façanhas do alemão Albert Einstein. O documentário Hubble 3D, de Toni Myers, convida a plateia a experimentar intensamente e em três dimensões os bastidores do lançamento, conserto e descobertas do telescópio espacial mais famoso da história. Mais Veja.com


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Riomar Trindade, o nosso touro indomável

Se tem um “bagual” que fez histórias foi esse Riomar Trindade. Todas excelentes, até as mais difíceis, doloridas e desconfortáveis para nós, amigos, confidentes, admiradores, que vamos continuar “nessa cossa chamada vida”, como diria ele em seu peculiar sotaque fronteiriço.
“Bagual, bugre, lobuno, prenda, minha chinoca”, eram alguns dos chamamentos que Riomar usava para fazer carinho nos amigos, amigas e colegas de trabalho, de churrascos, de grandes e memoráveis noitadas. E assim também era tratado.
Exercendo a vida, no Rio Grande do Sul e no Brasil, foi exemplo de como se faz jornalismo em diversas redações. Mas daquele de antigamente ( obrigado Gi pelas fotos ).
Estamos mais pobres hoje com sua morte. “Qué se venga” deve ter dito ele.

Glauber Rocha 30 anos depois


Esta semana, dia 22, fez 30 anos que o mais polêmico cineasta brasileiro morreu. Lembro de ter sido melhor apresentado a ele no início dos anos 80, logo após a sua morte, no Rio de Janeiro, quando o Brasil respirava um pouco melhor, mas ainda sob o olhar tirano da ditadura militar.


Naquela época, a "esquerda" carioca, festiva e não, reunia-se em um espaço do Museu de Arte Moderna ( MAM ), numa espécie de cine clube glauberiano, nos finais de tarde de domingo, para assistir seus filmes mais comentados e "revolucionários". Cada um acomodava-se como podia, não tinha cadeiras, sentava-se ou deitava-se no chão. Beber e fumar era liberado.

Ao final, depois de acaloradas, apaixonadas discussões, saíamos todos em grupo, desconfiados, olho vivo e pé ligeiro pelos jardins do Aterro. A polícia podia estar à espreita. A maioria para pegar ônibus na Cinelândia. Alguns naturalmente para completar no Amarelinho. Tempo bom!

Na internet encontra-se muita literatura sobre o cineasta e muitas frases atribuídas a ele e que mostram a inquietação do intelectual: 

"Minha alma deseja a revolução e minhas mãos trabalham para a revolução. Porém o que é revolução ? Uma revolução é a mudança total das leis naturais e sociais. Uma revolução só pode se realizar quando a morte vence a vida, porém ao mesmo tempo a morte é o nada e o nada é contra-revolucionário"

"A História é feita pelo povo e escrita pelo poder"

"A fome latina não é somente um sintoma alarmante: é o nervo da própria sociedade."

"O Estado é mais forte que o Poeta"

"A primeira coisa que o intelectual latino-americano tem a fazer é negar-se, desmistisficar-se completamente, sair desse papel de intérprete, de crítico da história, sem uma participação concreta, política. Para ele, a única forma de revolucionar-se é fazer do pensamento e da ação política algo integrado. É uma oportunidade, rara na história, de resolver a falsa contradição entre intelectual e político."

"Sem linguagem nova não há realidade nova."

"A função do artista é violentar"

"...a câmera é um olho sobre o mundo"

"Estão confundindo minha loucura com minha lucidez"

"O cinema novo é a síntese criadora do cinema brasileiro popular internacional."

"Vou viver a fase da luz e depois morrer"

Abaixo, trecho do documentário "Glauber, Labirinto do Brasil", do cineasta Silvio Tendler, mostrando o discurso, atualíssimo, de outro histórico cidadão brasileiro, Darcy Ribeiro, no enterro do cineasta, finalizado com cantora lírica Maria Lucia Godoy cantando a bachiana n. 5, de Villa- Lobos. 




quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Os latino-americanos em San Sebastian


A mostra Cinema em Construção, que ocorre dentro do tradicional Festival de San Sebastian, Espanha, selecionou seis latino-americanos para participar da conferência, que será realizada em 20 e 21 de setembro. 

O Brasil estará representado por "Era uma vez Verônica", de Marcelo Gomes, já conhecido no Festival de San Sebastian por "Cinema, Aspirinas e Urubus" (2005), dentro da mostra Horizontes Latinos. 

