Lembre que Logue é um australiano, país usado pela coroa britânica, a partir do final dos anos 1700, como depósito de presos. Intitulado professor, pois não tinha diploma de médico, ele tira o gago rei da Inglaterra do sufoco, literalmente.
Ator de teatro frustrado, Logue é um terapeuta autodidata, que desenvolveu e aprimorou seus métodos em soldados que tinham perdido a voz traumatizados pela I Guerra Mundial.
Além das terapias inovadoras e nada ortodoxas para os anos 1930 até o início da II Guerra, ele é bem-humorado, abusa da irreverência e trata os poderes constituídos, todos eles, no estilo "tô nem aí".
Mesmo mantendo refinada educação, Logue chega próximo a um comportamento anarquista, embora em nenhum momento o diretor Tom Hopper lembre que esse movimento existisse.
É com todas essas receitas que ele salva o reinado de George VI, um soberano asfixiado pelo pai e o irmão desde a infância, origem da sua gagueira.
Colin Firth, indicado para melhor ator, interpreta o rei. Que passa a depender totalmente do súdito para discursar e assim exercer o papel de monarca, em plena expansão do papel do rádio como meio de mobilização nacional.
"Cisne Negro"é mais impactante, exerce melhor a função da arte.
Sobre a fotografia, sem condições de opinar. Assisti "O Discurso..." numa sala Severiano Ribeiro, no shopping Pátio Brasil, em Brasília. Com uma projeção que começou e terminou no mínimo 30% mais escura que o normal. Algumas cenas, mal se podia vislumbrar além do primeiro plano.
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