sexta-feira, 29 de abril de 2011

"Laranja Mecânica" em Cannes

O ano de 2011 será de Stanley Kubrick na França. Em maio, sete dos seus filmes restaurados serão projetados no Festival de Cannes, na presença de Malcolm Mc Dowell, o intérprete de "Laranja Mecânica".

Ao mesmo tempo, a Cinemateca Francesa, em Paris, dedica uma exposição voltada para o conjunto da obra do diretor. A exposição vai até 31 de Julho deste ano.

O que dizem os organizadores de Cannes:

"A exposição Stanley Kubrick é a mais importante jamais dedicada a um realizador: milhares de arquivos, repartidos em dois níveis, numa superfície total de 1000 m2, retraçam todo o percurso deste mestre da 7ª Arte.

Graças a uma encenação cronológica, os visitantes percorrem os diferentes universos dos seus filmes e seguem a evolução da sua obra, das suas primeiras curtas-metragens ao seu último filme Eyes Wide Shut ("De Olhos Bem Fechados" aqui no Brasil), dos filmes históricos ao filme de terror, passando pelos respectivos negativos quando era ainda fotógrafo de imprensa.

O diretor em "Shining"
Os amantes deste precursor podem encontrar ali as fotos dos macacos de "2001:Uma Odisseia no Espaço", o machado mítico de Jack Nicholson em "Shining", os argumentos, as decorações, as fotografias das filmagens e até mesmo algumas cartas de fãs, ao ritmo dos trechos musicais mais marcantes da sua filmografia, que tornam ainda mais palpável a atmosfera tão particular desses filmes.

Até 25 de Maio, será organizada em paralelo uma retrospectiva integral, bem como conferências e mesas redondas em torno da obra de Stanley Kubrick.

A exposição, verdadeira homenagem à técnica, ao trabalho minucioso e à busca de perfeição de Stanley Kubrick, permite delimitar a extensão e a diversidade das temáticas preferidas deste visionário, ora provocador, ora estranho, mas sempre fascinante".

No Festival, a homenagem a Kubrick será dia 19 de maio, com a apresentação de "Laranja Mecânica", restaurado depois de 40 anos da sua estreia.

Abaixo, trailers do ótimo "De Olhos Bem Fechados" - Kubrick morreu uma semana antes da sua estreia mundial. E do clássico, violento e polêmico "Laranja..."




terça-feira, 26 de abril de 2011

"Rosebud", 70 anos

No próximo dia 1º de maio faz 70 anos que foi exibido pela primeira vez, seguramente, um dos filmes mais cultuados da história do cinema.
Nova York, naquele 1941, talvez não soubesse que estava acompanhando a estreia do que muitos consideram o filme mais influente de todos os tempos.
Orson Welles, com seu "Cidadão Kane", revolucionava conceitos, mas, principalmente, lançava novas técnicas cinematográficas com aquela película.
Jean-Paul Sartre, por exemplo, foi um desses que não percebeu. O crítico e estudioso Luiz Carlos Merten conta em seu livro Cinema - Entre a realidade e o artifício, que o grande escritor francês bateu duro.
Sartre, que se escondia da II Guerra nos EUA, escreveu para a revista Écran Français que o sucesso do filme só podia ser explicado por conta do provincianismo americano.
Em 2002, críticos norte-americanos e ingleses o escolheram como o melhor filme de todos os tempos. Até então "Kane" empatava com "Encouraçado Potemkin", de Sergei Eisenstein, diretor e teórico que também fizera revolução, em 1925. Atualmente, o russo está apenas entre os 10 mais influentes.
Suas inovações - novos enquadramentos com primeiro, segundo e terceiros planos, câmeras de baixo para cima, entre várias outras -, não superadas e copiadas até hoje, ajudaram a construir o mito. E não só a misteriosa história do menino Charles Foster Kane que nasceu pobre, virou poderoso milionário e morreu abandonado.
Para desenvolver a trama, Welles usa um enigma como fio condutor: "Rosebud", a palavra que começa e termina a película e que ninguém consegue saber o significado
O sucesso contou ainda com outros impulsos. Charles Kane, interpretado pelo próprio Welles, é rico por herança, mas o brinquedinho que ele mais gosta é o poder ocasionado em ser dono de uma rede de jornais e rádios.
Isso fez com que um personagem real à época, o bilionário William Randolph Hearst, dono de um império de comunicação nos EUA, acreditasse que o biografado era ele. O dono do The Examiner jogou, literalmente, sua pesada influência sobre a RKO.
Não conseguiu, mas, inicialmente, causou estragos na reputação de Welles. Hearst, conta Merten, entre outros argumentos para comprovar a tese, tinha um quase imbatível.
"Botão de rosa" era como ele carinhosamente apelidara a vulva da sua amada amante, uma atriz chamada Marion...
O que se vê hoje é que Hearst, além de não conseguir destruir os negativos como queria, queimou o seu próprio filme e ajudou a colocar mais lenha na imagem do mito.
Juntando tudo isso é fácil entender por que "Citizen Kane" está na galeria dos insuperáveis.
Se você gosta de cinema ou é apenas curioso, vale a pena comemorar esse aniversário e ter uma “aula” de linguagem cinematográfica. O filme é encontrado em boas locadoras. Algumas versões são acompanhadas de documentário sobre o diretor e a sua obra.

