domingo, 1 de julho de 2012

"Flores Raras", o novo Bruno Barreto

Fotos Cecilia Acioli/Folhapress
Bruno Barreto filma história de amor lésbico

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
ENVIADO ESPECIAL A PEDRO DO RIO (RJ)

O cenário é magnífico: uma casa projetada por Niemeyer, cercada por jardins de Burle Marx (1909-1994), na região serrana do Rio, num dia de sol. O ano é 1952, e há uma festa em curso.

A aniversariante, a poeta americana Elizabeth Bishop (1911-1979), é saudada por personalidades como o governador Carlos Lacerda (1914-1977) e a arquiteta Lota de Macedo Soares (1910-1967), criadora do Aterro do Flamengo e dona da casa. Instada a discursar, diz:

"Um brinde à rocha que escora essa casa e a tudo que parece improvável, mas não impossível".

Improvável, mas não impossível: eis uma boa descrição para a história que se desenrola a partir dessa cena, que a Folha viu ser reproduzida durante uma visita às filmagens de "Flores Raras", o novo filme de Bruno Barreto.

É a história do romance de 15 anos entre Bishop e Soares, duas figuras de personalidades opostas que se apaixonaram e viveram juntas os melhores anos de suas vidas, tanto emocional quanto profissionalmente, antes de uma separação de contornos trágicos, com a poeta voltando ao alcoolismo (e aos EUA) e a arquiteta se matando.

Continua Folha de São Paulo




Gloria Pires vive mulheres reais no cinema


MARCO AURÉLIO CANÔNICO
ENVIADO ESPECIAL A PEDRO DO RIO (RJ)


Interpretar personagens reais no cinema tem se tornado uma rotina para Gloria Pires, 48: depois de dona Lindu, a mãe do presidente em "Lula, O Filho do Brasil" (2009), neste ano ela deu vida à doutora Nise da Silveira (em "Engenho de Dentro", de Roberto Berliner, ainda inédito) e, agora, a Lota Soares. 


"Foi coincidência. As histórias da Nise (1905-1999) e da Lota têm coisas semelhantes, de formas opostas. A Nise brigou contra o tipo de tratamento que se fazia nos anos 1940: eletrochoque, choque insulínico, lobotomia. E a Lota passou por alguns desses."


A atriz elogia a determinação das duas para se imporem profissionalmente numa sociedade machista -Lota construindo o Aterro do Flamengo, e Nise revolucionando o tratamento psiquiátrico e construindo o Museu de Imagens do Inconsciente.


Continua Folha de São Paulo

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