Oscar 2011, todos em seus devidos lugares

Venceu a tradição. Ganhou o cinema. A Academia este ano foi conservadora, premiou os filmes em seus devidos lugares, deixando, por exemplo, os efeitos especiais de "A Origem" com Efeitos Especiais, Mixagem de Som e um duvidoso Oscar para Fotografia.

O mesmo para "Toy Store 3", que ficou com o merecido Animação e Canção Original, premiando o bom humor do veterano Randy Newman. Para decepção do comentarista Rubens Ewald Filho, que torcia para ser um Oscar de Melhor Filme, durante a sua correta transmissão ao vivo pelo TNT.

A grande decepção foi o indicadíssimo "A Rede Social", que não passou de Montagem e Roteiro Adaptado. Tudo também no seu devido lugar para um filme que navega na coincidência das discussões sobre as oportunidades e dificuldades do Facebook na vida real.   

Melhor Filme, Diretor ( Tom Hooper ) , Roteiro Original e Ator ( Colin Firth ) para "O Discruso do Rei" não surpreendem exatamente pela correção, é um filme que tem exatamente isso, uma história real inédita, muito bem protagonizada e dirigida. 

Nesse perdi o palpite e a torcida para Coadjuvante, entregue a Christian Bale, por "O Lutador", que também levou o de Atriz, com Melissa Leo, seus dois prêmios nesta edição do Oscar.

Minhas apostas em "Cisne Negro" ficaram apenas no reconhecimento, que dispensa comentários, para Natalie Portman como Melhor Atriz. Deve ser por isso que nunca acertei na loteria.

A lista completa de vencedores:

- Filme: "O Discurso do Rei"
- Diretor: Tom Hooper, por "O Discurso do Rei"
- Ator: Colin Firth, por "O Discurso do Rei"
- Atriz: Natalie Portman, por "Cisne Negro"
- Ator coadjuvante: Christian Bale, por "O Lutador"
- Atriz coadjuvante: Melissa Leo, por "O Lutador"
- Roteiro original: "O Discurso do Rei"
- Roteiro adaptado: "A Rede Social"
- Filme estrangeiro: "Em Um Mundo Melhor", Dinamarca
- Trilha sonora: "A Rede Social"
- Canção original: "Toy Story 3", com "We Belong Together"
- Fotografia: "A Origem"
- Montagem: "A Rede Social"
- Direção de arte: "Alice no País das Maravilhas"
- Figurino: "Alice no País das Maravilhas"
- Efeitos especiais: "A Origem"
- Animação em longa-metragem: "Toy Story 3"
- Animação em curta-metragem: "The Lost Thing"
- Mixagem de som: "A Origem"
- Edição de som: "A Origem"
- Maquiagem: "O Lobisomem"
- Curta-metragem: "God of Love"
- Documentário em curta-metragem: "Strangers No More"
- Documentário: "Trabalho Interno" 

Os filmes, sem surpresas, deste 83º Oscar naturalmente levaram a uma cerimônia também sem surpresas. Mantidas as piadinhas de pouca graça. Nem os discursos dos premiados extrapolaram, ficaram na linha família, companheiros e companheiras, equipes.

No famoso tapete vermelho, e também no palco, Scarlett Johansson linda, e chique, achei eu, à bordo de um Dolce & Gabbana. É o perfil mais lindo do cinema no momento. Fiquei muito em dúvida com o laço, imenso, na derrière de Sandra Bullock. A sorte é que não entendo de moda.

 

Palpites para o Oscar 2011

Dia de Oscar é igual a final de Copa do Mundo, todo mundo tem palpites e favoritos.

Então vamos lá. Melhor Filme, "Cisne Negro". No conjunto da obra, é o que mais me mobilizou. Tem paixão, sensualidade, perversidade, obsessão, argumento e roteiro que provocam reação, a boa função da arte.