"Infancia Clandestina", de Benjamin Avila, representa a Argentina. "Joven & Alocada", de Marialy Rivas, o Chile, "Un Mundo Secreto", de Gabriel Marinõ, México. "La Playa" do colombiano Juan Andrés Arango e "7 Cajas" dos paraguaios Juan Carlos Maneglia e Tana Schémbori fecham a mostra.

Cinema em Construção é um programa de ajuda e incentivo aos latino-americanos, ocorrendo a cada dois anos e distribuindo 20 diferentes prêmios, entre eles um polpudo cheque de 10 mil euros e o compromisso da Technicolor Entertainment Services, dos EUA, de imprimir o vencedor em 35mm com legendas em inglês.

Os selecionados também entram no circuito internacional do Instituto Cervantes, a representação cultural do governo espanhol espalhada em diversos países. O Festival acontece entre 16 e 24 de setembro.

"Planeta dos Macacos", 1968 ou 2011 ?



Artur Xexéo - no blog 


Nesta sexta-feira, estreia em algumas centenas de cinemas brasileiros “Planeta dos Macacos: a origem”. Pode não parecer, mas esta é uma boa notícia. O primeiro filme do que promete ser uma série encerra a temporada de verão do cinema infantilizado que chega dos EUA e domina as salas de exibição por três meses. Quer dizer, “de verão” lá pra eles porque aqui tais filmes chegam num período de frio e muito casaco. Nada a ver com o cinema feito para agradar a espectadores de bermudas, tomando baldes de refrigerante com overdose de gelo enquanto tentam entender uma obra que cada vez mais dispensa atores e aposta na computação. Em 3D ou não.

Este “Planeta dos Macacos” não é exibido em 3D, o que já lhe dá uma vantagem sobre os concorrentes. Mas abusa da computação, o que também não é de todo mau. Produzidos pela mesma equipe premiada de “Avatar”, seus efeitos especiais são os melhores da temporada e dão, enfim, alguma credibilidade à “interpretação” digital. Um bando de macacos atacando a ponte Golden Gate, em São Francisco, é uma cena impactante. Não tão impactante quanto aquela, de 1968, interpretada por um Charlton Heston a cavalo encontrando os escombros de uma Estátua da Liberdade numa praia americana, o filme que dá sentido ao que está para entrar em cartaz. Daquela vez, havia só cenografia e um bom movimento de câmera. E era muito mais eficiente. Mas pode ser que, para novas gerações, a última sequência de “O Planeta dos Macacos”, aquela realizada há mais de 40 anos, não signifique muita coisa.

Não vai aqui uma crítica negativa a “Planeta dos Macacos: a origem”. O filme é sempre divertido, muitas vezes emocionante e possui um roteiro compreensível para maiores de 18 anos, o que nos dias de hoje é uma raridade.







terça-feira, 23 de agosto de 2011

Tem brasileiro no tango!

por Gisele Teixeira, Aquí me quedo 

Uma das boas surpresas do Festival Mundial de Tango, que acontece este mês na Argentina, será a exibição, hoje, do documentário A Puro Gesto. O filme mostra os bastidores da viagem da orquestra brasileira de tango De Puro Guapos por Buenos Aires.

Vocês não leram mal. A orquestra é verde e amarela mesmo! Não os conhecia e agora ando toda orgulhosa divulgando o filme!

De Puro Guapos é o nome de um tango e também uma expressão argentina que significa pessoa corajosa, de fibra, que enfrenta adversidades. “A idéia surgiu porque, para tocar tango experimental no Brasil, sem cantor e sem dança, é preciso ter muita coragem”, explica Martin Mirol, bandoneonista e diretor do grupo. Mas os meninos vão bem.

Mirol é o único argentino do grupo e emigrou de sua cidade natal Sarandi para São Paulo, no início dos anos 1990, fugindo de uma das crises econômicas daqui. Depois de tocar em bares, decidiu formar sua própria orquestra típica, junto com sete brasileiros corajosos e dispostos a segui-lo nessa busca apaixonada pelo gênero.

O primeiro disco, lançado em 2006, teve a particularidade de ter todos os arranjos executados sobre as partituras originais para piano. Chamado “Ao Vivo”, tinha uma sonoridade próxima a dos anos 1920, do “tango criollo”, com flauta e clarinete.

