quarta-feira, 24 de agosto de 2011

"Planeta dos Macacos", 1968 ou 2011 ?



Artur Xexéo - no blog 


Nesta sexta-feira, estreia em algumas centenas de cinemas brasileiros “Planeta dos Macacos: a origem”. Pode não parecer, mas esta é uma boa notícia. O primeiro filme do que promete ser uma série encerra a temporada de verão do cinema infantilizado que chega dos EUA e domina as salas de exibição por três meses. Quer dizer, “de verão” lá pra eles porque aqui tais filmes chegam num período de frio e muito casaco. Nada a ver com o cinema feito para agradar a espectadores de bermudas, tomando baldes de refrigerante com overdose de gelo enquanto tentam entender uma obra que cada vez mais dispensa atores e aposta na computação. Em 3D ou não.

Este “Planeta dos Macacos” não é exibido em 3D, o que já lhe dá uma vantagem sobre os concorrentes. Mas abusa da computação, o que também não é de todo mau. Produzidos pela mesma equipe premiada de “Avatar”, seus efeitos especiais são os melhores da temporada e dão, enfim, alguma credibilidade à “interpretação” digital. Um bando de macacos atacando a ponte Golden Gate, em São Francisco, é uma cena impactante. Não tão impactante quanto aquela, de 1968, interpretada por um Charlton Heston a cavalo encontrando os escombros de uma Estátua da Liberdade numa praia americana, o filme que dá sentido ao que está para entrar em cartaz. Daquela vez, havia só cenografia e um bom movimento de câmera. E era muito mais eficiente. Mas pode ser que, para novas gerações, a última sequência de “O Planeta dos Macacos”, aquela realizada há mais de 40 anos, não signifique muita coisa.

Não vai aqui uma crítica negativa a “Planeta dos Macacos: a origem”. O filme é sempre divertido, muitas vezes emocionante e possui um roteiro compreensível para maiores de 18 anos, o que nos dias de hoje é uma raridade.







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