São Paulo, terça-feira, 08 de maio de 2012 |
Paula Cesarino Costa
Um Rio para Woody Allen
Em 2009, o governador e o prefeito do Rio receberam os produtores do cineasta norte-americano interessados na possibilidade de filmar na cidade. A dupla Sérgio Cabral-Eduardo Paes tem se especializado em propagandear a cidade pelo mundo. O mais recente dessa safra de filmes-homenagem a cidades que Woody Allen tem feito, "Para Roma, Com Amor", foi criticado na Itália por abusar dos lugares-comuns, mostrar cenários óbvios como o Coliseu e retratar personagens estereotipados como guardas de trânsito e mulheres exuberantes. O longa, inédito no Brasil, tem a participação de Roberto Benigni, Penélope Cruz, Alec Baldwin e Jesse Eisenberg. Um dos momentos mais engraçados é quando o diretor leva para um suntuoso teatro de ópera um cantor que só consegue bom desempenho no banheiro -e, para isso, leva ao palco o próprio chuveiro. No ano passado, o cineasta disse que, se o projeto sobre o Rio vingar, deverá passar uma temporada na cidade para se inspirar e preparar um roteiro que capture a alma local. Com as últimas desventuras do governador do Rio e de seu secretariado em Paris, nenhum absurdo alleniano poderá ser rejeitado. Se Allen tivesse colocado a fina flor da elite fluminense de guardanapo na cabeça, gritando e falando vulgaridades, e suas mulheres quase dançando cancã com sapatos Louboutin, possivelmente estaríamos indignados em praça pública. Roma reclamou de o cineasta tê-la filmado como cartão-postal, com piadas discretas sobre Berlusconi. O Rio, com um governo como o da república de "Bananas" de Woody Allen, não poderá reclamar de como for recriado nas telas. |
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