sábado, 21 de abril de 2012

"Diário de um Jornalista Bêbado"

SÃO PAULO, 19 Abr (Reuters) - Ter nascido no Estado norte-americano do Kentucky foi uma das muitas afinidades que uniram o escritor Hunter Thompson (1937-2005) e o ator Johnny Depp. Espíritos livres que desconfiaram dos sistemas de que fizeram parte, fossem o jornalismo, a literatura, o cinema e a própria vida, os dois se tornaram grandes amigos. Por isso, foi muito lógico que o ator assumisse a missão de transformar-se no alter ego de Thompson nas adaptações de seus livros nas telas, como aconteceu há 14 anos em "Medo de Delírio em Las Vegas".

Depp repete a dose em "Diário de um Jornalista Bêbado", dirigido e roteirizado por Bruce Robinson. O filme pode ser visto como uma espécie de introdução ao universo de Thompson, antes que se tornasse o pioneiro por excelência do chamado "jornalismo gonzo" - uma espécie de filho bastardo do New Journalism, atravessado pela contracultura dos anos 1960, que se caracterizou por desvirtuar as regras da objetividade mediante a inserção de vivências e percepções extremamente pessoais de seus autores.

O alter ego de Thompson na história, adaptada do livro "Rum - Diário de um Jornalista Bêbado", é um jovem jornalista, Paul Kemp (Depp), que deixa os EUA no final dos anos 1950 para trabalhar em Porto Rico, no diário local em língua inglesa, San Juan Star.

Quando atravessa pela primeira vez a porta da redação, Kemp já percebe onde se meteu. O editor, Lotterman (Richard Jenkins), é um alucinado com mania de perseguição, que grita com todo mundo enquanto manobra um verdadeiro malabarismo mental e financeiro para manter o jornal. A qualquer momento, cruza a redação um bêbado em estágio terminal, Moberg (Giovanni Ribisi), que é sempre esculhambado por Lotterman. O fotógrafo, Bob Sala (Michael Rispoli), abarrotado de trabalho, é o único que parece ter algum bom senso por ali.
(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

Continua Reuters



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