Aqui, os dez primeiros minutos de abertura

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Semana de superproduções

Depois do recordista "Rio", duas outras superproduções movimentam a semana. A primeira é "A Garota da Capa Vermelha", em cartaz desde o feriadão da Páscoa. Amanhã começam a sair os resuldados das bilheterias consolidadas.

A grande aposta é ver se a estorinha de aproximadamente 700 anos bateu o recordista mundial "Rio", aqui e lá fora. Parada dura, pois o desenho animado segue embaladíssimo.

Os dados mundiais divulgados hoje, mostram que ele lidera na América do Norte e nas demais bilheterias internacionais pela terceira semana. "Rio" custou cerca de 90 milhões de dólares e já faturou US$ 286 milhões. Quem viu recomenda.





A outra película que chega com grande ambição é "Água para Elefantes", com estreia prevista por aqui na sexta, 29. Além da forte campanha de divulgação, que emplacou os principais veículos, leia-se internet, jornais, revistas e tvs, no final de semana, o filme tem o maior apelo de todos: a magia do circo.


sábado, 23 de abril de 2011

Luz, Câmera, Confusão

Boas notícias que garantem o futuro do cinema, essa arte que mobiliza  admiradores desde 1895.

Em novembro acontece a 2ª edição do Festival Internacional Pequeno Cineasta para curtas produzidos por crianças e jovens entre 8 e 17 anos, completos até 31 de dezembro. 

O Festival é dividido em duas categorias, Mostra Competitiva Nacional e Mostra Competitiva Internacional, separados em filmes criados por crianças e filmes criados por jovens.

A edição do ano passado recebeu 98 filmes, de 10 países - Inglaterra, Escócia, Itália, Grécia, Espanha, Venezuela, México, Argentina, Bolívia, Perú, além do Brasil.

O evento acontece no Rio de Janeiro, entre os dias 8 e 12. Além da parte competitiva, tem a Mostra Não Competitiva Oficina Pequeno Cineasta, com filmes realizados por alunos de escolas cariocas. 

Além desse, também com o mesmo objetivo, existe o Festival Internacional de Cinema Infantil, que já vai para a sua 9ª edição.

O problema do FICI é que o site está totalmente desatualizado. A única informação recente é que as inscrições foram prorrogadas para o próximo dia 9 de maio. E não é por falta de patrocínios, veja ao pé da página principal deles.

Um bom exemplo do que essa galera apronta com uma câmera na mão, é o curtinha abaixo, feito por dois jovens brasilienses, Eduardo Galbinsky e Christiano Osório, ambos de 14 anos.

Chama-se "Linguiças Calabresas", adaptado de uma crônica de Luís Fernando Veríssimo. A dupla mostra ousadia, criatividade e técnica.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A Vida Em Um Dia - Life In a Day




Marcada para 24 de julho a estreia de "A Vida Em Um Dia", primeiro vídeo interativo produzido por usuários do mundo inteiro. O lançamento será exatamente 13 meses após o dia em que cerca de 81 mil vídeos foram enviados pelo YouTube a partir de 192 países.

Inicialmente "Life In a Day"  será exibido apenas nos Estados Unidos. O filme foi apresentado no Festival de Sundance deste ano. 

Abaixo, os trailers promocionais.






Bruna Surfistinha à australiana




O Festival de Cannes começou a divulgar lentamente, com certeza para aumentar a curiosidade, os trailers dos participantes da mostra competitiva e dos filmes convidados. 

Um dos trailers mais aguardados é "La Piel que Habito", de Pedro Almodóvar, com Antonio Banderas. Porém, um já está dando o que falar é "Sleeping Beaty", da diretora australiana Julia Leigh, que também assina o roteiro.

O filme trata da vida de Lucy, uma muito jovem estudante universitária que torna-se prostituta de luxo. Para suportar esse novo mundo, droga-se durante as relações sexuais mantidas enquanto dorme. 

