sábado, 14 de julho de 2012

José M. Wisnik sobre "Para Roma com Amor"

O GLOBO - Segundo Caderno

JOSÉ MIGUEL WISNIK

Roma e Londres

Na saída da sessão, depois de ver “Para Roma com amor”, de Woody Allen, encontro uma ex-aluna, inteligente e linda, e, descendo as escadas do cinema,comentamos o filme. Ela se declara fã ardorosa e incondicional do cineasta.

Eu gostei deste que achei o mais engraçado dos filmes da série turístico-europeia dele, mas tento mesclar meu comentário positivo com o registro do fato de ele ter levado a evidente função publicitária desses filmes passados em Londres, Barcelona, Paris e Roma ao extremo de uma chamada turística explícita no final (muito possivelmente obrigado a isso).

Não deixa de ser irônico,porque ele encontrou na Europa a suposta independência que os estúdios americanos lhe negavam.

Não contente, e lembrando com dor a distância que nos separa de “A noite”, de Antonioni, e de “A doce vida”, de Fellini, que não faziam propaganda da cidade porque eram ela, comento com erudição involuntária certa semelhança estrutural do filme com o “Decameron” de Boccaccio (em que casais são levados sistematicamente, por uma cadeia de quiproquós, a aventuras sexuais imprevistas).


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