segunda-feira, 16 de julho de 2012

O 'Risorgimento' do velho e bom cinema italiano

Sean Penn, em "Aqui é o Meu Lugar", de Sorrentino
Cinema italiano se reinventa com nova geração de diretores

Batizada de ‘Risorgimento’, onda autoral que invade a Itália arrebanha espectadores e prêmios

RIO - Pátria de Fellini, Antonioni, Visconti, Pasolini, Monicelli e tantos outros gênios, o cinema italiano, cansado da fama de decadente que amarga há uma década, começa a ver uma nova geração de diretores alcançar projeção internacional aos olhos da crítica e ao gosto do público.

Batizada informalmente de Risorgimento, a onda autoral que invade a Itália, arrebanhando espectadores e prêmios em festivais como Cannes e Veneza, é movida pela narrativa nada convencional de realizadores na faixa dos 40 anos, como Matteo Garrone ("Gomorra"), Emanuele Crialese ("Terraferma"), Saverio Costanzo ("A solidão dos números primos"), Luca Guadagnino ("Um sonho de amor") e, em especial, Paolo Sorrentino ("Il Divo"), o expoente da turma. Seu mais recente filme, "Aqui é o meu lugar" ("This must be the place"), que entra em cartaz no dia 27 (com pré-estreias nos fins de semana), vem colecionando elogios e pagantes por onde passa.

— Não faço filmes intelectuais. Faço filmes guiados pela emoção, talvez este seja o caminho — disse Sorrentino ao GLOBO em Cannes, este ano, onde foi levantar fundos para seu novo projeto: "La grande bellezza".

Sorrentino estreou nos longas em 2001, quando o cinema italiano esgotou suas jazidas criativas por esbarrar numa ingerência dos canais de TV (estimulados pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi) nas verbas e nos meios de produção.

Com isso, nos últimos dez anos, o grosso da produção do país abriu mão do experimentalismo narrativo e se ateve a fórmulas de teledramaturgia. Buscando recursos financeiros em coproduções, ele encontrou caminhos para fazer um cinema sem regras, com destaque para a comédia política "Il Divo" (2008).


Continua O Globo

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