Muito provavelmente o roteiro dessa versão nada convencional da "Bela Adormecida" é mera coincidência com a nossa "Bruna Surfistinha". 


Observe a diferença de glamour mas também as coincidências no sentido, digamos universal, dos diálogos das duas cafetinas quando dão instruções administrativas às suas novas meninas nos trailers abaixo.  






Erótico em 3D supera Avatar

BBC Brasil


Uma comédia erótica em 3D surpreendeu e assumiu a liderança das bilheterias em Hong Kong, superando o recorde de estreia estabelecido pelo blockbuster americano Avatar.
O filme Sex and Zen: Extreme Ecstasy faturou o equivalente a R$ 564 mil em seu primeiro dia de exibição, na semana passada, em comparação com os R$ 533 mil arrecadados por Avatar.
Sex and Zen arrecadou, nos seus cinco primeiros dias em cartaz, um total de R$ 3,45 milhões, em parte porque muitos chineses do continente – onde o filme não está em exibição - viajaram a Hong Kong para assisti-lo.
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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Bastidores de "Os Senhores da Guerra"

Para quem gosta de bastidores de ensaios e filmagens de grandes produções cinematográficas, o pessoal de "Os Senhores da Guerra" está dando show. No YouTube é possível acompanhar diariamente tudo o que está acontecendo, como no teaser abaixo, mostrando o ensaio da travessia do rio Vacacaí.

Também é possível receber informações no canal exclusivo da Walper Ruas Produções.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A história do cinema pelas lentes de Cannes

No bom e variado portal do Festival de Cannes é possível encontrar, entre outras atrações e curiosidades, breves históricos sobre os principais momentos do cinema em diversos países, das indústrias mais desenvolvidas até as menos conhecidas por aqui.

Estão lá da Coreia aos Estados Unidos, passando por Itália, Russia, Egito, Espanha, Japão, França e Brasil, entre outros. O nosso e o do México são assinados pelo jornalista e historiador de cinema Paulo Paranagua.

O perfil brasileiro tem ainda, a participação de Cacá Diegues. O cineasta está com duas entrevista, em francês, e um breve depoimento escrito, onde conta seus primeiros degraus em Cannes, com todo o deslumbramento que os então 23 anos de idade permitiam.

"O Cinema Novo brasileiro inventou um cinema para o país e um país para o cinema. Naquele início dos anos 1960, quando nasceu o movimento criado por minha geração, o Brasil ainda não tinha uma imagem própria, não conhecia o espelho do audiovisual. Fomos nós que a construímos, fundando o cinema moderno do país". Presume Carlos Diegues, que virou Cacá exatamente naquele ano, por obra e graça de Glauber Rocha.

Confira, vale a pena ver trechos de filmes, fotos e cartazes antigos, como este. Ou então apenas para discordar de Cacá Diegues. O portal está em vários idiomas, inclusive, descontando alguns errinhos, em bom português. 

terça-feira, 19 de abril de 2011

Cannes celebra Belmondo e Bertolucci

Bertolucci, divulgação Cannes
Cannes fará duas importantes homenagens este ano. Ao carismático ator francês Jean-Paul Belmondo e ao diretor italiano Bernardo Bertolucci, este com a Palma de Ouro de Honra.

O prêmio de Honra ficará permamente e será entregue na cerimônia de abertura, este ano dia 11 de maio. Segundo os organizadores, foi idealizado para reconhecer um realizador importante que nunca tenha recebido a Palma de Ouro.

Essas homenagens não são novidades em Cannes, mas eram feitas ocasionalmente. Woody Allen e Clint Eastwood já receberam a distinção por parte do Presidente Gilles Jacob, em nome do Conselho de Administração do Festival.

Cannes considera "monumentais" as contribuições de Bertolucci. "O seu envolvimento político e social, levado por um profundo lirismo e uma encenação tão exata quanto elegante, dão aos seus filmes um lugar singular na história do cinema mundial", justificam.

Belmondo, divulgação Cannes
Dia 17 é a vez do Festival receber Jean-Paul Belmondo para uma noite especial. Cannes considera-o um dos maiores atores franceses. "A extensão do seu registo, o carisma da sua personalidade, a precisão da sua performance, a troça dos seus propósitos e o seu estilo à vontade, fizeram dele, juntamente com Jean Gabin e Michel Simon, um dos maiores atores franceses de todos os tempos", diz o informe à imprensa.

Belmondo atua desde o final dos anos 50. Inicialmente com interpretações e personagens populares, passando, nas duas décadas seguintes, ao "cinema de autor" em papéis para os os europeus Jean-Luc Godard, François Truffaut, Alain Resnais, entre outros.