O segundo, “Com a Corda Toda”, é de 2008 e resume uma nova fase da típica, vivendo a sonoridade da época de ouro do tango, os anos 1940, sob influência dos grandes mestres Osvaldo Pugliese e Aníbal Troilo, e o ainda vivo Horácio Salgán.

O filme que será apresentado hoje mostra os integrantes da orquestra, após dez anos de formação, descobrindo a capital argentina em busca do que não esta nas partituras. Os jeitos, as manhas, as história. A chamada “tanguedad” ancestral e a contemporânea, os sobreviventes, os novos compositores, os bares, as milongas, as penhas, os personagens, a literatura.

E tocando em Buenos Aires. Depuro guapos!




PS: Já que hoje estou para comerciais, quero divulgar também o excelente blog Tango Candango , da Julita Kissa, e a milonga Bajo la Luna, que acontece todas as quartas-feiras, na Esplanada dos Ministérios, entre o Museu da Republica e a Biblioteca nacional.
Mais brasileiros no tango, mais gente corajosa.

Documentário sobre o Cemitério da Recoleta


Em época de Real forte, de turistas brasileiros invadindo o mundo e Buenos Aires em particular, o post do Aquí me quedo é sempre uma boa lembrança de roteiro na Capital argentina. 

por Gisele Teixeira

O filme conta o enfrentamento de duas versões da história argentina: a dos vencedores e a dos vencidos. Com a particularidade de que o faz por meio de um espaço concreto e simbólico ao mesmo tempo: o Cemitério da Recoleta, no qual repousam juntos os que no passado lutaram em lados opostos. Esse recorrente enfrentamento (ainda hoje presente) é posto em cena através de citações lidas junto às tumbas, dando lugar a uma espécie de “diálogo de mortos” que vai debulhando a história.                                                                       

Palavras do diretor NICOLAS PRIVIDERA:

El cementerio de la Recoleta ya aparecía en mi película “M”. De hecho constituía de algún modo el centro secreto del film, cuyo tema era también el modo en que se construye la memoria social. Pero aquí ese eje alcanza una dimensión épica al centrarse en el cementerio mismo como espacio en el cual leer las batallas por la Historia. Y es que el hilo del film lo constituyen, literalmente, las lecturas enfrentadas que tienen lugar junto a las tumbas ilustres.

El desarrollo del film tendrá la forma de un poema elegíaco coral, al estilo de la Spoon River Anthology de Edgar Lee Masters (poemario clásico sobre la vida de un cementerio), The profit motive and the whispering wind de John Gianvito (film que hace un recorrido por las tumbas de ignotos personajes de la historia norteamericana), o Reading the ‘book of blockade’ de Sokurov (en el que comunes lectores reviven los anónimos testimonios del sitio de Stalingrado). Todos esos antecedentes son muy diversos, pero tienen un antiguo género en común: los “diálogos de muertos” y su contrapunto entre pasiones políticas que tienen a la memoria histórica como campo de batalla.

A estréia será no festival de Toronto, em 13 de setembro. Aguardamos ansiosos a chegada aqui!




segunda-feira, 22 de agosto de 2011

"Bravura Indômita", agora nas locadoras

Bridges e Hailee
Os retardatários como eu que não assistiram "Bravura Indômita" no circuito comercial já podem se recuperar. A  nova versão do clássico "True Grit", de 1969, está nas locadoras, inclusive em blu ray.

A primeira deu a John "faroeste" Wayne o Oscar de melhor ator pelo papel do destemido caçador de recompensas Rooster Cogburn, agora interpretado por Jeff Bridges, um ator mais dinâmico do que Wayne. Este, talvez o maior "mocinho" de todos os tempos do gênero bang-bang clássico.

A nova versão dirigida pelos irmãos Ethan e Joel Coen recebeu várias indicações para o Oscar deste ano: Filme, Diretor, Ator (Jeff Bridges), Atriz Coadjuvante (Hailee Steinfeld), Roteiro Adaptado, Direção de Arte, Fotografia, Figurino, Edição de Som, Mixagem de Som.  

Não saiu da Academia com nenhuma estatueta, mas poderia. No mínimo para Bridges e seu provocante, sarcástico, insaciável e beberrão Cogburn não seria injustiça.