"Cisne Negro" permanece mais tempo na memória. O mesmo acontece com "Inverno da Alma", que dificilmente ganhará como o melhor filme, mas merece o Melhor Roteiro Adaptado. Envolvente, e também mobiliza o espectador.

Ator, embora as interpretações com latinidade de Javier Bardem, que este ano concorre com "Biutiful", sempre se destaquem, Colin Firth esta mais completo em "O Discurso do Rei", e leva o voto pelo empenho ao personagem.

Filme que dá a Geoffrey Rush desempenho de sobra para levar o de Coadjuvante. Entre as mulheres fico devendo, não vi todas as películas. O mesmo para Diretor e Roteiro Original, embora nesta categoria goste da provocação de "Minhas Mães e Meu Pai".

Sem originalidade é o voto para Melhor Atriz. Será a maior zebra do ano se Natalie Portman não levar. É daquelas interpretações consagradoras. Seu total envolvimento e entrega ao papel faz parecer uma personagem real. Acontece de tempos em tempos na história do Oscar.

Agora é só comprar a pipoca para microondas e esperar a enfadonha cerimônia.

"Bruna Surfistinha", é hoje.

Foto divulgação

Façam suas apostas. Nunca antes na história de um filme nacional houve tamanho marketing casado para um lançamento. Às coincidências: Deborah Secco, que hoje adentra salas mais escurinhas, está também na novela das nove, em crescente exposição da sua personagem.E põe exposição nisso.

Nos últimos capítulos, tem desfilado com alguma coisa que de longe lembra um vestido. Hoje, além de 450 cinemas brasileiros como "Bruna Surfistinha", la Secco, na carne de Natalie Lamour, cai no conto do banqueiro Horácio Cortez, papel de Herson Capri, na novela "Insensato Coração", e pimba, segundo a Globo.com.

  
Mais uma casadinha: no folhetim das nove -depois de mais de um mês de BBB-, Lamour é uma ex-terceira colocada de um reality show que já perdeu os 15 minutos de fama e busca desesperadamente um homem rico.“Não quero joia de designer, quero pedra valiosa” é a sua máxima. Nem Sza Sza Gabor se adaptaria melhor aos novos tempos.

Somando tudo isso a história real de uma garota de programa que glomourizou o sexo pago, o que por si só já teria apelo de bilheteria suficiente, é possível entender a aposta dos produtores de "Bruna Surfistinha" e acreditar que a película será um novo recorde nacional, batendo "Tropa de Elite 2". Eu não duvido de tantas coincidências.

"Cisne Negro", efeitos visuais

"127 horas" - tema músical

A Distribuidora Fox está divulgando o clip com a música "If I Rise", de A.R Rahman, tema musical oficial que vai concorrer, representando o filme "127 Horas", ao Oscar de melhor trilha sonora.

Um contraste total com a adrenalina do filme.

O indiano Allah Rakha Rahman tem chances, ele é conhecido, no mundo cinematográfico, como um profissional em criar trilhas sonoras.

Porta Curtas

A dica veio por amigos do Facebook. Trata-se de um site, portacurtas.org.br, com patrocínio da Petrobras, onde estão catalogados mais de 6 mil curtas, sendo 895 disponíveis para assistir.

São filmes catalogados nas classificações animação, documentário, experimental, conteúdo adulto e ficção. Segundo os organizadores, o projeto, além de pioneiro na internet brasileira, respeita as versões originais, sem cortes ou edições. É uma afirmação que soa estranha, mas está lá.

Para receber informações semanais sobre lançamentos e outras novidades basta fazer cadastramento. Se você tem um site ou blog sobre cinema também pode reproduzir os curtas. Essa parte do site é burocrática e hostil.

O acervo tem bons títulos, diretores e protagonistas. Embora a qualidade, a definição, da imagem de alguns fique a desejar no modo tela cheia. 

