sexta-feira, 8 de abril de 2011

"Jogo de Poder"

Joseph Wilson, por Sean Penn
É um filme que deveria fazer parte dos currílos escolares, com debates em sala. Nele, fica evidente a manipulação da opinião publica, com a conivência da imprensa dos EUA, feita pela CIA e o governo George Bush para justificar a guerra contra Saddam Hussein e o Iraque.

"Jogo de Poder" é baseado em fatos envolvendo a agente da CIA Valerie Plame, interpretada por Naomi Watts, e seu marido, o ex-embaixador Joseph Wilson, por Sean Penn. Plame é uma das principais agentes especializadas em armas nucleares da Agência. Dedicada às missões quase ao ponto de renegar casamento e filhos.

Desconfiada que seus colegas trabalhavam sem evidências consistentes de que Hussein fabricava armas nucleares com matéria prima comprada no Níger, um miserável país africano, pede ajuda ao marido. Como já havia servido na região, ele transita com facilidade e consegue comprovar que a compra nunca houve.

Indignado com a manipulação, Wilson escreve um explosivo artigo para o New York Times contando o que sabe. A bomba explode no colo do governo Bush, parte da imprensa dos EUA compra a polêmica e a confusão está formada.


 Plame, Naomi Watts
O casal precisa ser destruído e um novo esquema de vazamentos de informações é articulado pela Casa Branca, que não poupa a identidade de Plame, arrasando também com a vida da família.

"Jogo de Poder" é dirigido por Doug Liman, que tem na carreira os vários "A Identidade Bourne" e "Sr. e Sra. Smith". Com ótimas interpretações de Watts e Penn, um ator que gosta de papéis politizados e produções independentes.

Os pontos negativos são o excessivo uso de uma desnecessária câmera na mão, jogando a cabeça do espectador de um lado para outro. Isso, somado ao grande número de informações transmitidas rapidamente, é exaustivo. O outro é o discurso politicamente correto de Wilson um pouco acima da conta.

Um filme a ser visto na sequência é "Zona Verde". Este mostra, já após a invasão, os micos de um batalhão especial em busca das inexistentes armas nucleares de Saddam.

"Jogo de Poder", curiosamente, não recebeu indicações para Oscar e não fez sucesso nas bilheterias dos EUA. Um paranóico agente secreto da extinta URSS diria que não é coincidência.



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