Outra indicada, a estreante Hailee, que interpreta Mattie Ross, uma precoce garota, que aos 14 anos manda em sua vida, sabe tudo de negócios e leis, é uma boa promessa. 

O drama de Ross é o fio condutor de "Bravura Indômita" - ao ter o pai covardemente assassinado, contrata um sherife caçador de recompensas e parte em busca de vingança. Uma jornada cruel, sangrenta, por paisagens áridas e onde vão encontrar outros personagens bizarros ou caricatos.

Um deles é Le Bouef, interpretado por Matt Damon, também caçador de recompensas, no caso a mesma cabeça de Tom Chaney. Bouef tem princípios e estilo completamente opostos aos de Cogburn. Essas diferenças os mantém em permanente disputas, mediadas pela sábia Ross. 

Confesso que adiava minha curiosidade em relação ao filme, pois acho, ou achava, que já tinha assistido filmes de mocinho suficientes. Faltava "Bravura Indômita".





domingo, 21 de agosto de 2011

CINEJ@RNAL - Jessica Biel em novo stripper


@ Cinema em 4D

RIO - Robert Rodriguez alavancou sua carreira procurando maneiras diferentes de fazer cinema. Para a quarta edição de "Pequenos espiões", o diretor, que tem no curriculo filmes como "A balada do pistoleiro", "Um drink no inferno" e "Planeta terror", acrescentou uma categoria aos filmes 3D e vai trazer aroma ao cinema, promovendo a experiência 4D.

"Em vez de apenas 3D, como fizemos na última edição, trouxemos o 4D, que é um truque muito divertido que eu encontrei ao ver filmes antigos dos anos 1980", disse Rodriguez, à MTV News, explicando ter se inspirado em "Polyester", de John Waters, lançado em 1981. "É uma espécie de experiência de 'raspe e cheire'. E faz com que o espectador possa interagir mais com o filme. Existem alguns cheiros realmente surpreendentes, que promovem gargalhadas na plateia", completou. Mais O Globo

@ Jessica Biel em novo stripper

A atriz Jessica Biel (Esquadrão Classe A) vai interpretar a segunda stripper de sua carreira. Desta vez, no novo filme de Steven Soderbergh, Magic Mike

De acordo com o CommingSoon, o enredo do longa vai falar de stripper e dançarino Mike Martingano (Channing Tatum) que passa a a orientar um novato no ramo (Alex Pettyfer) dentro e fora dos palcos. O dono da casa Xquisite, onde trabalha a dupla, será interpretado por Matthew McConaughey.  Mais UOL 

Será seu segundo papel como stripper, iniciado em 2009 em "Powder Blue", "Ponto de Partida" por aqui. A cena, no vídeo abaixo, é plasticamente muito bem realizada.







@Sarkozy e Cannes exaltam Raúl Ruiz

Paris, 19 ago (EFE).- O presidente da França, Nicolas Sarkozy, e o diretor do Festival de Cannes, Gilles Jacob, fizeram nesta sexta-feira uma homenagem ao cineasta chileno Raúl Ruiz, que morreu em Paris e a quem definiu como "um digno herdeiro" dos irmãos Lumière, considerados os pais da sétima arte.

"Raúl Ruiz, criador cujo compromisso com os debates de seu século se nutria de uma imensa erudição e de uma infinita curiosidade", disse Sarkozy em comunicado. "A inspiração de Ruiz, homem de uma cultura universal, partia do patrimônio de todas as artes - cinema, literatura, pintura, poesia, teatro - e de todos os países", acrescentou o presidente.

Em sua nota, na qual lamenta a morte do diretor, Sarkozy considera que a prova da diversidade do chileno são "suas adaptações dos grandes romancistas franceses que ele amava (Balzac, Giono, Proust)", bem como Mistérios de Lisboa, uma imersão labiríntica na sociedade portuguesa. Mais Estadão.com



Entretenimento - Caetano Veloso



Segundo Caderno, O Globo

Parece que não sei ver filmes. Sempre temo estar desatento para os detalhes cruciais que definem a trama. E isso acontece com frequência considerável. Mesmo assim fui crítico de cinema aos 18 anos. E agora me chamaram para ser diretor convidado do festival de Telluride, um evento de pura cinefilia. Não entendo direito os filmes. E mesmo de filmes que adoro se apagam dados do enredo. Gravo melhor os climas poéticos ou plásticos do que os fatos narrados. Qualquer amigo meu rirá ao ler isto aqui. É que tenho fama de ser um grande contador de filmes — alguns chegando a dizer que filmes são melhores contados por mim do que vistos. O que eles não sabem é que contar um filme em voz alta é um meio de eu tentar me ensinar algo sobre o que foi narrado pelas imagens. É parte do processo de percepção: narro sobretudo para mim mesmo. Por isso tudo foi um experimento e tanto assistir a “A árvore da vida”, com um amigo com quem pouco falei, e, no dia seguinte, ir sozinho ver “Melancolia”.

