Quem é o dinamarquês Nicolas Winding Refn, que tirou o prêmio de direção de medalhões como Almodóvar e Moretti
Rodrigo Fonseca, enviado especial - O Globo
CANNES - Pilotando um filme de ação, gênero que as maiores mostras de cinema do mundo em geral tratam com desdém, o dinamarquês Nicolas Winding Refn, de 40 anos, tirou de medalhões da arte de filmar como o espanhol Pedro Almodóvar e o italiano Nanni Moretti, o prêmio de melhor direção do 64 Festival de Cannes, encerrado no último domingo.
Engasgado na garganta da ala mais conservadora da crítica por flertar explicitamente com a linguagem do cinema mais comercial, o filme de Nicolas, "Drive", é um thriller automobilístico ambientado em Los Angeles, onde um motorista profissional (Ryan Gosling) ganha a vida trabalhando como dublê de dia e como chofer de assaltantes em roubos complicados à noite.
Embora siga plasticamente o visual dos filmes violentos da Hollywood dos anos 1980, o longa-metragem - o nono de uma carreira inaugurada em 1996 com "Pusher" - evoca em suas tomadas de perseguição a estética de Sam Peckinpah ("Os implacáveis"), Mike Hodges ("Carte - O vingador") e George Miller ("Mad Max"), recuperando a tradição do herói solitário, anônimo e silencioso, adepto da filosofia do "exército de um homem só" cujo prazo de validade expirou à força da correção política.
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