sábado, 14 de abril de 2012

Politicagem derruba Festival de Paulínia

                                 
  São Paulo, sábado, 14 de abril de 2012 Ilustrada
Ilustrada

Prefeitura cancela quinto Festival de Cinema de Paulínia

José Pavan Júnior, do PSB, diz que os R$ 10 milhões do evento serão destinados a trabalhos sociais na cidade

Em mau momento, polo deixa de formar profissionais e engaveta projeto de estúdio de animação

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
MATHEUS MAGENTA
DE SÃO PAULO

A Prefeitura de Paulínia (SP) cancelou a quinta edição de seu festival de cinema. O anúncio foi feito ontem pelo prefeito José Pavan Júnior.

Em 2008, o festival estreou numa cidade que, ainda sem cinema, construiu um colossal Theatro Municipal para abrigar o evento. De lá para cá, o município premiou nomes como Cláudio Assis e José Mojica Marins. A meta era virar uma Hollywood brasileira, com a "mesada" do rico polo petroquímico local.

Segundo Pavan, os R$ 10 milhões destinados ao evento servirão agora para "priorizar o trabalho social" na cidade (a 117 km de São Paulo).
Ele afirma que o festival não acabou, foi apenas "suspenso", e que o município continuará a investir em produções cinematográficas.

Desde 2010, Paulínia não abre um edital para fomentar novas produções. De lá já saíram longas como "O Palhaço", dirigido por Selton Mello.

"A Cadeira do Pai", com Wagner Moura, foi o mais recente da leva a ficar pronto. Seu diretor, Luciano Moura, não se surpreendeu com o cancelamento. "Tem muita história política. Um prefeito inventou, o outro assumiu..."

Ele se refere à passagem de bastão do ex-prefeito Edson Moura (PMDB) para Pavan (ex-DEM e atual PSB), que teria provocado uma ruptura.

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