quarta-feira, 25 de maio de 2011

"Pulp Palocci Fiction". Sem comentários.



São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 2011


FERNANDO DE BARROS E SILVA

Palocci Fiction

SÃO PAULO - Franklin Martins andava sumido. Sua chegada súbita ao Palácio da Alvorada, na última sexta pela manhã, trouxe a recordação de "Mr. Wolf", o personagem de Harvey Keitel em "Pulp Fiction", o filme cult de Quentin Tarantino.
"Mr. Wolf" se apresentava como aquele que "resolve problemas". Na prática, era um "cleaner", especialista em orientar a limpeza da cena do crime. Para ser mais justo, apesar dos serviços prestados por Franklin a Lula, se houve um "Mr. Wolf" na gestão anterior ele se parece mais com Márcio Thomaz Bastos, o ministro-advogado que operou a redução de danos no mensalão e no escândalo do caseiro.
Antonio Palocci voltou a necessitar de um "Mr. Wolf". Alguém que explique que nunca houve crime, incompatibilidades ou conflito de interesses entre o exercício do mandato parlamentar, a coordenação da campanha de Dilma e as atividades da consultoria Projeto, a sua galinha dos ovos de ouro.
Um dos traços que distinguiam "Mr. Wolf" era a presteza do serviço. Esse trunfo o governo já perdeu. Ao desdém inicial do Planalto seguiu-se o mutismo catatônico do ministro diante do escândalo. O cadáver está lá, exposto há dias, e Palocci talvez acredite que ele possa ser assimilado à paisagem, por exaustão da capacidade do público de se espantar. É uma hipótese.

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( PS.: o blog recomenda: veja o trailer abaixo) 

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