Fechamento do Belas Artes é adiado

Bruno Paes Manso - O Estado de S.Paulo

Sócios devem fazer nova oferta hoje, após proprietário aceitar redução no valor do aluguel; três empresas vêm negociando patrocínios

A reabertura das negociações do valor do aluguel do prédio do Belas Artes levou os sócios do cinema, que fica na esquina da Avenida Paulista com a Rua da Consolação, a adiarem a data do fechamento, marcado para amanhã.

Segundo André Sturm, um dos sócios do Belas Artes, deve-se fazer hoje uma nova oferta para o proprietário. O dono do imóvel pedia R$ 150 mil, mas aceitou baixar o valor. Na semana passada, Sturm havia oferecido R$ 85 mil, proposta que foi recusada. Como as negociações estão em andamento, Sturm prefere não falar em nova data para um eventual fechamento do cinema.

"Estamos tentando chegar a uma equação que agrade ao proprietário. Não conseguiremos nos aproximar dos R$ 150 mil, mas estamos pensando em alternativas que não sejam somente financeiras, como a participação na bilheteria ou em algo do gênero", disse Sturm.

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"VIPs"

Capa do livro "VIPS"

Parece que vai. Depois de vencer o Festival do Rio nos votos do júri, em outubro passado, "VIPs" ficou na prateleira, mas agora está com estreia prevista para 25 de março.

Embora baseado numa história real, "VIPs" ganhou na categoria ficção, contando o acachapante golpe aplicado por Marcelo Nascimento Rocha, que se fez passar por filho de Nenê Constantino, dono da aérea GOL, durante um carnaval no Recife, em 2001.

Lá apresentou-se como Henrique Constantino e chegou a ser entrevistado por Amaury Junior, então na TV Record. O mico está no filme. A entrevista original aqui.

Foi preso na sala vip da Líder, junto aos atores-caroneiros Marcos Frota, Carolina Dieckman e o empresário Ricardo Macchi, esperando o jatinho que os levaria para São Paulo.

Nascimento é interpretado por Wagner Moura, o que lhe valeu o prêmio de melhor ator. Gisele Fróes e o argentino Jorge D'Elía ficaram com os prêmios de coadjuvantes. Dirigido por Tonilko Melo, tem Fernando Meirelles, da O2, como produtor.

A história completa das dezenas de golpes, iniciados quando o protagonista ainda era menino, está no livro "VIPS - Histórias Reais de um Mentiroso", de Mariana Caltabiano.

"VIPs", o filme, está sendo comparado a "Prenda-me se for Capaz", outra história real, que tem Leonardo Di Caprio interpretando Frank Abgnale, um dos maiores vigaristas da história dos EUA.

Prepare-se para "Inverno da Alma"

Prepare-se. Escolha um dia tranqüilo. E assista "Inverno na Alma". Um filme independente, que custou apenas US$ 2 milhões, já premiadíssimo e ainda concorrendo a melhor filme e melhor atriz no Oscar, pelo desempenho de Jennifer Lawrence.

Ela interpreta uma adolescente de 17 anos, responsável por cuidar da mãe, louca depois do desaparecimento do marido, e de dois irmãos de 12 e seis anos. O filme se passa nos confins do Missouri, onde se escondem mafiosos produtores de drogas, profissão do pai.

Ree, com a ajuda do violento tio, viciado em cocaína, interpretação que também rendeu a Jonh Hawkes indicação para o Oscar de ator coadjuvante, sai em busca do pai, vivo ou morte, para não perder a casa onde vivem e que foi dada como fiança.

"Winter's Bone" é uma adaptação que a própria diretora Debra Granik fez do romance policial escrito por Daniel Woodrell. Concorre ao Oscar de roteiro adaptado.

É um filme dramático, frio, com imagens sujas e sombrias, 90% do tempo filmado em dias nublados. Tênues raios de sol só aparecem no final.

