segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Tura Satana, bela e libertária

A atriz Tura Satana faleceu no último dia 4 com pouca publicidade para o que a musa representou. Seu papel mais lembrado é Varla, em “Faster, Pussycat! Kill! Kill!”, de 1965, dirigido por Russ Meyer, um diretor que virou cult nos EUA com filmes independentes, onde valentes mulheres dirigiam carros, brigavam e seduziam. O alerta foi do leitor Fábio Caldeira.

Tura nasceu em Hokkaido, no Japão, e cresceu em Chicago. De família pobre, fugiu de casa quando foi abandonada pelos pais e passou a viver com um tio. Conta que começou a dançar aos 13 anos, com 15 e documentos falsos tornou-se bailarina burlesca, uma arte “elegante, clássica e que exige talento” dizia.

Seu sucesso no Follies Theater em Chicago, teria sido tão grande que até um enlouquecido Elvis Presley chegara a uma proposta de casamento. Tura deu uma de Zsa Zsa Gabor, recusou, mas ficou com o anel.

Em 1963, já com a carreira acelerada, foi convidada para interpretar Suzette Wong em "Irma La Douce" ao lado de Shirley MacLaine. Em “Faster, Pussycat" foi uma gangster exótica e sensual, vestida para matar, deixando à mostra seus atributos naturais pré-silicone. Tura acredita que seu estilo de vida ajudou a transformar Varla na personagem que “muitas mulheres gostariam de ser”.


A biografia de Tura não é completa sem o "abusado" Meyer. Morto em 2004, foi outro de vida atribulada e polêmica. Separado do pai logo criança, antes dos dez anos já tinha ganhado da mãe a primeira câmera, que o levaria à II Guerra Mundial como cinegrafista de combate. Depois, tornaria-se fotógrafo profissional via Playboy.

Seu gosto por nu e seios fartos foi levado ao cinema em “The Immoral Mr.Teas” (1959). A grande aceitação do público deu ao filme, para os padrões da época, um inimaginável lucro de um milhão de dólares, dinheiro que deu-lhe a independência auto-financiada.

Confira cenas de "Faster..." aqui, e a performance de Tura no vídeo abaixo em "The Doll Squad", de 1973, já no fim da carreira. 



Hoje, seria vista em novelas das seis.


Um comentário:

  1. Valeu, Carlo. Curti o post. Bem resumido e explicativo sobre destaques na carreira dela e com a imprescíndivel deixa pro Russ Meyer. Essa turma tem uma importância enorme prum determinado tipo de cinema bem original e contra-cultural da maior importância até os dias atuais.

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