São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 2011
RUY CASTRO
Voando para o Rio
RIO DE JANEIRO - De repente, Hollywood é aqui. O Rio está sendo descoberto pelo cinema internacional, e por vários motivos: o Brasil está bem na fita, a bilheteria interna revelou-se gigantesca, criaram-se comissões especiais para fazer a cidade de cenário e acabou o vodu da violência. Tornou-se ideal para filmagens, para lançamento de blockbusters ou mesmo para os grandes astros, que vêm a trabalho e se sentem bem, sem assédios.
Nos anos 50 e 60, o Rio também era uma minimeca para artistas do cinema, mas em outros termos. Jorginho Guinle, carioca querido em três continentes, os convidava. A Varig dava as passagens. O Copacabana Palace e o Hotel Glória os hospedavam. O Rio entrava com o Carnaval, os bailes, as festas, os passeios e a paisagem -com a cidade, enfim. Não rolava dinheiro público. Foi assim que estiveram por aqui Ava Gardner, Ginger Rogers, Edith Piaf, Lana Turner, Kim Novak, Romy Schneider, Jayne Mansfield, Susan Hayward, Zsa Zsa Gabor, Anita Ekberg, Janet Leigh, Gina Lollobrigida, Brigitte Bardot, muitas mais, quase todas a passeio (vide o recém-lançado livro "As Divas no Brasil", de Evânio Alves). Homens, também: Rock Hudson, Tony Curtis, Maurice Chevalier.
Hudson, então o maior galã do cinema, veio para o Carnaval de 1958. Harry Stone, representante dos estúdios americanos no Brasil, sabia que ele era gay. Para prevenir um vexame, Stone pediu à bela Ilka Soares, estrela do cinema nacional, que "namorasse" Rock, só por aqueles dias. O "namoro" previa uma ida à praia no deserto Recreio, para serem "flagrados" pelos repórteres de "O Cruzeiro", que os fotografariam de longe, com as teles. Rock se levantaria e faria sinais de quem queria "ficar a sós" com Ilka. Puro cineminha, claro.
Os astros de hoje são diferentes, talvez mais profissionais. Não viajam de graça, fazem mil exigências e cobram para beijar as nativas.
Voando para o Rio
RIO DE JANEIRO - De repente, Hollywood é aqui. O Rio está sendo descoberto pelo cinema internacional, e por vários motivos: o Brasil está bem na fita, a bilheteria interna revelou-se gigantesca, criaram-se comissões especiais para fazer a cidade de cenário e acabou o vodu da violência. Tornou-se ideal para filmagens, para lançamento de blockbusters ou mesmo para os grandes astros, que vêm a trabalho e se sentem bem, sem assédios.
Nos anos 50 e 60, o Rio também era uma minimeca para artistas do cinema, mas em outros termos. Jorginho Guinle, carioca querido em três continentes, os convidava. A Varig dava as passagens. O Copacabana Palace e o Hotel Glória os hospedavam. O Rio entrava com o Carnaval, os bailes, as festas, os passeios e a paisagem -com a cidade, enfim. Não rolava dinheiro público. Foi assim que estiveram por aqui Ava Gardner, Ginger Rogers, Edith Piaf, Lana Turner, Kim Novak, Romy Schneider, Jayne Mansfield, Susan Hayward, Zsa Zsa Gabor, Anita Ekberg, Janet Leigh, Gina Lollobrigida, Brigitte Bardot, muitas mais, quase todas a passeio (vide o recém-lançado livro "As Divas no Brasil", de Evânio Alves). Homens, também: Rock Hudson, Tony Curtis, Maurice Chevalier.
Hudson, então o maior galã do cinema, veio para o Carnaval de 1958. Harry Stone, representante dos estúdios americanos no Brasil, sabia que ele era gay. Para prevenir um vexame, Stone pediu à bela Ilka Soares, estrela do cinema nacional, que "namorasse" Rock, só por aqueles dias. O "namoro" previa uma ida à praia no deserto Recreio, para serem "flagrados" pelos repórteres de "O Cruzeiro", que os fotografariam de longe, com as teles. Rock se levantaria e faria sinais de quem queria "ficar a sós" com Ilka. Puro cineminha, claro.
Os astros de hoje são diferentes, talvez mais profissionais. Não viajam de graça, fazem mil exigências e cobram para beijar as nativas.
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