O mistério do desaparecimento começa a ser desvendado em uma das cenas mais marcantes do filme. De segurar a mão do acompanhante.

Não é recomendado para domingo, dia mundial da depressão.

A vingança dos aborígenes ou "O Discurso do Rei"

Experimente "O Discurso do Rei" pela interpretação do professor Lionel Logue, papel de Geoffrey Rush, indicado para o Oscar de melhor ator coadjuvante.

Lembre que Logue é um australiano, país usado pela coroa britânica, a partir do final dos anos 1700, como depósito de presos. Intitulado professor, pois não tinha diploma de médico, ele tira o gago rei da Inglaterra do sufoco, literalmente.

Ator de teatro frustrado, Logue é um terapeuta autodidata, que desenvolveu e aprimorou seus métodos em soldados que tinham perdido a voz traumatizados pela I Guerra Mundial. 

Além das terapias inovadoras e nada ortodoxas para os anos 1930 até o início da II Guerra, ele é bem-humorado, abusa da irreverência e trata os poderes constituídos, todos eles, no estilo "tô nem aí".

Mesmo mantendo refinada educação, Logue chega próximo a um comportamento anarquista, embora em nenhum momento o diretor Tom Hopper lembre que esse movimento existisse. 

É com todas essas receitas que ele salva o reinado de George VI, um soberano asfixiado pelo pai e o irmão desde a infância, origem da sua gagueira. 

Colin Firth, indicado para melhor ator, interpreta o rei. Que passa a depender totalmente do súdito para discursar e assim exercer o papel de monarca, em plena expansão do papel do rádio como meio de mobilização nacional. 

"Cisne Negro"é mais impactante, exerce melhor a função da arte.

Sobre a fotografia, sem condições de opinar. Assisti "O Discurso..." numa sala Severiano Ribeiro, no shopping Pátio Brasil, em Brasília. Com uma projeção que começou e terminou no mínimo 30% mais escura que o normal. Algumas cenas, mal se podia vislumbrar além do primeiro plano.

Iraniano vence Berlinale

Asghar Farhadi ganha prêmio máximo com ''Nader and Simin''

 UOL

BERLIM  -O Urso de Ouro da 61ª edição do Festival de Berlim foi atribuído este sábado ao filme "Nader and Simin - a Separation", um drama familiar passado em Teerã do diretor iraniano Asghar Farhadi, que traz à tona o conflito entre a dura tradição religiosa muçulmana e o desejo de mudanças da juventude. Asghar Farhadi, de 38 anos, havia ganhado em 2009 o Urso de Prata de melhor diretor com o filme "Procurando Elly".

Todos os intérpretes do filme ganharam, em conjunto, os Ursos de Prata para os melhores atores e atrizes: Leila Hatami, Peyman Moadi, Shahab Hosseinini, Sareh Bayat, Sarina Farhadi, filha do diretor, e Babak Karimi. O filme foi recebido com aplausos calorosos em sua exibição na última terça-feira, quando emergiu como forte candidato ao prêmio máximo do Festival de Berlim.

"Nader and Simin" leva para as telas outra história fascinante do meio urbano iraniano, através da vida de um casal em crise que se envolve em um problema judicial.

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Cinema não é só um bom filme

Bons filmes, bons patrocínios, podem resultar de uma ideia genial, doses de sorte, de amizades oportunas, públicas ou privadas. Outra coisa é um país afirmar que tem indústria cinematográfica.

Essa é sinônimo de organização, independência - com integração, leis de incentivo claras, recursos democraticamente distribuídos, de modo que mais filhos do Brasil sejam beneficiados. 

Históricamente com altos e baixos, no momento o cinema brasileiro vai bem. Há produção em quantidade, algumas com qualidade internacional, mais salas abrem do que fecham. Mas existem indústrias mais organizadas e não é em Hollywood.