"Conhecido em todo o mundo, inspirando gerações de atores, popular de Los Angeles a Tóquio, do México a Moscou, Jean-Paul Belmondo é certamente uma das personalidades do cinema francês mais amadas pelo público", acredita Cannes.

Da homenagem consta a projeção de um documentário assinado por Vincent Perrot e Jeff Domenech, um jantar e  uma festa de gala.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Minhas Mães e Meu Pai

A película não faz concessões e aborda, logo de cara, dois assuntos pouco enfrentados, particularmente em sociedades no estágio evolutivo da brasileira, e similares: casais homossexuais com filhos gerados por inseminação artificial.

Em "Minhas Mães e Meu Pai" Anette Benning, como Nic, e Julianne Moore, como Jules, estão absolutamente integradas aos papéis de um casal que a relação entre as duas é absorvida naturalmente. Ajudam nessa naturalidade os descomplicados filhos Joni, interpretada por Mia Wasikowska, e Laser, por Josh Hutcherson.

A evolução da abordagem está em que o filme mostra que a vida dos quatro teria os mesmos problemas, transtornos, dificuldades e soluções se o casal fosse hetero, ou "normal", como se diria antigamente.

Até que Laser, aos 15 anos, convence a irmã, de 18, a encontrar o doador comum às duas mães, Paul, interpretado por Mark Ruffalo. Prestes a fazer 50 anos, Paul ainda é um "garotão", simpático, de vida alternativa, e que cai nas graças dos adolescentes.

Ai começam os problemas, desencontros, brigas e crises. Alimentados pela inconsequência de Paul, cujo papel, em alguns momentos, chega perto da debilóidice, parte pela carência de Jules, parte pelo controle que Nic quer exercer como chefe de família.  

Vale a pena conferir, nas poucas salas que ainda estão rodando, em dvd ou blu ray. Nic deu a Anette Benning a indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante deste ano.


domingo, 17 de abril de 2011

Assalto ao Banco Central

Elio Gaspari conta hoje que acabou de sair do prelo "Toupeira - A história do assalto do Banco Central, escrito pelo advogado e ex-investigador de polícia Roger Franchini.

O livro, segundo o autor, é 60% realidade e 40% ficção e contra o roubo de R$ 168 milhões do BC de Fortaleza, em 2005, ou cerca de  US$ 100 milhões, colocando-o em segundo lugar na história. O maior foi em 1987, em Londres e rendeu US$ 113 milhões.

Aqui foram mortos dois ladrões, recuperados apenas R$ 50 milhões e 40 pessoas foram presas. Tudo nesse caso é intrigante, inclusive o atraso para o lançamento do longa "Assalto ao Banco Central",  cujas gravações terminaram em junho do ano passado.

No site da produtora, a informação é "breve nos cinemas", sendo que a data anunciada era 28 de janeiro, um teaser de 30 segundos e a sinopse:

"O longa-metragem de ação e suspense é a mais nova produção da Total Entertainment, em co-produção com a Fox Film.Após uma carreira consagrada na televisão, Marcos Paulo estréia como diretor no cinema. Renê Belmonte, dos sucessos Sexo, Amor e Traição e Se Eu Fosse Você assina o roteiro.

Protagonizado por Milhem Cortaz, Eriberto Leão e Hermila Guedes o elenco é formado por Lima Duarte, Giulia Gam, Gero Camilo, Cássio Gabus Mendes, Milton Gonçalves, Tonico Pereira, Vinícius de Oliveira e Antônio Abujamra, entre outros.

O filme, inspirado no maior assalto a banco realizado no Brasil e o segundo maior do mundo, retrata a preparação da quadrilha e os bastidores da investigação da polícia federal".

sábado, 16 de abril de 2011

Os ganhadores do Bacifi

Por Gisele Teixeira, Aquí me quedo, especial para CineLUX 

O filme brasileiro "Os Monstros", dirigido por Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Diógenes e Ricardo Pretti recebeu menção especial do júri na 13ª edição do Festival Internacional de Cinema Independente de Buenos Aires (Bafici). 

Os quatro cineastas são membros do Alumbramento, coletivo de artistas cearenses. O festival argentino termina amanha, mas os vencedores, nas diferentes categorias, foram anunciados hoje.





O filme frances “Qu'ils reposent en révolte (des figures des guerres), de Sylvian George, sobre as duras condições dos imigrantes africanos na Europa, obteve o premio principal da Seleção Oficial Internacional.

Levou também o prêmio da crítica,  concedido pela Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica (Fipresci). “La carrera del animal”, de Nicolás Grosso, foi o vencedor na Seleção Oficial Argentina. 

