terça-feira, 31 de julho de 2012

Batman, por Arnaldo Jabor

'Batman' é o 'rock do americano doido'

Arnaldo Jabor - O Estado de S.Paulo

Fui ver o "Cavaleiro das Trevas", mas não vou analisar o Batman como 'arte'. Agora existe um novo tipo de coisa - um filme-game que não se mede por estrelinhas ou bonequinhos aplaudindo. Não existe mais ‘gostei’ ou ‘não gostei’. Os roteiros não contam mais, a mise-en-scène é a tempestade de planos de três segundos montados em enxurrada com efeitos especiais incessantes.

O significado dos filmes está além deles. Interessa ver os conceitos que estão por baixo das cenas, a intenção por baixo da ação. O filme se esconde no décor - ali está o verdadeiro sentido. Acabaram mocinhos x bandidos; as personagens principais são as coisas, os computadores, a tecnociência.

Esse filme se pretende mais complexo que os outros; mas não é. Parece "complexo", mas é apenas "emaranhado". Isso. Assim como o mistério da arte é abolido no "entretenimento", nos atuais filmes de ação a "complexidade" é substituída por um simulacro: o proposital "emaranhamento", que nos dá a sensação de "profundo". É claro que o Batman é um herói genial, que os outros empregados da Marvel são heróis encantadores das histórias em quadrinhos.

Nada contra as aventuras maravilhosas que tinham uma cândida simplicidade nos enredos. O que enche o saco é ver como os produtores se apropriam dessas historinhas ingênuas e tentam dar-lhes um sentido do ‘ar do tempo’, construindo um sarapatel de fatos políticos: terrorismo, patriotic act, política do medo, impotência social, numa espécie de ‘rock do americano doido’... "Ah... deixa de ser chato; é apenas gibi filmado..." Gibi é o cacete - alguns desses filmes são manifestos com interpretações ridículas sobre o momento atual. E ninguém percebe.

Continua O Estado de São Paulo





domingo, 29 de julho de 2012

Brasil em Veneza é apenas curta-metragem

Festival de Veneza anuncia competidores

Diretores consagrados como Terrence Malick, Brian de Palma e Takeshi Kitano estão na lista

AFP - O ESTADO DE SÃO PAULO

O diretor americano Brian De Palma compete com 'Passion'

Cineastas consagrados como Terrence Malick, Brian de Palma, Takeshi Kitano e Marco Bellochio, ao lado de autores quase desconhecidos, aparecem na lista de artistas selecionados para a 69ª edição do Festival de Cinema de Veneza, que acontece de 29 de agosto a 8 de setembro.

A diretora, roteirista e montadora chilena Valeria Sarmiento, esposa do falecido cineasta Raúl Ruiz e radicada na França desde os anos 70, compete por Portugal com a produção Linhas de Wellington, com o ator John Malkovich, projeto póstumo de seu marido sobre o confronto entre as tropas de Napoleão e as britânicas nos territórios ibéricos no início do século XIX.

Junto com a latino-americana, dois renomados diretores do cinema mundial, como o americano Terrence Malick e o português Manoel de Oliveira, competirão na mostra oficial.

Malick apresenta To the Wonder, com Ben Affleck, Rachel Weisz e o espanhol Javier Bardem, enquanto o diretor português, que completa 104 anos em dezembro, compete com Gebo e l'ombre, com Claudia Cardinale e Jeanne Moreau.

O festival, que este ano selecionou 18 longas para a competição oficial - um dos quais ainda não foi revelado - também escolheu o controverso filme do veterano italiano Bellochio, La bella adormentata, sobre o delicado tema da eutanásia.

Outras duas produções italianas foram convidadas para a competição oficial: E stato il figlio, de Daniele Ciprí, e Un giorno speciale, de Francesca Comencini.

A presença americana é completada com o esperado filme de Robert Redford, The Company You Keep, no qual ele interpreta um ex-ativista político, e The Master, de Paul Thomas Anderson, sobre o poder das seitas.

O premiado cineasta japonês Takeshi Kitano retorna ao festival com Outrage Beyond, sobre o crime no Japão, enquanto outro veterano, o americano Brian De Palma, compete com Passion, um remake do francês Crime d'amour, sobre a estranha história de paixão e domínio entre duas mulheres.

O cinema latino-americano estará presente em mostras paralelas, como Horizontes, onde competem longas e curtas de cineastas do Brasil, México, Argentina e Paraguai.

Confira a lista dos filmes selecionados:

- Après Mai, de Olivier Assayas (França)
- At any price, de Ramin Bahraini (EUA/GB)
- Bella Addormentata, de Marco Bellocchio (Itália/França)
- La cinquième saison, de Peter Brosens e Jessica Woodworth (Bélgica/Holanda/França)
- Lemale Et Ha'Chalal, de Rama Burshtein (Israel)
- E stato il figlio, de Daniele Cipri (Itália/França)
- Un giorno speciale, de Francesca Comencini (Itália)
- Passion, de Brian de Palma (França/Alemanha)
- Superstar, de Xavier Giannoli (França/Bélgica)
- Pieta, de Kim Ki-duk (Corea do Sul)
- Outrage Beyond, de Takeshi Kitano (Japão)
- Spring Breakers, de Harmony Korine (EUA)
- To the Wonder, de Terrence Malick (EUA)
- Sinapupunan, de Brillante Mendoza (Filipinas)
- Linhas de Wellington, de Valeria Sarmiento (França/Portugal)
- Paradies: Glaube, de Ulrich Seidl (Áustria/França/Alemanha)
- Izmena, de Kirill Serebrennikov (Rússia)


Cinema latino ganha espaço em mostras paralelas do Festival de Veneza

'O Afinador', filme do brasileiro Fernando Camargo, concorre ao prêmio de melhor curta-metragem

Seis produções latino-americanas, incluindo o brasileiro O Afinador, ganham destaque dentro das seções paralelas da 69º edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza, que será realizada de 29 de agosto até 8 de setembro.

A seção Horizontes, que conta com seus próprios prêmios e júri e cujo cartaz foi apresentado nesta quinta-feira em Roma, é a que monopoliza o maior número de produções latino-americanas, quatro no total, sendo que apenas uma é um longa e disputa o prêmio de Melhor Filme desta mostra.

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sábado, 28 de julho de 2012

O cinema marginal brasileiro

Fé renovada na estética do cinema marginal

O Globo


Ícone ‘underground’, o diretor André Luiz Oliveira volta às telas enquanto uma nova geração se firma pela ‘ousadia plena’ nos filmes

RIO — Embora confesse incômodo com o termo "cinema marginal", o baiano André Luiz Oliveira lança o filme "Sagrado segredo", na próxima sexta-feira, ciente de que é encarado como um sinônimo vivo da expressão, comum a cineastas cultuados como Julio Bressane, Rogério Sganzerla, Andrea Tonacci e Neville D’Almeida.

Revelados no fim dos anos 1960, os ditos "marginais" formam uma corrente que, no auge da ditadura militar, nas franjas do AI-5, criou com pouco dinheiro e muito experimentalismo uma obra iconoclasta, sem dívidas políticas com a esquerda ou com a direita, preocupada em depurar uma linguagem de invenção. Graças a "Meteorango Kid — O herói intergalático" (1969), Oliveira virou ícone dessa tendência, cujo espírito transgressor vem inspirando produções das novíssimas gerações de diretores nacionais.

— Quem possibilitou o cinema de vanguarda e de desbunde no Brasil não foi a ditadura militar, foi o Tropicalismo. A ditadura era o paroxismo da estupidez.