Um exemplo próximo veja no portal de promoção do cinema argentino CINE.AR. Está tudo lá e organizado pelo governo. Tem propaganda? procurando tem. La presidenta anuncia a criação de um canal de televisão para difundir películas argentinas. Mas longe de ser um site chapa branca. 

Tem a programação diária dos cinemas de Buenos Aires e outras cidades do interior. Os próximos lançamentos, com trailers. Tem um acervo com a história do cinema argentino, trazendo o vídeo do primeiro filme e de muitos outros, dividido por décadas desde 1909. 

Tem tudo sobre incentivos para longas e curtas, depoimentos de jovens cineastas, calendário de eventos e festivais, como o do próximo "Pantalla Pinamar", que vem a ser o sétimo encontro cinematográfico argentino-europeu.

Quer estudar cinema na Argentina ou filmar em Buenos Aires? as escolas disponíveis estão lá, assim como empresas que você pode contactar para rodar uma película portenha.

Aproveite para votar no concurso comemorativo do centenário do cinema argentino. Nueve Reinas está em primeiro. "Nove Rainhas" fez sucesso por aqui. Relembre:

"Incêndios"

Os canadenses, via distribuidora Imovision, estão em grande campanha de promoção para "Incêndios", filme de Denis Villeneuve, vencedor do Festival de Toronto e indicado para concorrer ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira.

  

"Incendies" está com data de lançamento marcada para o próximo dia 25 por aqui. Mesmo dia de "Bruna Surfistinha". Falando nela, foi divulgado hoje que o grupo inglês Radioehad teria liberado a inclusão da música "Fake Plastic Trees" na trilha sonora.

Os privilegiados roqueiros teriam assistido ao filme no ano passado, segundo contou o diretor Marcus Baldini ao portal G1. Custa crer que a liberação tenha acontecido faltando apenas oito dias para o lançamento. Marketing é marketing.

Voltando ao fogo canadense, a campanha está animada no twitter, nas redes sociais e até no Youtube. Entretanto, as informações são parcas. A sinopse é pobre, veja abaixo. O que realmente salva e estimula é o trailer. Por dedução, embora falado em francês, a ação acontece em um país árabe.  

Sinopse oficial: Na leitura do testamento de sua mãe, os gêmeos Simon e Jeanne descobrem que eles têm um irmão e que o pai, que os dois achavam que havia falecido, estava vivo. Dentre muitos pedidos, a maioria um pouco desconfortáveis, o último e mais importante vinha junto com duas cartas seladas: encontrar os dois e entregar-lhes.Nawal sempre foi um mistério para seus dois filhos, e a relação entre eles sempre foi muito difícil. Simon fica com raiva e resiste, mas Jeanne se sente no dever de respeitar o desejo de sua mãe.

"HACERME FERIANTE"

O maior camelódromo do mundo!

por Gisele Teixeira - Aquí me quedo

Impressionante as imagens do documentário Hacerme Feriante, do diretor Julián D`Angiolillo, sobre a feira La Salada, o paraíso argentino das roupas de marcas “truchas” (copias), identificado recentemente pela União Européia como emblema mundial do comércio e produção de mercadorias falsificadas.

É um complexo de quatro feiras que funciona em Lomas de Zamora, subúrbio de Buenos Aires, à beira do poluído Riachuelo. Um mundo paralelo com números impressionantes, inclusive para os brasileiros, acostumados a grandes camelódromos.

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PS. meu: para fazer jus ao documentário veja aqui o trailer pirata 

Belas Artes vai mesmo fechar

Sem acordo, Belas Artes vai mesmo fechar; última sessão será na 5ª

Proprietários do imóvel recusaram oferta de R$ 1 milhão de aluguel anual por cinema

Bruno Paes Manso - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - O Cine Belas Artes vai mesmo fechar as portas. Os advogados do proprietário do imóvel, Flávio Maluf, acabaram de recusar a oferta de R$ 1 milhão de aluguel anual (R$ 85 mil por mês) feita pelos sócios Pandora e O2 Filmes.

