Roberta Pennafort - O Estado de São Paulo
Na última década, a produção cinematográfica brasileira aumentou mais de três vezes em relação à anterior. O público que foi conferir seu próprio cinema também vem crescendo – em 2001, eram 6,9 milhões de pessoas; em 2010, 25,6 milhões, segundo pesquisa do Filme B, portal que monitora esses números.
A fatia do mercado agora é de 19%, quando há dez anos era de 9,3%. Mas uma boa parte do que aqui se cria não encontra espectador. E para tentar mudar isso, a saída pode estar não na sala escura, mas na sala de casa.
É a aposta do Movie Box Brazil, canal de TV fechada que deve ser lançado em agosto. O sinal já existe, só falta terminar as negociações com as operadoras. É como o Canal Brasil, mas sem o olhar para o passado: o foco está ajustado na produção deste século.
Foi o período em que surgiram as franquias Tropa de Elite, com seus mais de 13,5 milhões de espectadores, e Se Eu Fosse Você, com quase 10 milhões, além de mais de uma dúzia de blockbusters.
Por outro lado, foi também uma época em que a pirataria se intensificou. Isso sem falar na resistência que ainda existe na hora de escolher qual filme ver, na fila do cinema: arriscamos aquele brasileiro do qual não ouvimos falar ou ficamos com o americano que está anunciando em todo lugar?
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