RIO DE JANEIRO - A estrela americana Lindsay Lohan, 24 anos, foi condenada a quatro meses de prisão pelo furto de um colar numa loja de Los Angeles. Por que uma mulher rica, bonita e admirada como Lindsay teria feito aquilo? Porque as substâncias que se tornaram o seu feijão com arroz -álcool e cocaína- já tomaram o poder sobre sua vontade. Vide seu entra e sai de clínicas para dependentes e prisões por infrações de trânsito, desacato à autoridade e violação de liberdade condicional.
Charlie Sheen, 45, astro em galopante carreira para o abismo, também tem ocupado o noticiário, não por seu trabalho como ator, mas pela exposição obsessiva de seu ego e pela prepotência com que se refere aos produtos que o estão destruindo -como se ainda fosse senhor de suas decisões. E Mel Gibson, 55, decepcionou seus fãs ao dizer outro dia que não se importa se não voltar a ser ator. É uma admissão de que não vale a pena lutar pela sobriedade e pela lucidez. A doença venceu.
Lohan, Sheen e Gibson vêm se juntar a nomes brilhantes dos anos 70 que viram sua vida profissional abreviada por bebida, droga e remédios, ou tiveram uma carreira errática e com menos sucesso do que mereciam: Liza Minnelli, Ryan O'Neal, Donald Sutherland, Ali McGraw, James Caan, Carrie Fisher, Richard Dreyfuss, Melanie Griffith e o próprio pai de Charlie, Martin Sheen. Sem contar os que morreram, como John Belushi.
Na velha Hollywood, os estúdios escondiam do público os problemas de seus contratados -deuses como Spencer Tracy, Errol Flynn, William Holden, Montgomery Clift, Judy Garland. Evitava-se o escândalo, não a progressão da doença. Hoje, ninguém se escandaliza com nada, mas, sem os estúdios, os atores têm de lidar sozinhos com a doença, a exposição pública e a previsível e inevitável derrocada na carreira e na vida.
São Paulo, segunda-feira, 16 de maio de 2011
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