O valor atual do aluguel, que já havia sido reajustado, era de R$ 63 mil. Os sócios do Belas Artes haviam conseguido um patrocinador e na segunda-feira aumentaram a oferta. O proprietário pede R$ 150 mil por mês.

A última sessão deve ocorrer na próxima quinta-feira. "Quero fazer algo para cima. Não tive tempo ainda para pensar em algo porque estava muito ansioso e com esperança de reverter a situação", diz o sócio André Sturm.

A última esperança é o processo de tombamento do Belas Artes, que está sendo analisado pelo conselho municipal de patrimônio histórico (Compresp). 

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Um filme para Pina - Blog do Noblat

CARTA DE BERLIM

Enviado por Tamine Maklouf

Wim Wenders e Pina Bausch eram amigos de longa data quando ela morreu em 2009. Foi um banho de água fria no projeto, iniciado já havia 20 anos, de fazer um filme sobre a celebrada dançarina e coreógrafa alemã, cuja influência na história da dança é imensurável.

Pina Bausch é uma figura de vanguarda nos palcos. Suas lições para o mundo da dança contemporânea foram provavelmente as mais importantes dos últimos 40 anos, tempo no qual atuou. Sua linguagem e concepção são desenvolvidos a partir do conceito – criado por ela - dança-teatro, performance que junta dança, personagens e diálogos que criam uma narrativa onde o sentimento humano é privilegiado por meio da expressão corporal do ator/dançarino.

Com a notícia da morte, o sonho de Wenders de ver o filme finalizado então esmoreceu. Mas a história de um projeto tão antigo e bonito não podia acabar por ali.

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"As Mulheres de Berlusconi"

Façam suas apostas. Eu acredito que as tramas e tramóias do saliente desajustado primeiro-ministro Silvio Berlusconi é um perfeito roteiro para uma futura película tipicamente italiana. Uma tragédia burlesca, sem dúvida.

Berlusconi está sendo julgado, no momento, porque saberia que uma jovem marroquina de nome Karima el Mahroug seria menor de idade e mesmo assim não resistiu a supostas relações sexuais.

O julgamento está nas primeiras páginas do mundo. Aqui uma das matérias, da agência EFE, reproduzida pelo UOL. Com fotos das supostas "mulheres de Berlusconi".

"Comer Rezar Amar"

Um filminho para relaxar no meio da semana? arrisque com "Comer, Rezar, Amar". Não li o best seller de mesmo nome que originou o filme, mas imagino que tanto argumento e roteiro são fieis.

Para quem gosta só de cinema, tem imagens belíssimas da Itália, da Índia e de Bali. Com destaque para a luz. Parece que o filme foi todo rodado ou ao pôr do sol ou ao amanhecer.

Jogue nisso gente bonita e uma boa trilha sonora, com direito, entre outros, a João e Bebel Gilberto, e está pronta a fórmula de um bom entretenimento.

Quem gosta de auto-ajuda, de chacoalhar o baixo astral, meditação, gurus, retirar esqueletos do armário, tipo "levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima", vai apreciar mais ainda. 

Confira o making off, com entrevistas:

"PINA" tem boa aceitação no Berlinale

Wim Wenders reinventa 3D com "Pina"


Cineasta diz que esperou tecnologia para filmar da forma ideal a obra da coreógrafa Pina Bausch (1940-2009)

Entre os filmes em competição no Festival de Berlim, se sobressaem títulos com voltagem política 


ANA PAULA SOUSA
ENVIADA ESPECIAL A BERLIM

E do 3D fez-se arte. A estreia mundial de "Pina", ontem, no festival de Berlim, comprovou o que se esperava: do encontro entre a nova tecnologia e Wim Wenders nasceu algo diferente de tudo o que foi visto até aqui.