Eu tinha lido os artigos de Francisco Bosco e de Contar- do Calligaris — e tinha gosta- do muito. Ambos reverberam o Nietzsche que me encantava no tempo em que Jorge Mautner era um neopagão em tudo oposto ao seguidor de Jesus de Nazareth que ele é hoje (embora fosse tão unicamente Mautner então quanto agora). Gosto de “Cinzas no paraíso”, de Malick, e detesto os filmes de Lars von Trier que vi. Mas gostei mais de “Melancolia” do que de “Árvore”. Na verdade, comecei por achar, vendo os trailers de ambos, que os dois filmes eram o mesmo. E ainda agora, tendo visto os dois por inteiro, me pergunto se não são ambos tão aparentados por serem sintomáticos do tempo que vivemos. São filmes bem diferentes, me entendam. Quase opostos. O do americano Malick é tão europeu em seu desprezo pelo aspecto entretenimento quanto um Resnais ou um Godard. Já Trier, europeu de fato, exibe o quanto aprendeu com Holywood sobre suspense e diversão. Do “dogma” só restaram alguns jump-cuts.

Enquanto “A árvore da vida” faz tudo para parecer “arte” mas chega a Discovery Channel e “Nosso lar”, “Meancolia” tem pedigree do mundo culto e fica à vontade para usar um subwoofer de “Transformers” como som da presença do planeta matador.

Continua para assinantes  O Globo






sábado, 20 de agosto de 2011

Rede de Intrigas - El Estudiante



BUENOS AIRES – O cineasta argentino Santiago Mitre se surpreendeu com a reação das pessoas quando começou a mostrar seu novo longa, El estudiante: todos o viam como um thriller, coisa que ele nunca havia imaginado. Mas ele não discorda, e assume que existe um gérmen de intriga tão importante nas pessoas que fazem política – as quais estão no centro da trama – que a tensão que nasce dos personagens se apodera do filme e dá a ele essa atmosfera de suspense.


El estudiante terá sua première mundial na seção Cineasta do Presente, dentro da 64ª edição do Festival de Locarno, na Suíça, que começa hoje e vai até 13 de agosto ( PS.: artigo publicado em 13/08/11 ). Na programação, entre os conterrâneos de El estudiante, estão Abrir puertas y ventanas, de Milagros Mumenthaler, Papirosen, de Gastón Solnicki e, fora de competição, a carta de Lisandro Alonso para Albert Serra. Entre os brasileiros que participam do festival, dois curtas-metragens: Mens sana in corpore sano, de Juliano Dornelles, e Praça Walt Disney, de Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira.

Não é a primeira vez que o filme de Mitre se encontrará com o público: El estudiante foi exibido no BAFICI (Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente) deste ano, em abril, e teve suas três sessões esgotadas logo nos primeiros dias de venda de entradas, semanas antes das exibições. O longa acabou levando o Prêmio Especial do Júri na Seleção Oficial Internacional, além de ser laureado pela Associação de Diretores de Fotografia e pela FEISAL (Federación de Escuelas de Imagen y Sonido de América Latina). Enquanto Mitre pensava que a temática do filme estava muito arraigada à Argentina, a produção foi convidada para diversos festivais mais, tanto em Toronto como na longínqua Hong Kong.

Em El estudiante, acompanhamos ao jovem Roque, vindo do interior da Argentina para estudar na UBA – Universidad de Buenos Aires. Deambulando neste cenário novo, de aula em aula, de festa em festa, de cama em cama, sem saber muito o que fazer, o protagonista se envolve no movimento estudantil através de Paula, quem ele vê discursando (e apenas vê, sem se preocupar pelo que está ouvindo) durante uma assembleia.

Continua Duas ou Três Coisas...