O premio de “Melhor Diretor” da competição internacional foi para a cineasta grega de Rachel Tsangari, por "Attenberg" (Trailer abaixo), enquanto Román Cárdenas levou o mesmo, no âmbito nacional, pela película "Las Piedras".




Entre os curtas, foram premiados “El juego” de Benjamín Naishtat (Argentina / Francia), “Soy tan feliz” de Vladimir Durán (Argentina) e “La fiesta de casamiento” de Gastón Margolin y Martín Morgenfeld (Argentina).


Segue a lista com o restante dos prêmios:  

Prêmio FEISAL (que reúne as escolas de cinema de todo o mundo)
- Menção especial: Yatasto, de Hermes Paralluelo (Argentina)
- Menção especial: La vida útil, de Federico Veiroj (Uruguay/ España)
- Prêmio: El estudiante ,de Santiago Mitre (Argentina)

Prêmio Asociación Cronistas Cinematográficos Argentinos
- Prêmio: Ostende de Laura Citarella.

Prêmio ADF (Associação dos Diretores de Fotografia)
- Prêmio aos directores de fotografia; Gustavo Biazzi, Soledad Rodríguez, Federico Cantini e Alejo Maglio pelo trabalho no filme El estudiante, de Santiago Mitre (Argentina).

Prêmio SIGNIS
- Menção especial: Norberto apenas tarde, de Daniel Hendler (Uruguay/ Argentina)
- Prêmio: Morgen, do director Marian Crisan (Rumania/ Francia/ Hungría)

Competencia UNICEF
- Menção para: Kick in Iran, de Fatima Geza Abdollahyan (Alemania)
- Prêmio: Yatasto, de Hermes Paralluelo (Argentina)

Competencia Derechos Humanos
- Menção para: Jean Gentil, de Israel Cárdenas e Laura Amelia Guzmán (República Dominicana / México/ Alemania)
- Menção para: El Casamiento, de Aldo Garay (Uruguay)
- Prêmio ex aequo para: Palazzo delle Aquile, de Stefano Savona, Alessia Porto e Ester Sparatore (Francia / Italia) e Fix Me, de Raed Andoni (Palestina / Suiza / Francia)

Cine del Futuro
- Menção para: Year Without a Summer, de Tan Chui Mui (Malasia)
- Melhor filme patrocinado por I.SAT: Verano, de Goliat de Nicolás Pereda (México / Canadá)

Seleção Oficial Argentina
- Distinção Melhor Fotografía patrocinada por  Kodak: Iván Fund e Eduardo Crespo, por Hoy no tuve miedo de Iván Fund (Argentina)
- Prêmio de Melhor Diretor patrocinado por Alta Definición Argentina – Metrovisión, La Burbuja Sonido e Ministerio de Cultura: Román Cárdenas, por Las Piedras (Argentina)

Seleção Oficial Internacional
- Menção especial para: Mercado de Futuros de Mercedes Álvarez (España)
- Menção especial para: Las marimbas del infierno de Julio Hernández Cordón Guatemala / Francia / México)
- Menção especial para: Os Monstros de Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Diógenes y Ricardo Pretti (Brasil)
- Distinção para a Melhor Película Argentina patrocinada por Fuji para: Yatasto de Hermes Paralluelo (Argentina)
- Melhor Ator para: Jorge Jelinek, por La vida útil de Federico Veiroj (Uruguay / España)
- Melhor Atriz para: Jeanne Ballibar, por At Ellen´s Age de Pia Marais (Alemania)
- Premio Especial do Júri para: El estudiante de Santiago Mitre (Argentina)
- Melhor Diretor para: Athina Rachel Tsangari, por Attenberg (Grecia)


Amor e violência

Luiz Carlos Merten - O Estado de S.Paulo 

Júlia Lemmertz e Ângelo Antônio levam novo longa de João Jardim a limites de intensidade e ousadia

Existem momentos emblemáticos no longa de João Jardim que estreia hoje. Amor? nasceu de uma pesquisa que a jornalista Renée Castelo Branco e o diretor fizeram, entrevistando cerca de 60 pessoas, entre homens e mulheres, sobre os temas do amor e da violência. Agredidos e agressores enquanto ainda existe afeto. Amor (com interrogação). Os depoimentos escolhidos, por serem invasivos, foram ficcionalizados por atores e atrizes.
Foi muito interessante assistir ao filme numa sessão do Clube do Professor, em São Paulo. Havia, predominantemente, mulheres na sala. A reação mais forte foi na fala de Ângelo Antônio. O personagem usa um linguajar chulo. Antônio é intenso, como sempre. "Senti o mesmo incômodo do público na sessão aqui em Belo Horizonte", conta o ator, numa entrevista por telefone.
Ele lembra de quando (e como) João Jardim lhe fez o convite. O primeiro movimento de Antônio foi recusar, pois estava numa novela, mas Jardim insistiu. Afinal, seriam apenas dois dias. Quando recebeu o texto, ele pirou. "Aquilo foi avassalador para mim", conta o ator. "É loucura, mas também é lucidez. Fiquei muito perturbado." Antônio acrescenta que os tais dois dias se multiplicaram por dez - foram 20 dias de preparação e absorção do texto, para dizê-lo de um jato, num plano-sequência (captado com duas câmeras).
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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Os Senhores da Guerra, começam as filmagens