O filme começa com um dos ensinamentos da revolucionária coreógrafa Pina Bausch (1940-2009): para tudo aquilo que as palavras não conseguem expressar, existe a dança. Foi essa a mensagem que Wenders seguiu. E se pôde segui-la tão de perto, é porque a tecnologia o socorreu.

Desde que viu uma apresentação da companhia de Pina, a Tanztheater Wuppertal, Wenders passou a carregar uma certeza: aquilo pertencia à tela grande. Apesar disso, levou anos para pôr em prática o projeto. A razão era simples: como filmar? "Onde colocar a câmera?", pergunta o diretor. "Se você fecha a câmera no solo de um dançarino, você perde todo o resto que está acontecendo no palco."

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O Egito no Berlinale

Turbulência política repercute no cinema egípcio

DA ENVIADA A BERLIM

Os acontecimentos políticos do Egito atingiram, de maneira devastadora, o cinema local. O país é sede de uma indústria que costuma ser chamada de Hollywood do Oriente Médio; o Cairo, há muito tempo, funciona como uma espécie de epicentro do audiovisual para os países de língua árabe.

Diante da dimensão histórica da queda do regime de Hosni Mubarak e dos problemas que o país enfrenta, falar em crise no cinema pode soar ridículo. Mas, num festival de dimensão mundial como a Berlinale, trata-se, também, de tema inevitável.

O cinema egípcio foi, entre as décadas de 1940 e 1970, absolutamente dominante na região. Eram tantos os filmes egípcios consumidos pelos países árabes que o cinema chegou a ser a segunda força econômica do país, atrás apenas do algodão.

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"O Escritor Fantasma"

Roman Polanski entrega um suspense bem razoável com "O Escritor Fantasma". Mistura um ex-Primeiro-Ministro britânico deposto e acusado de crimes de guerra por permitir que seu exército prenda, torture e deporte supostos terroristas e um escritor contratado de última para substituir outro, morto misteriosamente, antes de terminar as memórias do político. 


Como pano de fundo, as ramificações da CIA com governos, os patrocínios da poderosa indústria bélica norte-americana a políticos, e famílias que perderam filhos na guerra do Iraque e em combates no Afeganistão. Vale a pena conferir.

"Os homens que encaravam cabras"

Fiquei curioso em assistir "Os Homens que Encaravam Cabras" por uma conversa com amigos escritores e documentaristas, inicialmente provocada pelo curta "O General Uchôa e os Discos Voadores", de Patrícia Saldanha, Gilná e Jorge Daniel Moyses. 

"Os Homens…" é baseado no livro The Men Who Stare at Goats, 2004, de Jon Ronson, e conta uma história real de militares dos EUA que acreditavam em paranormalidades.

Ronson manteve contato direto com esses militares que criaram, em 1979, o secreto "Primeiro Batalhão da Terra". Uma unidade de alta patente que acreditava ser possível atingir níveis de concentração capazes de fazer soldados atravessar paredes, levitar, controlar mentes e matar cabras com o olhar.

Parece nonsense, mas não é. Ironias à parte, essas táticas chegaram a ser seriamente pensadas para utilização em guerras. A ideia era acabar com o inimigo sem usar armas, de fogo.

E é por ai que vai a direção de Grant Heslov, com elenco digno de Oscar, como George Clooney, Ewan McGregor, Jeffrey Bridges, Kevin Spacey e outros.

O filme mostra quão bizarra pode ser a indústria da guerra, mas talvez por resvalar um pouco demais para comédia, não teve grandes recomendações por aqui. Vale o preço da locadora.

"Quitinete com Quintal"

"Quitinete com Quintal" é um curta da caçapavana Patrícia Saldanha, em parceria com Hercília Lopes. Hanna Reitsch interpreta a solitária jovem que busca adaptar-se a solidão de uma nova vida em Brasília. 

O filme foi selecionado para a mostra de Curtas Digitais do 43º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, realizado no ano passado.