Continua O Globo




sexta-feira, 27 de julho de 2012

Batman, Kristen Stewart e Robert Pattinson

Além de Batman, nos últimos dias, pouca coisa mais ganha manchete nos sites que cobrem celebridades + cinema, no mundo, do que o enfeite com o qual a atriz Kristen Stewart adornou a cabecinha de seu namoradinho Robert Pattinson.

Surpresa? Nenhuma! Basta olhar, e comparar, digamos, a vitalidade de ambos, por exemplo, nas últimas interpretações deles para o cinema – claro que não vale aquela coisinha água com açúcar que justamente deu celebridade ao casal, “Crepúsculo”, que, pelo que lembro, virou até “saga”.

De Pattinson me ocorre “Água para Elefantes”. Quando o filme chegou ao Brasil, em maio do ano passado, aqui no CineLux, observei: “Robert Pattinson, no papel de um estudante de veterinária que se junta ao circo depois de uma tragédia familiar, fica devendo, não está à altura dos outros dois protagonistas. Seu desempenho deve frustrar até as adolescentes que suspiraram por ele em "Crepúsculo"'. Além de maturidade e capacidade artística, faltava-lhe sal, masculinidade, força.


CineLUX: "Água para elefantes", sem a magia do circo

Já quem viu Kristen em “On The Road”, o “Na Estrada” do brasileiro Walter Salles, e leu a sua entrevista para o caderno Ilustrada, da Folha de São Paulo, onde ela confessa que desde pequenininha queria participar do filme e onde literalmente “ queria perder o controle ”, e perdeu, não há surpresas.

CineLUX: Walter Salles acerta a mão em "Na Estrada"

As manchetes de hoje, abaixo, dizem que Pattinson pensava pedir Kristen em casamento, mas depois que a moçoila foi fotografada “on the road”, digamos, nos braços do diretor Rupert Sanders, com idade para ser seu pai, Pattinson deve estar pensando em fazer retiro espiritual, levando “O Pequeno Príncipe” como companhia. Refiro-me ao clássico livro.

Se um roteirista de Hollywood juntar a estória de Batman com o que está vivendo o casal, fica faltando apenas o Robin dessa história. O Curinga fica com Sanders. 

Robert Pattinson planejava pedir Kristen Stewart em casamento

Segundo amiga da atriz, ela também teria confessado que estava ansiosa para ter um filho com o namorado, com quem estava havia três anos

Antes de descobrir que havia sido traído pela namorada, Kristen Stewart, Robert Pattinson estava se preparando para pedir a atriz em casamento, de acordo com a revista Us Weekly, a mesma que flagrou Kristen nos braços do diretor Rupert Sanders, casado e pai de dois filhos, com quem ela trabalhou no filme Branca de Neve e o Caçador.

De acordo com a revista, o romance de Kristen e Pattinson parecia mais forte do que nunca nos últimos meses. Tanto que, segundo um amigo do casal, ele planejava pedi-la em casamento e "passar o resto da vida com ela".

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Veja.com

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Estreias da semana, com trailers

Novo "Batman" fecha trilogia de tirar o fôlego
Criado em 1939, por Bob Kane, Batman tem demonstrado um fôlego admirável. Isso acontece especialmente por sua capacidade de adaptação - se o Cavaleiro das Trevas nasceu na véspera da II Guerra Mundial, hoje ele se justifica num mundo niilista, descrente de ideologias e ameaçado pelo terrorismo. Mais
Reuters




"Além da Liberdade" retrata vida de Nobel da Paz
Poucas pessoas ostentam uma biografia mais merecedora de um filme do que a militante birmanesa Aung San Suu Kyi, Prêmio Nobel da Paz 1991 e lutadora incansável pela democratização de seu país, a antiga Birmânia, desde 1989 rebatizada como Mianmar. Mais
Reuters




Sean Penn vive roqueiro recluso em "Aqui é o Meu Lugar"
O novo filme do cineasta italiano Paolo Sorrentino, "Aqui é o Meu Lugar", busca como título original uma música de David Byrne, "This must be the place" ("Esse deve ser o lugar", numa tradução livre). Não é apenas porque o cantor e compositor faz uma ponta no longa, ao lado do protagonista Sean Penn - mas porque essa frase tem muito a ver com a trajetória do personagem, Cheyenne, um roqueiro aposentado, entediado e exilado em Dublin. Mais
Reuters




Chileno "A Vida dos Peixes" revela vida sem atrativos
Andrés (o venezuelano Santiago Cabrera, da série "Dexter"), protagonista de "A Vida dos Peixes", teria muito a conversar com o personagem-título de "O Turista Acidental". Ambos escrevem guias de viagem e usaram a profissão e o constante deslocamento em lugar de viver suas vidas. Mais
Reuters

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Fácil matar, por Ruy Castro

São Paulo, quarta-feira, 25 de julho de 2012Opinião

Ruy Castro

Fácil matar

RIO DE JANEIRO - Nos EUA, o homem armado e de máscara entrou em um cinema, na estreia do novo "Batman". Atirou gás na plateia e, em meio à confusão, abriu fogo. Matou 12 e feriu 58. Nem todos perceberam de saída que era uma chacina -acharam que a bomba e o tiroteio faziam parte do lançamento do filme.

Nos primeiros 70 anos do cinema, até 1966, tal equívoco não seria possível. Sempre se matou na tela, mas era uma morte asséptica, de cinema: não se mostrava no mesmo take o tiro e a bala atingindo o alvo. Num take, o disparo; no outro, o sujeito levando a mão ao peito, estrebuchando e caindo morto. Sangue, então, nem pensar. Esse código era seguido também pelos gibis -raro o tiro e o alvo recebendo a bala no mesmo quadrinho.

Tudo isso se tornou passado quando, em "Uma Rajada de Balas" (1967), Warren Beatty disparou no rosto do homem que se enfiou pela janela do seu carro tentando impedir sua fuga - sequência logo superada pelo "balé de sangue" final, com Bonnie e Clyde metralhados com centenas de tiros em câmera lenta. Balé este que se tornaria o "Lago dos Cisnes" diante do morticínio de "Meu Ódio Será Tua Herança" (1969). E, a partir daí, não haveria mais limite.

O cinema logo se tornou uma extensão da indústria de explosivos. Com o incremento dos efeitos especiais e a avassaladora infantilização dos filmes, matar deixou de ter a carga dramática que caracterizava o cinema adulto. Fuzilar, explodir, reduzir a pó tornaram-se atos banais, levianos, quase um desenho animado.

Certo que chacinar inocentes será sempre uma decisão individual. Mas o farto cardápio de amostras no cinema, na TV, nos games, tablets e smartphones está levando à banalização do ato de matar. Daí o choque quando, sem aviso, a vida se apossa do faz de conta e se descobre que a morte não é um efeito especial.

FOLHA.COM.BR

terça-feira, 24 de julho de 2012

O Coringa está em toda parte, por Arnaldo Jabor


Foto Thomas Cooper/Getty Images
O Estado de S.Paulo

Vamos ao cinema em busca de ilusões. Só que, de repente, sai da tela a realidade, como uma pavorosa 'rosa púrpura de sangue'!

"Armas na mão e balas nas cabeças" foi o slogan dessa noite terrível. Como se o assassino dissesse: "Eu não sou vocês; eu sou eles! Eu sou o Coringa".