Neste domingo, dia 17 de abril, começam as filmagens de "Os Senhores da Guerra - Parte I: Passo das Carretas". As primeiras cenas serão no Salão Negrinho do Pastoreio, no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, onde o governador Borges de Medeiros, interpretado por Hique Gomez, receberá a visita do prefeito Júlio Bozano. 

A partir de segunda, as gravações continuam no distrito do Barro Vermelho em Gravataí, Barra do Ribeiro, Porto Alegre, Marcelino Ramos e Santa Maria, palco dos principais acontecimentos da trama e mobilizarão mais de 150 pessoas, entre equipe, elenco e figurantes. 

Dirigido por Tabajara Ruas e baseado no livro homônimo de José Antônio Severo, "Os Senhores…" narra a história verídica dos irmãos Júlio e Carlos Bozano, jovens da elite gaúcha no início do século XX, ricos, bonitos e cultos. Tem produção executiva de Ligia Walper e, no elenco, Rafael Cardoso, como Julio Bozano e André Arteche, como Carlos Bozano. 

Embora unidos por profunda amizade, os dois acabam se enfrentando em lados opostos na sangrenta guerra civil de 1924, no Rio Grande do Sul. Júlio é prefeito de Santa Maria e recebe a missão de impedir o avanço das tropas do líder revolucionário general Zeca Netto, de quem Carlos é o secretário particular. 

O filme é uma grandiosa e inédita produção cinematográfica dividida em duas partes, "Passo das Carretas" e “Passo da Cruz". Conta com a participação de mais 40 atores da cena gaúcha, que consolida-se como um grande celeiro da dramaturgia nacional. Entre eles: Leonardo Machado, Marcos Breda, Marcos Verza, Felipe Kannenberg e Sissi Venturin. 

Foto: Rodrigo Migliorin
Os principais patrocinadores são EMBRAER, Bradesco, Ambev e Itaú. A produção conta com os apoios do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, do 4º RPMon - Regimento Bento Gonçalves, das Prefeituras de Gravataí e Santa Maria, da Corsan, do Grêmio Náutico União e da Coza.   

As informações são da Walper Ruas Produções, assinadas por Bibiana Osório.

A ditadura chilena no Bafici

Por Gisele Teixeira, Aquí me quedo, especial para CineLUX

Dois filmes de hoje no Bafici têm como pano de fundo a ditadura chilena. O primeiro é o documentário "A Morte de Pinochet", de Bettina Perut e Iván Osnovikoff.

O filme aborda o falecimento do ex-general Augusto Pinochet, que ficou no poder no Chile entre 1973-1990, a partir das imagens do dia 10 de setembro de 2006 e das reações dos populares que esperavam em frente ao Hospital Militar de Santiago o anúncio da morte do ditador.

O segundo filme é "Post Morten", terceiro longa de Pablo Larraín e o segundo dele que transcorre nos turbulentos anos 70. Neste a película retrocede até os dias imediatamente anteriores ao golpe de Estado.

Conta a história de Mario Cornejo (Alfredo Castro), que trabalha no necrotério do Hospital Militar de Santiago e é o encarregado de receber as dezenas de cadáveres que chegam nos dias seguintes ao golpe. Mário é um homem estranho, isolado,tranqüilo, e pouco interessado no contexto histórico em que vive.

Está mais interessado em olhar sua vizinha Nancy, dançarina num cabaré e vem de uma família que está a favor da volta da democracia no Chile. Por causa desse último fato, sua casa é invadida e Nancy desaparece. Mario se desespera e começa a buscá-la.

Tchan-tchan-tchan-tchan...mais não posso contar! Fiquem com o trailer.





 Para completar, o festival apresenta uma retrospectiva do documentarista chileno Patricio Guzmán, que surgiu como uma forca demolidora na década de 70. Será apresentada a trilogia "A Batalha do Chile", dividida em A insurreição da Burguesia, O Golpe de Estado e O Poder Popular, e a película "La Cruz del Sur".

Além deste, um documentário sobre o diretor, feito pela francesa Catalina Villar, chamado "Patrício Guzmán, Une Histoire Chilienne".

Bafici: Depardieu dá show em Mammuth

Por Gisele Teixeira, Aquí me quedo, especial para CineLUX

Um dos destaques do Bafici traz o grande (literalmente) Gerard Depardieu em um filme chamado Mammuth, apresentado na Berlinale do ano passado. Rodado em vários formatos, inclusive Super-8, o filme é um road movie nostálgico, no qual Depardieu faz o papel de um operário aposentado que cai na estrada em busca de testemunhos de ex-patrões e colegas para completar o processo da aposentadoria. E, ao longo do caminho, passa em revista a sua trajetória.

Dirigido pela dupla francesa Benoît Delépine e Gustave Kervern, o filme tem a participação especial de Isabelle Adjani, no papel de uma figura do passado que assombra o personagem de Depardieu durante toda a sua jornada.

Provavelmente esse filme siga um rumo diferente dos independentes e entre em cartaz este ano, seja no Brasil seja na Argentina.






Faroeste feminino

Meek’s Cutoff é um faroeste diferente – dirigido por uma mulher, Kelly Reichardt. No filme, três famílias perdem-se ao fazer a travessia do deserto no oeste americano em meados do século 19, numa história baseada em fatos reais.

Reichardt contou que os atores passaram por um treinamento de pioneiros:“Eles tiveram de aprender a fazer fogo sem fósforo e a lidar com os animais, pensar em cada família em termos econômicos, compraram seus próprios pertences.”

Ela explicou também, por que escolheu rodar na tela quadrada em vez do cinemascope normalmente utilizado no gênero. “Queria fazer um western diferente. Fora que queria estar com os personagens o tempo todo”.


A paisagem exerce papel importante no filme. “Na maior parte dos meus filmes, os personagens estão à mercê dos arredores. Todo o mundo é um pouco de onde está e de onde é.”





A galera do Bafici produz um jornal todos os dias, chamado SIN ALIENTO, que traz entrevistas especiais com diretores e atores, críticas, reviews e a programação do dia. 

Uma boa opção para quem chega um pouco mais cedo às sessões. Todos podem ser lidos on line também, aqui.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Trailer do 1º erótico em 3D

Foto: Divulgação
As agências internacionais divulgaram hoje que os chineses de Hong Kong foram mais rápidos e lançaram o primeiro filme erótico em 3D. É "3D sex and zen: extreme ecstasy", baseado no livro "A carne como tapete de oração", uma obra literária do século XVII.

Consta que as filas dobram quarteirões, para felicidade dos produtores que gastaram pouco mais de 3,8 milhões de dólares. Segundo relatos de espectadores, a experiência foi intensa, uma vez que óculos especiais dão a impressão de que as belas atrizes estão muito perto.

Os produtores garantem que outros países asiáticos, como Japão e Coreia do Sul, estão interessados no longa. Eles pretendem lançar "3D sex and zen..." nos Estados Unidos e Europa. Em Taiwan a estreia é amanhã.

A expectativa era que o primeiro erótico tridimensional seria o clássico "Calígola", o que chegou a ser anunciado pelo diretor italiano Giovanni Brass. Outro clássico que pode ser refilmado em 3D é "Emmanuelle", da musa Sylvia Kristel, hoje com 58 anos.


Aula de história no Bafici!

Por Gisele Teixeira, Aquí me quedo, especial para CineLUX

Dois filmes apresentados esta semana no Bafici enfocam a revolução na Romênia, sob diferentes pontos de vista, e me ensinaram muitas coisas. Ambos são de Andrei Ujica.

O primeiro é “Autobiografia de Nicolae Ceausescu” (2010), uma compilação do material de propaganda oficial do ditador comunista Nicolae Ceausescu, que se manteve no poder entre 1965 e 1989.


São imagens impressionantes, nas quais o tirano se celebra a si mesmo – concentrações, festas populares, discursos, encontros com chefes de Estado, cenas da vida familiar, que tem como objetivo fixar a simbólica eternidade da autocracia.

A película foi apresentada no Festival de Cannes 2010. Gostei muito do filme, mas não precisava durar três horas! De qualquer forma o filme é bem melhor que o trailer.





Essa película se complementa com “Videogramas de uma Revolução”, do mesmo diretor, mas feita anteriormente (1992), que mostra justamente o levante popular, a caída do poder e os déspotas da Romênia executados.

Para quem não lembra, no outono de 1989, uma rebelião popular derrotou a ditadura de Ceausescu. Durante cinco dias, manifestantes ocuparam a estação de televisão estatal em Bucareste e transmitiram 120 horas contínuas de programação, levando aos espectadores uma cobertura da revolução em tempo real.

