quinta-feira, 9 de junho de 2011

"Belair", um sonho contra a ditadura

Foto do cartaz de Belair
Estreia neste final de semana, em algumas cidades brasileiras, "Belair", o filme que conta o sonho de dois jovens, Rogério Sganzerla e Julio Bressane, que, em 1970, no auge da ditadura, fundaram a Belair Filmes.

Enquanto durou foram felizes e criativos, entre feveiro e maio daquele ano realizaram quase um recorde, nada menos do que sete filmes de longa metragem: A Família do Barulho; Carnaval na Lama; Barão Olavo. O Horrível; Copacabana, Mon Amour; Cuidado, Madame; Sem Essa Aranha; A Miss e o Dinossauro.

Sganzerla, considerado um obcecado por Orson Welles, prematuramente falecido, uniu-se a Bressane em 1969, durante o Festival de Brasília, com o objetivo de fazer um cinema democrático, de baixo custo, de radicalização e experimentação.

Para eles, o cinema era "uma fonte radical de autotransformação e de auto-aprimoramento, pois pensavam o cinema como um organismo intelectual demasiadamente sensível que transpassa todas as artes, as ciências e a vida", dizem as informações sobre "Belair".

Para fugir da pasteurização permitida pela ditudura militar, contam que buscavam trazer para as telas uma nova proposta de dramaturgia, de captação da luz, da música e da montagem.

Não custa lembrar que a grande produção cinematográfica brasileira durante a ditadura militar iniciada em 1964 foi a pornochanchada.

Naturalmente que o resultado não poderia ter sido outro: o exílio dos diretores e o desconhecimento quase total daquelas obras pelo grande público.



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