Esse cara é louco de pedra, sem dúvida; mas, quem dá conteúdo à sua loucura? É óbvio que são as cenas de morte cruelmente sofisticadas e sádicas do cinema americano, as mesmas dos filmes-catástrofe, os 'Godzillas' que inspiraram o 11 de Setembro do Osama. Sempre me espantei com o prazer que tem o cinema americano de destruir Nova York; mesmo depois do Osama, continuam a destruir a cidade. Por que isso? Tirando as comédias românticas ridículas e os desenhos animados, só se vê morte nos filmes. E não é a violência literal que provoca esses assassinatos. Não; é justamente a tranquilidade com que a violência é exibida, a displicência com que fuzilamentos e punhaladas se transformaram em um bailado ritual quase erótico. A violência ficou fria, 'deliciosa' de ver.

E quem fornece as armas? Ora, é óbvio que é o comércio incontrolável de máquinas mortíferas, que ninguém consegue coibir. São 200 milhões de armas legalizadas na América. Assim:

"Boa tarde... eu queria uma metralhadora israelense, um Kalashnicov bacana, talvez o AK47, e aquela granadinha ali... por favor"... "Tudo bem, aqui está - quer mais munição?"

E, assim, o "cavaleiro das trevas ressurgiu", o homem morcego se vingou de seus antigos protegidos. É claro que não são as cenas pontuais de sangue que influenciam os loucos, mas a violência implícita no país, direito constitucional de pistoleiros e caubóis. Eu já morei lá, ia a uma escola como Columbine e vi de perto a cultura da porrada.

Continua O Estado de São Paulo

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Boas novas: brasileiros aderem ao "lançamento multiplataforma"

Carlos Gerbase lança filme em cinemas, locadoras, web e TV

Estratégia cresce entre longas de baixo orçamento mundo afora

O Globo

RIO - Punk na década de 1980, quando tocava bateria na banda Os Replicantes, o diretor gaúcho Carlos Gerbase hoje faz cinema levantando uma bandeira que, aos olhos das práticas convencionais da exibição de filmes, é um gesto de rebeldia: o chamado "lançamento multiplataforma".

O termo refere-se a uma estratégia comercial, testada pelo cinema independente americano a partir da década passada, de distribuir um longa-metragem de baixo orçamento em várias vitrines simultaneamente, incluindo salas, canais de TV, locadoras e internet, barateando, assim, os custos de lançamento.

Propaganda em Cannes

É desse modo que Gerbase, realizador de produções como "Tolerância" (2000) e "Sal de prata" (2005), vai lançar seu novo longa, o drama "Menos que nada". A partir de hoje, a produção de R$ 850 mil estará em cartaz nos seis cinemas da rede Espaço Itaú em todo o país (no Rio, será o Unibanco Arteplex), ao mesmo tempo em que chega às locadoras e que estará disponível na internet, via streaming no site Terra, no qual poderá ser vista, gratuitamente, nos próximos 45 dias.

Além disso, hoje também, o filme, estrelado por Branca Messina e Rosanne Mulholland, será exibido, na íntegra, no Canal Brasil, às 22h.

Continua
O Globo

quinta-feira, 19 de julho de 2012

O 'Na Estrada' que críticos sonharam

'Um Mundo Secreto' é atração de festival em São Paulo

Filme mexicano é, talvez, o 'Na Estrada' que críticos sonharam com adaptação de obra beat

Luiz Carlos Merten - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - Com alguma maldade, críticos brasileiros insatisfeitos com a abordagem do livro cult de Jack Kerouac, Na Estrada, por Walter Salles, estão chamando o filme que estreou na semana passada de ''Malhação beat''.

Na Estrada seria clean demais - queriam sujeira, nisso repetindo um bordão que já vem desde a apresentação de On the Road no Festival de Cannes, em maio. Não importa o que digam, a essência está lá e, lógico, reclamar da beleza da imagem aplicada a certos temas é coisa que vem de longe - basta lembrar o exemplo, entre muitos possíveis, de La Terra Trema, de Luchino Visconti, acusado de esteticista, no auge do neorrealismo.

Talvez a estrada sonhada pelos detratores de Salles seja a do mexicano Gabriel Mariño em seu longa Um Mundo Secreto, que terá nesta quinta-feira, 18, sua segunda exibição no Festival de Cinema Latino-Americano. Programe-se - poucos filmes estão tendo essa chance. A maioria passa uma vez, e só.

Um Mundo Secreto abriu na semana passada, para convidados, a sétima edição do Festival Latino e nesta quinta terá projeção para o público. Em Berlim, em fevereiro, integrou a programação da mostra Generation. Um Mundo Secreto conta a história de garota que põe o pé na estrada.

Continua O Estado de São Paulo

CineLUX: Walter Salles acerta a mão em "Na Estrada"

"Um Mundo Secreto", crítica, Folha de São Paulo 


'O apogeu aos cinco anos', por Ruy Castro

São Paulo, quarta-feira, 18 de julho de 2012Opinião

Ruy Castro

Apogeu aos cinco anos

RIO DE JANEIRO - Vejo no noticiário que os atores Tom Cruise e Katie Holmes, recém-divorciados, estão brigando pela "opção" religiosa de sua filha, Suri, de seis anos. O sinistro Cruise quer educar a garota em sua religião, a cientologia. Katie, nem pensar. A infeliz Suri vive na mídia desde que nasceu. Seus pais a faziam usar salto alto aos dois anos, desfilar em passarelas aos três e posar para comerciais de desodorante aos quatro. Um dia, quando tiver infância, talvez Suri possa dar palpite em seu destino.

Crianças de Hollywood são infelizes, deem ou não certo. Drew Barrymore tinha cinco anos em 1982, quando fez a garotinha de "E.T. - O Extraterrestre", e todos se apaixonaram por ela. Nos anos seguintes, abusou do direito de ser uma Barrymore e meteu-se em toda sorte de excessos e encrencas. Aos 14 anos, já publicara uma autobiografia, mas sua carreira lhe dera tchau. Por sorte, Drew sossegou a tempo de salvar a vida e a carreira.

Já seu par em "E.T.", o sensacional Henry Thomas, então com 11 anos, despontou para o anonimato depois do filme. Apagou. Pelo que sei, continua a trabalhar, mas nunca mais teve um papel à altura. Como se sentirá, aos 41 anos, reduzido a coadjuvante de filmes menores depois de um começo tão promissor?

Daí minha admiração por Cammie King, que, aos cinco anos, em 1939, interpretou a filha de Vivien Leigh e Clark Gable em "...E o Vento Levou". Era uma participação marcante porque ela morria no filme.

Um ano depois, Cammie fez a voz da corça Falina, namorada do Bambi. O desenho de Walt Disney só foi lançado em 1942, mas, então, Cammie se convencera de que sua carreira já chegara ao apogeu. Assim, encerrou-a, aos cinco anos, e se dedicou a fritar bolinhos. Morreu outro dia, aos 77, feliz da vida.

Bem fizeram Walter Matthau, Sean Connery e Harrison Ford, que só ficaram famosos depois dos 30.

http://www.folha.com.br/

quarta-feira, 18 de julho de 2012

1984, de Orwell, da ficção à realidade

1984 – a atualidade do filme de Orwell

da Agência CentralSul
por Matheus Colvero do Prado

O filme 1984 é uma adaptação do livro homônimo escrito por Eric Arthur Blair, mais conhecido pelo seu pseudônimo, George Orwell. O longa-metragem foi realizado no mesmo ano do título da ficção, dirigido por Michael Radford, o elenco conta com a presença do ator John Hurt e Suzanna Hamilton, que interpretam o casal que se envolve romanticamente em um mundo onde o sexo e outros prazeres são considerados crime para o Estado que governa o mundo.

