Minha alma tangueira me levou a ver no Bafici o filme "El Hombre que Baila", que prometia um retrato de Héctor Mayoral, um conhecido bailarino de tango de Buenos Aires. Um dançarino “da velha guarda”, como se diz.
Pois bem, a película, dirigida por Sergio Aisenstein e Pablo Pintor vai entrar para a história como uma das piores do festival. O roteiro é um desastre e só posso pensar que a equipe estava toda sob o efeito de alguma substancia que faltava a boa parte da platéia.
A história é a seguinte: o protagonista, o próprio Héctor Mayoral, sai por Buenos Aires num carro dirigido por Gardel, atrás de três amigos milongueiros. Até aí tudo bem. Os três amigos são um boxeador, um coveiro e um terceiro que está internado num manicômio. Ok.
O problema é que eles não têm função nenhuma no filme! Depois de encontrados, desaparecem. Entram em ação uma dupla de cegos dançando tango e um hipnotizador!! Foi demais para mim.
A resenha do Bafici e o trailer prometiam uma coisa e entregaram outra! Com as ótimas cenas de arquivo que tinham, poderiam ter feito um bom documentário. Mas o pessoal resolveu inovar....Deu no que deu. Fico com pena porque Héctor Mayoral tem uma historia no tango e não precisava passar por este vexame.
Mas para não dizer que só tem filme ruim sobre tango, deixo a dica de uma grande película, chamada "El Ultimo bandoneon", um documentário que investiga o tango por meio da história de Marina Gayoto.
Marina é uma jovem tocadora de bandoneón, que ganha a vida se apresentando em bares e nos subterrâneos do metrô. A grande oportunidade de sua vida surge quando se inscreve numa audição convocada pelo maestro Rodolfo Mederos para formar sua nova orquestra.
Mas o instrumento está bastante deteriorado, e o próprio Mederos sugere a necessidade de ela conseguir um novo bandoneón à altura do compromisso.
Ela, então, empreende uma impetuosa busca ao mítico Doble A, o Stradivarius dos bandoneóns. Sua caçada converte-se numa travessia pelos tradicionais bailes da cidade, onde encontra veteranos maestros de tango e descobre as velhas glórias do histórico instrumento. Uma delícia.
Por Gisele Teixeira, Aquí me quedo
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