A participação do Brasil no Oscar deste ano foi uma ducha de água fria na indústria cinematográfica nacional. Espera-se que uma ducha daquelas que tomam os embriagados para curar o porre e recobrar a lucidez.
Nosso indicado, a dedo, foi "Lula, o Filho do Brasil". Uma indicação política, por mais que se esforcem para dizer ao contrário. Em detrimento do trabalho do resto da indústria. O resultado não poderia ser outro: o filme errado, na hora errada, para o lugar errado.
Entramos no Oscar 2011 pela porta dos fundos, apenas ao emprestar para um documentarista as imagens - e o trabalho exemplar do artista plástico Vik Muniz - no lixão de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias ( RJ ), considerado um dos maiores aterros sanitários do mundo.
O documentário registra o trabalho do artista ao transformar, literalmente, lixo em arte. "Lixo Extraordinário" foi premiado em diversos festivais no ano passado, como Sundance e Berlim, além de receber o Prêmio de Direitos Humanos da Anistia Internacional.
O prêmio de consolação para os nossos diretores, produtores, artistas, técnicos, roteiristas é que a indústria cinematrográfica internacional conhece a qualidade e a seriedade do cinema brasileiro. O mesmo não se pode dizer da politicagem, que às vezes se supera.
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