A imagem de poder no filme é representada pelo ditador onipresente chamado de Grande Irmão, que, através de câmeras em vários pontos escondidos da cidade, observa a tudo e a todos, sempre na tentativa de manter a ordem.

Muitas pessoas defendem que uma boa ficção-científica deve ser um retrato filosófico sobre a sociedade de sua época. Neste caso, tanto o livro quanto o filme conseguem estabelecer um questionamento rico e engajado sobre a sociedade em que o autor se encontrava. O livro foi escrito em 1948, numa Inglaterra pós-Segunda Guerra Mundial.

Não precisa muito para perceber as relações do mundo criado por Orwell com a realidade em que ele vivia, pois a sua obra representava um reflexo cruel de uma época em que a inocência havia sido perdida, o país estava numa miséria, o que refletia em seu povo. Não é a toa que os crimes da história sejam coisas simples, como tráfico de chocolate, geleia, comidas, necessidades humanas, que muitas vezes eram luxo para várias pessoas desse contexto histórico.


Continua Agência CentralSul

terça-feira, 17 de julho de 2012

CINEJ@RNAL

@ Jerusalém e Tel Aviv tentam seduzir Woody Allen
Cineasta tem rodado em cidades europeias que financiam seus projetos.Ele teria dito que 'estudaria seriamente a proposta' da capital israelense. O presidente de Israel e as Prefeituras de Jerusalém e Tel Aviv vêm tentando convencer Woody Allen a rodar seu próximo filme no país, após o sucesso dos últimos longas do diretor americano tendo cidades europeias como cenário. Mais
G1

@ 'É triste dizer adeus a Batman'
O diretor Christopher Nolan, responsável pela renovada franquia do homem-morcego, despede-se dela com Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, um dos filmes mais esperados do ano por se tratar do capítulo final da série iniciada em 2005. Mais
Veja.com

@ Lázaro Ramos como músico em 'Acorda Brasil'
Uma da manhã na Sala São Paulo. A movimentação é intensa, mas não é nenhum concerto, nenhum recital. A sala abriga nesta madrugada a filmagem de uma cena importante do novo longa de Sérgio Machado. O diretor de "Cidade Baixa" e "Quincas Berro D?Água" comanda uma animada equipe reunida pela Gullane Filmes para contar a história do Instituo Baccarelli e da Sinfônica de Heliópolis. Mais
Estadão.com

@ Peter Greenaway fará filme sobre Sergei Eisenstein
RIO — O diretor britânico Peter Greenaway pretende fazer um filme sobre a temporada o cineasta soviético Sergei Eisenstein no México. Durante um festival em Odessa, na Ucrânia, Greenaway contou ao Hollywood Reporter que o orçamento de US$ 6,14 milhões está quase fechado e as filmagens devem começar em novembro. O filme deverá se chamar “Eisenstein in Guanajuato”. Mais
O Globo

@ Reconhecimento a Maria de Medeiros
El Festival Internacional de
Cine Independiente de Elche que organiza Obra Social Caja Mediterráneo entregará este año la Palmera de Plata a Maria de Medeiros, que recibirá el galardón honorífico el viernes 27 de julio. La actriz portuguesa Maria de Medeiros recibirá este reconocimiento durante la gala de clausura del certamen, que tendrá lugar el viernes 27 de julio, a partir de las 22 horas, en el Hort del Xocolater. Mais El País

@ Diretor de "I Love Lucy" e "A Feiticeira" morre nos EUA
Willian Asher, diretor de episódios dos seriados "I Love Lucy" e "A Feiticeira", morreu nesta segunda (16) num asilo de idosos em Palm Desert, na Califórnia. Ele tinha 90 anos e estava ao lado da mulher, Meredith. Não foi apontada nenhuma causa específica para a morte. Mais
Folha.com

segunda-feira, 16 de julho de 2012

O 'Risorgimento' do velho e bom cinema italiano

Sean Penn, em "Aqui é o Meu Lugar", de Sorrentino
Cinema italiano se reinventa com nova geração de diretores

Batizada de ‘Risorgimento’, onda autoral que invade a Itália arrebanha espectadores e prêmios

RIO - Pátria de Fellini, Antonioni, Visconti, Pasolini, Monicelli e tantos outros gênios, o cinema italiano, cansado da fama de decadente que amarga há uma década, começa a ver uma nova geração de diretores alcançar projeção internacional aos olhos da crítica e ao gosto do público.

Batizada informalmente de Risorgimento, a onda autoral que invade a Itália, arrebanhando espectadores e prêmios em festivais como Cannes e Veneza, é movida pela narrativa nada convencional de realizadores na faixa dos 40 anos, como Matteo Garrone ("Gomorra"), Emanuele Crialese ("Terraferma"), Saverio Costanzo ("A solidão dos números primos"), Luca Guadagnino ("Um sonho de amor") e, em especial, Paolo Sorrentino ("Il Divo"), o expoente da turma. Seu mais recente filme, "Aqui é o meu lugar" ("This must be the place"), que entra em cartaz no dia 27 (com pré-estreias nos fins de semana), vem colecionando elogios e pagantes por onde passa.

— Não faço filmes intelectuais. Faço filmes guiados pela emoção, talvez este seja o caminho — disse Sorrentino ao GLOBO em Cannes, este ano, onde foi levantar fundos para seu novo projeto: "La grande bellezza".

Sorrentino estreou nos longas em 2001, quando o cinema italiano esgotou suas jazidas criativas por esbarrar numa ingerência dos canais de TV (estimulados pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi) nas verbas e nos meios de produção.

Com isso, nos últimos dez anos, o grosso da produção do país abriu mão do experimentalismo narrativo e se ateve a fórmulas de teledramaturgia. Buscando recursos financeiros em coproduções, ele encontrou caminhos para fazer um cinema sem regras, com destaque para a comédia política "Il Divo" (2008).


Continua O Globo

domingo, 15 de julho de 2012

Walter Salles acerta a mão em "Na Estrada"

Foto divulgação
O diretor Walter Salles acerta a mão e o olho na adaptação que José Rivera faz do livro "On the Road", de Jack Kerouac. Os dois são velhos conhecidos, pois o roteirista já havia adaptado o livro de Che Guevara, "Diário de Motocicleta", o outro filme do diretor.

Consta que "Diário…", inclusive, foi o filme que convenceu o cineasta Francis Ford Copolla, detentor dos direitos autorais do filme, a abrir mão da obra para a direção do brasileiro. 


O espírito de "On the Road", de Kerouac, vivido, portanto escrito, com muita benzedrina, café, álcool e maconha, está todo na película de Salles. Não há concessões do diretor ao mostrar o submundo de alucinações, irreverência, liberdade sexual, carências e desilusões, tudo junto ao mesmo tempo.

Retrata, com ambientação e cenários de primeira qualidade, a chamada "geração perdida" dos Beats, movimento libertário do final dos anos 40, início dos 50, e que influenciou todos os demais movimentos da contracultura posteriores, na América Latina e em outros continentes, no século passado.

O provocante "Na Estrada" não é entretenimento para quem fica incomodado com sexo, drogas e rock and roll. Quem viveu, no todo ou em parte, pode se reencontrar.



Chiara Mastroianni, enfim uma atriz

O Estado de São Paulo
Luiz Carlos Merten

Qualquer pessoa pode pensar que, sendo filha de dois monstros sagrados - Catherine Deneuve e Marcello Mastroianni -, Chiara Mastroianni, muito naturalmente, deveria querer seguir a carreira dos pais, convertendo-se em atriz. Ela confessa que nunca esteve muito segura de querer ser atriz, ou de ser uma.

