Cine Camaleão |
A esta altura, no entanto, a produção da Boca cresceu muito. Já tinha grandes diretores e estrelas (Helena Ramos, Matilde Mastrangi e Aldine Muller), se dividia em vertentes (a pornochanchada e o terror B de Zé do Caixão são alguns exemplos) e começou a disputar público e salas de cinema com a grande produção nacional.
Assim, do tratamento debochado que recebia por conta das produções baratas e controversas passou a ser levada a sério, e, muito mais tarde, teve reconhecida a sua importância para o cinema nacional.
Boca do Lixo, anos 70 |
De maneira caleidoscópica, o espetáculo é cheio de referências à história de São Paulo --e a moça, interpretada pela grávida Mel Lisboa, acaba virando protagonista de um filme que conta a história do crime do Castelinho da Rua Apa, tragédia marcante nos anais paulistanos.
O filme, "Faroeste na Rua Apa", foi realmente feito e é projetado durante a peça. Mas, agora, a companhia quer ir além em suas homenagens à Boca do Lixo. Mudou sua sede para a rua Triunfo e tornou-se vizinha do diretor David Cardoso, a principal estrela da era de ouro da Boca.
O diretor, Faria, explica todas as mudanças --a física e os novos projetos: "Estamos no olho do furacão com toda essa polêmica da cracolândia, e, ainda assim, a peça é um sucesso". E completa: "O espaço ficou pequeno, e muita gente tinha de voltar para casa antes das sessões, por não conseguir ingresso".
Continua Folha.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário