quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Roman Polanski, uma biografia

Ubiratan Brasil - O Estado de S.Paulo
O cineasta Roman Polanski, que completa 78 anos amanhã, exibe um currículo controverso: em um lado da folha, o mais dourado, constam filmes premiados como Chinatown, O Bebê de Rosemary e O Pianista, obras rigorosas que o transformam em um dos grandes diretores de cinema; do outro, mais cinzento, figura uma infância miserável durante a 2ª Guerra Mundial, época em que perdeu a mãe em um campo de concentração, prenunciando uma trajetória tumultuada, marcada ainda pelo cruel assassinato de sua mulher, a atriz Sharon Tate, em 1969, quando estava grávida de oito meses, e pela acusação de estupro de uma menor, em 1977, iniciando um processo que ainda o impede de voltar aos Estados Unidos.
"Suas grandes obras estão associadas a tragédias", comenta Christopher Sandford, autor de Polanski - Uma Vida, lançado agora pela Nova Fronteira. Biógrafo de outros famosos (Kurt Cobain, David Bowie, Mick Jagger), ele conversou com 270 pessoas que conviveram de alguma forma com o diretor - Polanski, no entanto, recusou-se a dar entrevista. O resultado é o perfil detalhado de um diretor perfeccionista, egocêntrico, impulsivo e profundo conhecedor da arte cinematográfica. Um homem ranheta, de 1,60 m de altura, que dirigiu 19 filmes, desde A Faca na Água, de 1962, até o ainda inédito O Deus da Carnificina, a ser exibido no próximo Festival de Veneza. Sobre Polanski, Sandford conversou com o Estado.

Por que o interesse pela vida de Polanski?

Tudo começou quando ele ganhou o Oscar de diretor por O Pianista, em 2003: fiquei surpreso ao descobrir que Polanski tornou-se o cineasta mais velho a vencer nessa categoria, algo não conquistado por Clint Eastwood. Foi uma medida ousada de Hollywood, pois ele ainda enfrentava problemas legais aqui nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, fui tomado por recordações de sua vida tumultuada: de enfant terrible quando jovem a um homem maduro e adaptado ao sistema.

Continua Estadão.com

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