Em "Videogramas...", o diretor combina imagens da transmissão televisiva com o vasto material produzido por cinegrafistas amadores nas ruas da capital romena e reconstituem, numa narrativa de impacto, os eventos que culminariam com a queda e a execução do ditador.

O resultado não é apenas uma história detalhada do levante popular e de suas conquistas, mas um estudo profundo sobre as relações entre mídia e poder. Este filme pode ser visto inteirinho YouTube. Deixo a primeira parte com vocês.





Esses dois filmes foram ainda complementados no Bafici com um terceiro (que eu não vi). Chama-se Out of the Present (1995), uma co-produção Alemanha, Franca e Rússia, também de Andrei Ujica, considerado um dos documentários mais importantes da década de 1990.

Aborda a estação espacial MIR e retrata o colapso da União Soviética desde cima: conta a historia do astronauta Sergei Krikalev, que permaneceu 10 meses em orbita durante todo o conflito. Quando ele volta, a vida não era mais a mesma. Infelizmente, não encontrei trailer no YouTube.

terça-feira, 12 de abril de 2011

1º Festival de Cinema Invisível

Para desespero dos proprietários de locadoras, aumenta a cada dia o uso da internet como veículo para a divulgação de filmes.

A última novidade, em grande escala, vem da Espanha e trata-se do Primeiro Festival Europeu de Cinema Invisível, onde será possível, até 11 de maio, assistir películas, gratuita e legalmente, observam os organizadores. Em exibição filmes inéditos em telas e locadoras.

O Festival tem como objetivo aumentar a divulgação do cinema europeu, em particular do espanhol, fazer um protesto, não declarado, exatamente contra a dificuldade de chegar aos cinemas e as locadoras, e combater a pirataria. 

Os filmes vão da ficção ao documentário, e poderão ser votados para o Prêmio do Público. Paralelamente à competição, haverá uma retrospectiva das "jóias do cinema espanhol", como "Calle Mayor", de Juan Antonio Bardem, e "Viridiana" (1961), de Luis Buñuel.

Para participar, basta registrar-se no site oficial, receber uma senha no e-mail, escolher e acompanhar atentamente a programação, as películas ficam disponíveis por 24hs.


Bafici: Novos tempos

Por Gisele Teixeira, Aquí me quedo, especial para CineLUX

Guardem esse nome: Andrew Haigh. Ele é um diretor novo, que recentemente foi super elogiado pelo jornal inglês The Guardian por sua segunda película, Weekend, apresentada ontem no Bafici. Haigh trabalhou durante muitos anos na edição, em filmes como Gladiador, Falcão Negro em Perigo, de Ridley Scott, e Greek Pete, lançado no ano passado.

Desta vez, estréia na direção com um filme que é uma comédia romântica gay levada às últimas conseqüências, digamos assim, a partir da visita do personagem Russell a uma disco em um sábado à noite. No local ele conhece Glen e os dois, a partir daí, começam uma relação de sábado e domingo, com a intensidade de um choque emocional de longo alcance.


A história retrata a cultura gay contemporânea sem pudores nem estilização, e sem cair no caminho fácil da marginalidade ou glamour. É o cotidiano de um romance fugaz. Assim de simples e difícil. O trailer está em inglês.



Las Marimbas del Infierno

Entrei para ver este filme guatemalteco sem ter a mínima idéia do roteiro nem da história. Comprei o ingresso no escuro, principalmente pela oportunidade de ver o que que vem sendo feito em um país do qual não tenho a menor idéia de como é o cinema.

É uma história muito rara, como se diria aqui, que causa algumas vezes parece engraçada, mas que é também triste por sua crueza.

Vamos aos fatos: a marimba é um instrumento musical, uma espécie de xilofone, tradicional da Guatemala. Pero “tradicional” significa cada vez menos “popular” e, por isso, Don Alfonso, marimbista de toda a vida, começa a perder mercado de trabalho. Pior, vítima da extorsão das “maras” (gangues), começa a viver na clandestinidade.

Sem trabalho, tem uma idéia genial: juntar a marimba a um som mais pesado. Então Dom Alfonso sai em busca de Blacko, um pioneiro do heavy metal, que passou pelo satanismo, cristianismo e acabou na ortodoxia judia, e que além de tudo agora trabalha em um hospital.

Juntos, eles formam uma banda chamada Las Marimbas del Infierno.Parece tudo muito surreal. E é. Mas ao contrário do filme de ontem, que era surreal e ruim, esse é surreal e interessante.