sábado, 13 de agosto de 2011

"Balada do Amor e do Ódio", estreia promissora


André Miranda


RIO - O circo é a casa, e os palhaços de "Balada do amor e do ódio" são a expressão da personalidade bem-humorada do diretor espanhol Álex de la Iglesia. Famoso por obras como "O dia da besta" (1995) e "Crime ferpeito" (2004), Iglesia saiu consagrado do Festival de Veneza de 2010 após "Balada..." receber os prêmios de direção e roteiro. O longa, que estreou ontem no Brasil, mostra a evolução de um adolescente crescido na Espanha franquista até se tornar um atormentado palhaço de circo.

Em meio à produção de um novo trabalho, "La chispa de la vida", Iglesia conversou com O GLOBO.

O GLOBO: Seu novo filme, "Balada do amor e do ódio", é repleto de representações - políticas, sociais, familiares e do próprio cinema - em um único ambiente: o circo. Você acredita que o circo pode ser enxergado como um microcosmo da vida?

ÁLEX DE LA IGLESIA:Pelo menos da minha, é. Minha vida é um circo, meu trabalho é um circo. O circo é, efetivamente, um Imago Mundi (o mapa mundi mais antigo conhecido hoje, de 600 a.C.) mais ilustrativo, que se apresenta para mim de forma desagradável, sinistra, violenta e aterrorizante.

O protagonista do filme é um homem que carrega consigo as feridas do franquismo. Essas feridas ainda não estão cicatrizadas na Espanha?

Do meu ponto de vista, não. Todos nós trazemos esse passado que nos condiciona, direta e indiretamente. Dizem que a única maneira de superar a transição foi acabar com essa dor, silenciá-la, seguir em frente. Essa ferida infectada define a política e a vida social da Espanha no momento. 

Continua O Globo Abaixo, os trailers







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