O ‘click’ deve-se a Christophe Honoré, quando lhe ofereceu aquele papel em Non, Mas Fille, Tu n’Iras Pas Danser. Foi ali que, pela primeira vez, e mesmo já tendo feito participações em dezenas de filmes, Chiara sentiu que era atriz. Ela conta isso com serenidade, numa entrevista realizada em Cannes, após a apresentação do filme de Honoré, Bem Amadas, que tem estreia prevista para o dia 20, no Brasil.

Quem são elas? Chiara e sua mãe, na realidade e na ficção, Catherine Deneuve. Interpretam Véra e Madeleine no filme que fala de amor. Tem havido algum outro tema na obra de recente de Honoré? O mais nouvelle vague dos autores de sua geração no cinema francês ama os filmes encantados. Romain Durys cantou em Paris e Honoré expandiu a experiência em Canções de Amor e Bem Amadas.

A simples presença de Catherine Deneuve, a mítica Bela da Tarde, não deixa de ser uma referência - ou aquilo que os franceses chamam de clin d’oeil, o piscar de olho - a Jacques Démy e seu cultuado Os Guarda-Chuvas do Amor. Deneuve fala do filme e do diretor na entrevista abaixo. Para Honoré, ela não é a estrela mítica, "é a mãe de minha amiga Chiara".

Continua O Estado de São Paulo



'Fazer mãe e filha foi desafio', diz Catherine Deneuve

Luiz Carlos Merten

Catherine Deneuve pode passar aquela imagem de loira fria, mas é mãe, e coruja. Ela concorda com o repórter, quando ele diz que Chiara Mastroianni virou, enfim, uma grande atriz.

Perdoe-me a ousadia, mas sua filha virou, enfim, uma atriz. A senhora se orgulha de Chiara?

Bem entendido que sim, ainda mais que concordo plenamente. Quando ela manifestou pela primeira vez o desejo de ser atriz, não pensei em reprimi-la, mas lhe deixei claro que o fato de ser filha de quem era não iria facilitar as coisas. Marcello foi mais receptivo à ideia, mas ele vivia o cinema com muito mais intensidade que eu. Marcello resplandecia no set, era o seu território. Eu sempre tive minhas dúvidas sobre se representar nos filmes era mesmo um trabalho. Tentei explicar a Chiara que Marcello e eu tivemos vidas e carreiras privilegiadas, que a vida de ator, no geral, é muito difícil. Ela persistiu e, sim, há um antes e depois de Sim, Minha Filha, Você Não Irá Dançar na carreira dela.


Já era um filme de Christophe Honoré e agora, a propósito de Bem Amadas, ele disse que não se intimidou de dirigi-la porque, para ele, a senhora não é a Bela da Tarde, mas a mãe de Chiara. O que pensa disso?

Mas eu não sou a Bela da Tarde. Seria ingênua e até hipócrita se não reconhecesse que produzo um certo efeito nas pessoas, e que os diretores catalisam isso. Mas a grande dama do cinema francês... A mídia é que cria esses rótulos. Presumo que sou uma dama porque sou discreta, reservada e isso cria um certo distanciamento. Uma estrela? Por favor... Christophe me enviou o roteiro. Gostei da história, da personagem, teria de cantar, o que era um desafio. Não tinha por que vacilar.

Continua O Estado de São Paulo

sábado, 14 de julho de 2012

José M. Wisnik sobre "Para Roma com Amor"

O GLOBO - Segundo Caderno

JOSÉ MIGUEL WISNIK

Roma e Londres

Na saída da sessão, depois de ver “Para Roma com amor”, de Woody Allen, encontro uma ex-aluna, inteligente e linda, e, descendo as escadas do cinema,comentamos o filme. Ela se declara fã ardorosa e incondicional do cineasta.

Eu gostei deste que achei o mais engraçado dos filmes da série turístico-europeia dele, mas tento mesclar meu comentário positivo com o registro do fato de ele ter levado a evidente função publicitária desses filmes passados em Londres, Barcelona, Paris e Roma ao extremo de uma chamada turística explícita no final (muito possivelmente obrigado a isso).

Não deixa de ser irônico,porque ele encontrou na Europa a suposta independência que os estúdios americanos lhe negavam.

Não contente, e lembrando com dor a distância que nos separa de “A noite”, de Antonioni, e de “A doce vida”, de Fellini, que não faziam propaganda da cidade porque eram ela, comento com erudição involuntária certa semelhança estrutural do filme com o “Decameron” de Boccaccio (em que casais são levados sistematicamente, por uma cadeia de quiproquós, a aventuras sexuais imprevistas).


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sexta-feira, 13 de julho de 2012

CINEJ@RNAL

@ Espanhóis em guerra contra aumento de preço

El cine se levanta en armas ante la decisión del Gobierno de aumentar el IVA del precio de las entradas del 8% al 21%, un incremento que ha pillado por sorpresa a la industria cinematográfica, que ya arrastra una crisis muy profunda, añadida a la general, y con un futuro más que complicado. La indignación ha corrido como la pólvora, y media hora después del anuncio de Cristóbal Montoro, el ministro de Hacienda, se hablaba de “guerra total” y de “sacar los cañones a la calle”. Mais El País

@ Kristen Stewart sem controle 'Na Estrada'

Quando Kristen Stewart, 22, diz que filmar "Na Estrada" mudou sua vida, ela não está mentindo. A atriz que se mostrava tímida e calada em sua última entrevista no Brasil, em 2009, agora parece confortável no papel de estrela de cinema. Ela aparece à vontade para um bate-papo na cobertura de um hotel de luxo em Cannes, onde "Na Estrada", adaptação do brasileiro Walter Salles para o clássico beat de Jack Kerouac, fez sua estreia em maio passado. Mais Folha.com

@ Harrison Ford completa 70 anos

Percorrer a galáxia a bordo da nave Millennium Falcon, perseguir andróides, viver uma fuga de tirar o fôlego, governar um país e ainda conseguir escapar são e salvo de um templo amaldiçoado: essas são apenas algumas missões no currículo cinematográfico de Harrison Ford, ator de personagens imortais que completa 70 anos nesta sexta-feira (13). Mais UOL

@ A Paramount faz 100 anos

Primeiro filme inteiramente feito em Hollywood - The Squaw Woman, de Cecil B. De Mille. Primeiro vencedor do Oscar - Asas, de William A. Wellman. A história de Hollywood passa por um estúdio que hoje, exatamente, completa 100 anos e, se é verdade que Hollywood foi um sonho de imigrantes judeus fugidos de progroms na Europa, a Paramount foi uma criação do lendário Adolph Zukor. Ele passou os primeiros 15 de seus 103 anos na Hungria e os últimos 64 anos na Califórnia, lutando para consolidar e, finalmente, num cargo honorífico, desfrutando da benesse de ter sido o idealizador da marca que é chamada 'das estrelas'. Mais Estadão

@ Oliver Stone defende descriminalização das drogas

O diretor americano Oliver Stone ganhou fama internacional ao expor, sem piedade, a violência nas telas do cinema: foi assim em Assassinos por natureza e Platoon, o que lhe garantiu três Oscars ao longo de sua carreira. Agora, Stone escolheu mostrar um outro tipo de violência, a do tráfico de drogas e dos cartéis mexicanos. Mais BBC Brasil

quinta-feira, 12 de julho de 2012

I Festival Internacional de Cinema de Brasília

O que dizem os organizadores:

"O BIFF nasce da vontade de inserir Brasília no circuito de grandes festivais internacionais e trazer para a cidade o que há de mais instigante na produção cinematográfica mundial contemporânea além de criar um fórum de ideias, discussões e debates.

