segunda-feira, 12 de setembro de 2011

"Fausto" recoloca Veneza entre os Festivais

Luiz Zanin Oricchio - O Estado de S.Paulo

O Leão de Ouro a Fausto, do russo Aleksander Sokurov, foi a tacada de mestre que recoloca Veneza na altura dos grandes festivais do mundo. 

Ao contrário do que vinha acontecendo em anos recentes, o júri presidido por Darren Aronofsky desta vez deixou filmes menores em justo segundo plano e escolheu uma obra sólida, provavelmente destinada a durar na memória dos cinéfilos. "Foi uma escolha unânime entre os sete jurados", disse Aronofsky em entrevista após a premiação. 

Sokurov - foto AFP- Tiziana Fabi
Ao contrário do que vinha acontecendo em anos recentes, o júri presidido por Darren Aronofsky desta vez deixou filmes menores em justo segundo plano e escolheu uma obra sólida, provavelmente destinada a durar na memória dos cinéfilos. "Foi uma escolha unânime entre os sete jurados", disse Aronofsky em entrevista após a premiação. 

Não há porque duvidar. Preferências subjetivas à parte, essa livre adaptação do clássico de Goethe, em imagens oníricas que retratam um personagem ávido pelo poder, era o que havia de mais consistente na boa safra de Veneza 2011.

Menos fáceis, no entanto, devem ter sido as outras escolhas dos jurados. Afinal, se Fausto era mesmo um dos favoritos, alguns dos outros preferidos da crítica e do público, como Carnage, de Roman Polanski, e The Ides of March, de George Clooney, foram ignorados por completo. 

Na véspera da premiação, correu o boato de que Clooney estaria voltando para o Lido, sinal de prêmio importante a receber. Mas isso não se concretizou. Correu também que haveria um "veto" americano a Polanski por conta do processo por sedução de menores que ainda pesa contra ele nos EUA. 

Prudente, Polanski não veio à Itália, gato escaldado pela prisão domiciliar que sofreu na Suíça. Retiro forçado onde, aliás, escreveu o roteiro de Carnage (O Deus da Carnificina), agudo texto de Yasmina Reza sobre a intolerância.


Nenhum comentário:

Postar um comentário