Patrícia conheceu a Sétima Arte nos matinês dominicais do Cine Lux, apaixonou-se e nos últimos anos dedica-se ao antigo sonho, de estudar e produzir cinema.

Vida longa ao sonho da amiga. E o pedido para que ela disponibilize o curta na internet.

"O General Uchôa e os Discos Voadores"

Quem acredita certamente vai gostar do documentário "O General Uchôa e os Disco Voadores ", o outro filme de Patrícia Saldanha, com Gilná Moyses e Jorge Daniel Moyses.

Quem apenas aprecia o bom debate sobre o polêmico tema, vai encontrar munição nos depoimentos dos pesquisadores, mas principalmente dos ufólogos Jerônima e Roberto Beck.

O general Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa ficou conhecido em Brasília, nos anos 70, por liderar um grupo de estudos de fenômenos paranormais na região do Planalto Central.

Vale a curiosidade.

"Água para Elefantes"

Minha memória de circo é de garoto do interior. Eu vi elefante desfilando em carroceria de fenemê. Isso acontecia quando a companhia chegava, entrando na cidade rumo ao Forte D. Pedro II, onde começavam os trabalhos. Era para lá que fugiámos todos.

Tinha que ser escondido, na maioria das vezes. Naquela época, "aquele pessoal" de circo não era muito confiável. Libertinos, fumavam, bebiam, viviam em qualquer lugar, de qualquer jeito, resumindo, não eram bom exemplo.

Fui muito a circos, na minha cidade e em outras, maiores. Um circo que não esqueço é o Orlando Orfei. A esse tínhamos que viajar, pois Caçapava do Sul era, e é, uma cidade pequena e o Orfei, com uma grande e cara estrutura, não fazia bilheteria suficiente por lá. Minha sorte é que meu avô, além de cinema, adorava circo.

É assim que já estou aguardando o lançamento de "Água para Elefantes", baseado no livro Water for Elefhantes, da novelista norte-americana Sara Gruen, lançado em 2007. Um romance gostoso de se ler, inicialmente despretensioso, mas envolvente, com boas passagens dramáticas e um final surpreendente, para cima. Tipicamente americano, do norte.

Foto de Água para Elefantes

Conta a história de um menino, Jacob, que entra clandestino em um dos vagões do grande circo Irmãos Berzini, é descoberto, mas consegue ser admitido como veterinário dos elefantes. O adestrador e um dos astros do circo, August, autoritário e desumano, tem uma amante Marlena, tão jovem quanto Jacob. Fácil de imaginar o resto. 

Se o filme, com direção de Francis Lawrence e que tem Reese Witherspoon como Marlena, Roberto Pattinson, como Jacob e Christoph Waltz como August, ficar próximo do romance, já será um bom entretenimento. O lançamento por aqui está previsto para abril.

 

Festival de Berlim 2011 - Berlinale

Festival de Berlim 2011 aposta em novos diretores e em filmes de arte em 3D; Brasil está nas mostras paralelas

ALESSANDRO GIANNINI 
Editor de UOL Cinema

Em 2010, o Festival de Berlim comemorou a 60ª edição com a exibição de uma cópia restaurada e ampliada de "Metrópolis" e uma seleção recheada de filmes de grandes cineastas, de Martin Scorsese a Zhang Yimou. 

Este ano, Dieter Kosslick, diretor do evento, promoveu uma mudança na abordagem da programação, que começa nesta quinta (10), com a projeção de "Bravura Indômita", dos irmãos Joel e Ethan Coen, na qualidade "fora de competição".

Um terço dos selecionados é de diretores de primeira ou segunda viagem, resultado da colheita de iniciativas como o Talent Campus e de parcerias como a feita com o Sundance Festival, de Robert Redford.

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Por trás das câmeras - grandes fotos III

Antigas fotos de cinema, ideia original Elantonio Productions Incorporated Associated Enterprises