Nosso festival é um convite para uma viagem cinematográfica pela diversidade cultural do planeta. Felizmente, nem só de Hollywood vive a sétima arte. O cinema fala várias línguas, embora tenhamos pouco acesso ao o que se produz mundo a fora.

A programação consiste de uma mostra competitiva, que passou por um criterioso processo de seleção. São produções recentes dos anos de 2011 e 2012, todas inéditas no Brasil, que espelham o atual momento do cinema mundial. Nas mostras paralelas, um cuidado todo especial foi tomado pela curadoria ao escolher trabalhos representativos das produções audiovisuais de todos os continentes.

No PANORAMA ÁFRICA imprimimos a necessidade de aproximação com o continente africano por meio do conhecimento de suas obras cinematográficas.

Na mostra CARA LATINA fizemos a opção de, nesse primeiro ano, privilegiar trabalhos realizados por diretoras latino-americanas, em sintonia com a ampliação do espaço político e social ocupado pelas mulheres na sociedade atual.

Com o NOVO CINEMA EUROPEU ganham foco as produções recentes que apresentam perspectivas instigantes para ao cinema realizado no Velho Mundo. A mostra gratuita de filmes de ANIMAÇÃO presenteia o público infantil com o pluralismo e a criatividade de novas tendências da produção mundial do gênero.

A mostra INDEPENDENTES AMERICANOS é um cuidadoso painel do que se produz atualmente nos Estados Unidos fora dos grandes estúdios, em um país onde leis de incentivo fiscal à produção cinematográfica audiovisual são inexistentes.

Ao homenagear a grande atriz ANNA KARINA, que trabalhou em mais de sessenta filmes, reconhecemos uma grande intérprete que marcou a Nouvelle Vague, um estilo cinematográfico original e provocador que surgiu quase simultaneamente a Brasília, e assim como Brasília, permanece moderno até hoje.

Nosso propósito com o BIFF é dar continuidade a iniciativas semelhantes realizadas no passado e posicionar a capital da República no roteiro dos grandes e reconhecidos festivais internacionais." 



Anna Karina – Musa da Nouvelle Vague

do site + Brasília

A homenageada do 1º BRASILIA INTERNATIONAL FILM FESTIVAL (BIFF) será a atriz Anna Karina, a princesa da Nouvelle Vague. E para trazer a história da atriz e contar sua trajetória em fotos e filmes, o Liberty Mall realizará a exposição ANNA KARINA – MUSA DA NOUVELLE VAGUE, que ficará no piso térreo do shopping de 13 a 31 de julho. A abertura da exposição acontecerá às 20h, do dia 13/07, próxima sexta-feira, e contará com a presença de Anna Karina que veio de Paris para prestigiar o BIFF.

Hanne-Karine Blarke Bayer foi descoberta ainda jovem num café da Rive Gauche, em Paris, e se tornou modelo e manequim muito requisitada no ambiente parisiense. Por sugestão de Coco Chanel, mudou seu nome para Anna Karina e passou a frequentar sessões de cinema pela cidade. Em 1960 aceitou o convite de Jean-Luc Godard para atuar no filme Le petit soldat, nascendo ali um amor e uma colaboração que marcariam profundamente a fisionomia de grande parte da primeira fase do cinema de Godard, de 1960 a 1967, não por acaso batizada mais tarde, no sumário do Godard par Godard, de "os anos Karina".



O BIFF também terá uma mostra retrospectiva sobre Anna Karina que irá apresentar seis títulos dentre os mais importantes da carreira da estrela. Os filmes que serão exibidos na mostra RETROSPECTIVA ANNA KARINA são: “Viver a Vida” (Jean-Luc Godard), “O Demônio das Onze Horas” (Jean-Luc Godard), “Band à Part” (Jean-Luc Godard), “Anna” (Pierre Koralnik), “Alphaville” (Jean-Luc Godard) e “A Religiosa” (Jacques Rivette).


Mais www.biffestival.com

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Conexão francesa, por Ruy Castro

da Folha de São Paulo

RIO DE JANEIRO - A atriz Anna Karina está chegando ao Brasil para um festival de cinema em Brasília. Em outros tempos, 1965, 1966, a notícia de sua presença em espaço aéreo brasileiro bastaria para acelerar os corações em todos os cinemas de arte, botequins e Redações cariocas. Anna não era bonita, nem precisava - era mulher de Jean-Luc Godard, estrela de seus filmes, musa da nouvelle vague e capa quase cativa da revista "Cahiers du Cinéma".

Com Godard, Karina filmou, entre outros, "Uma Mulher é Uma Mulher" (1961), "Viver a Vida" (1962) e "Pierrot le Fou" (1965). Tinha de dividir a tela com os pôsteres, letreiros, capas de livros e outras bossas que Godard inseria em suas cenas. Mas, às vezes, ele a deixava em close por cinco minutos ouvindo "Tu T'laisses Aller" num jukebox, com Aznavour, em "Uma Mulher é Uma Mulher", ou o conto "O Retrato Oval", de Poe, com a voz dele, Godard, em "Viver a Vida". Éramos loucos por aqueles filmes, não havia nada mais moderno.


Então as coisas se inverteram. O cinema brasileiro foi descoberto pela "Cahiers" e começou a ganhar palmas, ursos e leões de ouro nos festivais europeus. Nossos cineastas e atores iam a Roma, Paris e Cannes como quem ia a Madureira e ficaram íntimos de Rossellini, Buñuel, Antonioni. Alguns até namoraram as atrizes dos mestres.

Em certo momento, virou tudo uma coisa só: o Quartier Latin, Ipanema, fumar Gitanes sem filtro, ir ao Paissandu. Um crítico brasileiro nunca mais tomou banho.

Continua Folha de São Paulo

terça-feira, 10 de julho de 2012

Arnaldo Woody Allen Jabor

Tenho saudades da 'alma' do cinema


Arnaldo Jabor - O Estado de S.Paulo

Muita gente chega para mim e diz: "Como é? Não vai fazer outro filme?" "Sei lá", respondo. E penso: "Que cinema? Comercial, metafísico, político, experimental? O quê?" Às vezes, me dá vontade de filmar alguma coisa tênue, poética, não mergulhada no labirinto de produção e distribuição. Nos anos 60, buscávamos um cinema essencial, o chamado "específico fílmico", que estaria talvez nos filmes de Eisenstein, ou em Murnau, ou em Dreyer, sei lá. Os cinéfilos pensavam: "Qual é a alma do cinema? O que é o cinema?" Isso me faz lembrar uma famosa frase do grande cineasta fundador Humberto Mauro que, aliás, já contei aqui nesta coluna. E repito.

Na verdade, tenho saudades do cinema, sim, justamente na época atual, em que as imagens inundam nossos olhos e ouvidos. Mas, tenho saudades de outro cinema, da fragilidade dos filmes antigos e da ideia do "objeto único" a que eles almejavam. Pouco antes de sua morte, conversei com Louis Malle sobre isso, no Rio - falamos do sonho, da utopia dos anos 60, alimentada pelo Cahiers du Cinéma, pelos círculos de fumaça dos "Gitanes" sem filtro, saudades do frisson culto das cinematecas.

