quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O Festival de Brasília por Artur Xexéo

Artigo de hoje do editor de Cultura do jornal O Globo e um dos jurados do último Festival de Brasília, encerrado na segunda-feira, para os filmes de curta e longa metragens: 

"O Festival de Brasília gosta de se considerar o mais politizado dos festivais de cinema do país. Em sua 44ª. edição, encerrada na última segunda-feira, não foi diferente. Teve apresentador gritando “Viva a Palestina”, teve premiado denunciando a especulação imobiliária na última área de cerrado do Plano-Piloto, teve cineasta apresentando seu filme chamando a atenção para o fato de que não pode mais haver tortura no país. Mas a política pegou fogo mesmo nos bastidores da competição. 

Com um festival importante que se realiza há tanto tempo é natural que Brasília tenha criado uma geração de cineastas. E eles sabem fazer barulho. Com uma nova direção, o festival transferiu uma de suas mostras, exatamente a de filmes realizados em Brasília que não passaram pela comissão de seleção da competição principal, da sede do festival (o tradicional Cine Brasília, projetado por Oscar Niemeyer e inaugurado em 1960) para um museu afastado que nem tem tem área de estacionamento. 

Foi neste fim de mundo, em horário vespertino, em dias úteis, que os mais de 60 filmes brasilienses rodados este ano se apresentaram. É claro que tinha pouco público. Por isso, cada vez que um cineasta de Brasília subiu ao palco do Cine Brasília para receber algum prêmio na noite de anteontem, junto com os agradecimentos de praxe, surgiu um discurso inflamado pedindo a volta da mostra para a sede de arquitetura histórica". 

Continua no blog do Xexéo



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