Como discípulo de Nelson Rodrigues, aguardo a decantação das unanimidades. Só fui assistir ao recordista “Tropa de Elite 2” agora. Pretendia dar um tempo mais, ganhar distanciamento entre a coincidência do seu lançamento e as atividades politico-policiais-militares nos morros do Alemão, Vila Cruzeiro e Penha, no Rio de Janeiro, recentemente. O problema é que estão rareando as salas e o filme é para a telona.
Sem dúvida é um bom filme, cinema brasileiro em fase adulta, em produção, argumento e roteiro. Se tivesse de cinco a dez minutos a menos, seria um filme muito bom. Até ótimo, em se tratando de cinema brasileiro.
Tem discurso politicamente correto e violência em excesso, resultando em cenas longas, que poderiam ser menores, sem perder conteúdo.
Nesse caso, menos seria mais. Não mudaria a mensagem pretendida pelo diretor José Padilha, ao contrário. Menos discursos, palavrões, tiros, violência e cadáveres levariam a um resultado mais contundente. O excesso deles leva o filme a carregar clichês, que levam à caricaturas e vice-versa. O que enfraquece as conclusões finais.
Todos os personagens são corretos dentro do argumento, não precisavam chegar ao estereótipo. O excesso banaliza e deixa de chocar. A violência, a corrupção na política, nas instituições em geral, particularmente no Rio de Janeiro, viram lugares-comuns. Está tudo errado, mas todo mundo faz, e a gente vai levando. Como na história, recente, desse país. Em último caso, instaure-se uma CPI. Como no filme.
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