Atualmente, a 'cinefilia' soa quase como um vício sexual; talvez tenha sido. Há um mundo secreto, próprio do cinema, que só alguns ainda conhecem. Hoje o cinema é nu. Está exposto nas lojas, feiras e bancas de jornais, está nos hotéis, na ponta dos dedos dos insones, está nas TVs, está rodando bolsinha nas ruas. Mas, se eu reclamo desta profusão, dizem: "Ah, qual é a tua, cara? Isso é bom para o cinema, aumenta a difusão no mercado, etc. e tal.!" Talvez, talvez, mas tenho saudades da sala escura, do cinema segredo, do cinema dos pobres tímidos e solitários, do cinema como realidade alternativa que analisávamos noite adentro nos bares.

Como era bom esperar um filme do Fellini, e o novo Antonioni, e o novo Godard... Não chego a ser um cinéfilo puro. Falta-me o gosto arquivista, o detalhe das fichas técnicas remotas, o mundo das fofocas de Hollywood. Mas tive e tenho amigos que me calam de respeito. Cinéfilo era, por exemplo, o Manuel Puig, o escritor e roteirista argentino que morou no Rio. Ele sabia tudo de qualquer filme. Outro dia, li um artigo sobre os últimos dias de Puig em Cuernavaca, no México. O relato era uma cena digna dos melodramas B que ele amava. Em sua vida, Puig tinha adotado dois "gays" jovens que ele chamava de suas "filhas". Uma delas era Yasmin, "filha" dele com o Ali Khan -, pois Puig brincava com a fantasia de ser a Rita Hayworth; a outra, (esqueci o nome) era "filha" dele (dela) com Orson Welles.

Continua O Estado de São Paulo


segunda-feira, 9 de julho de 2012

CINEJ@RNAL

@ Oliver Stone defende descriminalização das drogas

O diretor americano Oliver Stone ganhou fama internacional ao expor, sem piedade, a violência nas telas do cinema: foi assim em Assassinos por natureza e Platoon, o que lhe garantiu três Oscars ao longo de sua carreira.Agora, Stone escolheu mostrar um outro tipo de violência, a do tráfico de drogas e dos cartéis mexicanos. Mais Estadão

@ Ernst Borgnine morre aos 95 anos

LOS ANGELES (Reuters) - O ator norte-americano Ernest Borgnine, cujo tipo físico o levou a ficar célebre por papéis de durão no cinema, morreu no domingo, aos 95 anos, segundo seu assessor de imprensa, Harry Flynn. Embora tenha ficado famoso por interpretar tipos maus, como no filme "A um Passo da Eternidade", ele ganhou um Oscar pelo papel de um solitário sensível em "Marty". Mais
Reuters

@ "A Boca em Roterdã" exibe comédias eróticas e filmes policiais

Começa nesta terça-feira (10) a mostra "A Boca em Roterdã", uma reapresentação da mostra "The Mouth of Garbage - Subculture and Sex in São Paulo 1967-1987", que foi destaque da última edição do Festival Internacional de Cinema de Roterdã. Com sessões na Cinemateca Brasileira, a retrospectiva exibe uma seleção de filmes rodados entre 1960 e 1980. Mais
Folha São Paulo

@ A Serbian Film é liberado em todo o Brasil

Quase um ano após ter sua cópia em 35mm apreendida pela Justiça do Rio e sua exibição proibida por liminar do Ministério Público Federal em função de acusações de que trazia apologia a crimes contra crianças e incentivo a práticas de pedofilia, o longa Serbian Film – Terror Sem Limites teve sua exibição liberada em todo o País. Em sua decisão, o Juiz Federal da 3ªVara da Justiça de Minas Gerais, Ricardo Machado. Mais
Estadão - blog Flávia Guerra

@ Diretor espanhol inova e lança filme no cinema, TV, internet e DVD

MADRID — "
Carmina o revienta", a aposta artística e empresarial do diretor Paco León, é o primeiro grande lançamento na Espanha lançado simultaneamente nos cinemas, plataformas de download na internet, pay-per-view e DVD. O filme se tornou nessa semana o mais visto legalmente na rede na história da Espanha.

De acordo com números de até 22h de domingo, "Carmina" teve entre 12.500 e 15 mil visualizações. O Ministério de Cultura espanhol considera uma média de dois espectadores por visualização, o que daria um total de 30 mil pessoas. Mais
O Globo



sábado, 7 de julho de 2012

"É Fellini?", por Marta Suplicy

São Paulo, sábado, 07 de julho de 2012Opinião


MARTA SUPLICY

É Fellini?

Não. É Woody Allen apresentando o povo italiano de forma felliniana, ao mesmo tempo em que introduz a internet e a mídia do século 21, que Fellini não viveu.

"Roma é um lugar muito vasto para caber em um único enredo. Uma cidade artística, que acontece a céu aberto", diz Woody Allen, que agrega os monumentos e vielas romanas como parte dos seus enredos.

O filme abre ao som de "Volare". Estamos na Itália!

No ponto, a construção do que seja "celebridade"! Andy Warhol já prognosticava que um dia todos teriam seus 15 minutos de fama.

O que o senhor come no café da manhã? Essa é a primeira pergunta a um homem sem nenhum atrativo, que, de tão questionado respeitosamente sobre babaquices, vai acreditando na sua importância.

Torna-se uma celebridade perseguida pelos jornalistas e prestigiado pelos organizadores de eventos.

Roberto Benigni dá um banho de interpretação. A sutileza com que vira a cabeça, como um ventilador, quando o interesse da mídia e do público o abandonam pelo novo alvo de consumo, transmite, com perfeição, cenas que presenciamos no cotidiano do nosso mundo político e artístico. É igualzinho.

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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Os brasileiros no 40º Festival de Gramado

A organização do, este ano, quarentão, Festival de Gramado, anunciou as listas de competidores nas categorias longas brasileiros e estrangeiros e também dos curtas. Abaixo, os brasileiros em competição para o Kikito.
Ganha um ingresso para o tapete vermelho, naquele friozinho da Serra Gaúcha em agosto, invariavelmente acompanhado de chuva, no mínimo de garoa, quem descobrir, no site oficial, a data do Festival. Aparentemente, segundo a legenda de uma foto, será realizado entre 10 e 18 de agosto.

- Colegas (2012) – SP - Direção: Marcelo Galvão

Sinopse: Colegas é um road movie que trata de forma poética coisas simples da vida, através do olhar de três jovens com síndrome de Down que trabalham na videoteca do instituto interno onde vivem. Inspirados pelo filme “Thelma & Louise”, resolvem se aventurar e fugir no carro velho do jardineiro em busca de três sonhos: Stalone quer ver o mar, Aninha quer casar e Márcio precisa voar. A poesia, a fuga dos três atrai a atenção da polícia e da imprensa que começa a cobrir o fato.

Elenco: Ariel Goldenberg, Breno Viola, Rita Pokk, Lima Duarte, Rui Unas, Deto Montenegro, Leonardo Miggiorin, Marco Luque, Christiano Cochrane, Otávio Mesquita, Thogun, Germano Pereira, Theo Werneck, Daniel Torres, Felipe Caczan, Carlos Miola, Nill Marcondes, Álvaro Gomes, Marcos Borin, Beto Coville, Theodoro Cochrane, Amélia Bittencourt, Juliana Didone, Daniele Valente, Maytê Piragibe, Fernanda Couto, Beatriz Tragtenberg, Daniela Galli, Anna Ludmila, Giulia Merigo, Vicki Araujo. Diretor de Fotografia: Rodrigo Tavares

- Eu Não Faço a Menor Ideia do Que Eu Tô Fazendo Com a Minha Vida (2011) - RJ - Direção: Matheus Souza
Sinopse: Clara não faz a menor ideia do que está fazendo com a sua vida. Escolheu fazer medicina na faculdade pelo simples fato de que toda a sua família é formada por médicos respeitados. Não era o que queria. Começa, então, a matar. Inicia uma nova vida paralela durante as manhãs, na qual acaba conhecendo um jovem rapaz que a incentiva a fazer experiências práticas para descobrir, do jeito dela, do que realmente gosta e qual é o seu talento.

Elenco: Rodrigo Pandolfo, Clarice Falcão, Leandro Hassum, Daniel Filho, Nelson Freitas, Alexandre Nero, Gregorio Duvivier, Kiko Mascarenhas, Augusto Madeira, Wagner Santisteban, Bianca Byington, Camila Amado, Cristiana Peres, Bel Garcia. Diretor de Fotografia: Luísa Mello

- Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now! (2011) – São Paulo - Documentário - Direção: Ninho Moraes e Francisco César Filho (Co-Direção)
Sinopse: Um documentário lítero-musical, que mixa entrevistas com show de André Abujamra, intervenções artísticas e atores em pequenos esquetes. A visão da era digital para as ousadas propostas dos artistas que revolucionaram a arte e a cultura brasileira. Um show no histórico Teatro Oficina revisita e recoloca as músicas do movimento no contexto histórico e social.

Elenco: Alice Braga, Gero Camilo, Carlos Meceni e Helena Albergaria. Diretor de Fotografia: Lucas Barreto

- Insônia (2007) – RS - Direção: Beto Souza
Sinopse: A história de Cláudia, uma jovem moderna que, por ter perdido a mãe aos seis anos de idade e por morar com um pai genial, vê-se obrigada a amadurecer muito cedo. Uma comédia romântica em que a adolescente fica dividida entre a amizade e o ciúme da nova namorada de seu pai, 20 anos mais nova que ele.

Elenco: Lara Rodrigues, Luana Piovani, Daniel Kuzniecka, Nicolas Condito, Leonardo Machado, Rafael Sieg, Larissa Resende. Diretor de Fotografia: Cézar de Moraes

- Jorge Mautner – O Filho do Holocausto (2011) – RJ - Direção: Pedro Bial e Heitor D’Alincourt
Sinopse: A história de Jorge Mautner, o visionário que previu e realizou a paisagem mais exuberante da música e cultura brasileiras. Mautner, proto-tropicalista, proto-tudo, ganha sua melhor explicação neste filme que. “Jorge Mautner – O Filho do Holocausto” não é um documentário; é um documento da vida deste artista que, no século XX, construiu a cultura brasileira do século XXI.

- O Que Se Move (2012) – SP - Direção: Caeatano Gotardo
Sinopse: Três núcleos familiares, em três diferentes situações, precisam lidar com mudanças súbitas em suas vidas, envolvendo alguma perda ou um reencontro há muito esperado. Um olhar sobre os afetos que movem essas famílias e sobre três mães que, diante de momentos muito difíceis, cantam o amor por seus filhos. Três histórias conduzidas por uma linha emocional que as aproxima e pontuadas por momentos musicais que apontam para a possibilidade de lirismo mesmo em situações tão duras.

Elenco: Wandré Gouveia, Rômulo Braga, Henrique Schafer, Cida Moreira, Andrea Marquee, Fernanda Vianna, Dagoberto Feliz, Danilo Grangheia, Germano Melo, Gabriel do Reis, Beto Matos, Gustavo Brandão, Meik Ramos, Adriane Mendonça, Larissa Siqueira, Anne Rodrigues, Marina Corazza, Irene Dias Rayck, Ledda Marotti, Yohanna Rodrigues. Diretor de Fotografia: Heloisa Passos

- O Som ao Redor (2012) – PE - Direção: Kleber Mendonça Filho
Sinopse: A vida numa rua de classe-média na zona Sul do Recife toma um rumo inesperado após a chegada de uma milícia que oferece paz de espírito e segurança particular. A presença desses homens traz tranqüilidade para uns e tensão para outros, numa comunidade que parece temer muita coisa. Enquanto isso, Bia, casada e mãe de duas crianças, precisa achar uma maneira de lidar com os latidos constantes do cão de seu vizinho.

Elenco: Irandhir Santos, Gustavo Jahn, Maeve Jinkings, WJ Solha, Clébia Souza, Irma Brown, Albert Tenório, Rivaldo Nascimento, Yuri Holanda, Bruno Negaum. Diretor de Fotografia: Pedro Sotero

- Super Nada (2012) – SP - Direção: Rubens Rewald
Sinopse: Na cidade de São Paulo vive Guto, um ator que sonha em ser grande. Ele se prepara, se exercita, vai a todos os testes, acredita que a sua grande chance pode vir a qualquer momento. Seu ídolo e exemplo é Zeca, comediante de TV que, embora velho e decadente, ainda mora no coração de toda uma geração. Seus caminhos se cruzam e a sorte de Guto parece mudar... Será?

Elenco: Marat Descartes, Jair Rodrigues, Clarissa Kiste, Denise Weinberg, Lygia Descartes, Lucia Romano, Débora Serretiello, Giselle Calazans, Larissa Salgado, Cristiano Karnas , Rogério Brito, Iacov Hillel. Diretor de Fotografia: Helcio "Alemão" Nagamine

domingo, 1 de julho de 2012

"Flores Raras", o novo Bruno Barreto

Fotos Cecilia Acioli/Folhapress
Bruno Barreto filma história de amor lésbico

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
ENVIADO ESPECIAL A PEDRO DO RIO (RJ)

O cenário é magnífico: uma casa projetada por Niemeyer, cercada por jardins de Burle Marx (1909-1994), na região serrana do Rio, num dia de sol. O ano é 1952, e há uma festa em curso.

A aniversariante, a poeta americana Elizabeth Bishop (1911-1979), é saudada por personalidades como o governador Carlos Lacerda (1914-1977) e a arquiteta Lota de Macedo Soares (1910-1967), criadora do Aterro do Flamengo e dona da casa. Instada a discursar, diz:

"Um brinde à rocha que escora essa casa e a tudo que parece improvável, mas não impossível".

Improvável, mas não impossível: eis uma boa descrição para a história que se desenrola a partir dessa cena, que a Folha viu ser reproduzida durante uma visita às filmagens de "Flores Raras", o novo filme de Bruno Barreto.

É a história do romance de 15 anos entre Bishop e Soares, duas figuras de personalidades opostas que se apaixonaram e viveram juntas os melhores anos de suas vidas, tanto emocional quanto profissionalmente, antes de uma separação de contornos trágicos, com a poeta voltando ao alcoolismo (e aos EUA) e a arquiteta se matando.

Continua Folha de São Paulo




Gloria Pires vive mulheres reais no cinema


MARCO AURÉLIO CANÔNICO
ENVIADO ESPECIAL A PEDRO DO RIO (RJ)


Interpretar personagens reais no cinema tem se tornado uma rotina para Gloria Pires, 48: depois de dona Lindu, a mãe do presidente em "Lula, O Filho do Brasil" (2009), neste ano ela deu vida à doutora Nise da Silveira (em "Engenho de Dentro", de Roberto Berliner, ainda inédito) e, agora, a Lota Soares. 


"Foi coincidência. As histórias da Nise (1905-1999) e da Lota têm coisas semelhantes, de formas opostas. A Nise brigou contra o tipo de tratamento que se fazia nos anos 1940: eletrochoque, choque insulínico, lobotomia. E a Lota passou por alguns desses."


A atriz elogia a determinação das duas para se imporem profissionalmente numa sociedade machista -Lota construindo o Aterro do Flamengo, e Nise revolucionando o tratamento psiquiátrico e construindo o Museu de Imagens do Inconsciente.


Continua Folha de São Paulo