quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

"Medianeras"

Depois de quinze dias caminando por las calles de Buenos Aires fui matar a saudade assistindo “Medianeras”, aproveitando para conhecer o novo espaço Itaú de cinemas, em Brasília.

Novo porque foi repaginado. Fica em um shopping de decoração, portanto, com pouca circulação de público e onde as sete salas que lá existiam comercialmente tinham fechado.

Nos finais de semana o espaço lota, nos outros dias o público é reduzido. Assisti ao delicioso, moderno, bem-humorado e bem resolvido filme do argentino Gustavo Taretto acompanhado de contadas outras 13 pessoas.

Minha esperança, com certeza compartilhada por quem gosta um pouquinho de cinema por aqui, é que o patrocinador, mesmo depois da nova redução da taxa de juros anunciada ontem pelo Cômite de Política Monetária, mantenha o Espaço.

Não será por falta de taxas de juros, e outras, na história dos bancos brasileiros que faltarão gordurinhas para que eles invistam, e subsidiem, cultura.   

A carência de locais digamos menos comerciais, que mantenham em cartaz filmes que as grandes redes exibem por no máximo uma semana, era total.

Sobre a película, para não chover no molhado, vou reproduzir a coluna da amiga Gisele Teixeira, do blog Aquí me quedo, publicada também no Blog do Noblat. Apenas recomendo, veementemente. 

Medianeras: conflito e solidão

O filme argentino Medianeras, de Gustavo Taretto, tem feito sucesso por onde passa e aborda “o tema” das grandes cidades, a solidão na era do amor virtual.
A história é contada por Martin, um fóbico buscando readaptar-se ao mundo, e Mariana, recém saída de um relacionamento. Ambos são vizinhos, vivem em Buenos Aires, na mesma rua, na mesma quadra, mas nunca se encontram.
A arquitetura aparece como terceiro protagonista, como vilão e como metáfora de isolamento e falta de comunicação.
Logo no início, o personagem masculino diz o seguinte: “estou convencido de que as separações, os divórcios, a violência familiar, o excesso de canais a cabo, a falta de comunicação, a falta de desejo, a apatia, a depressão, o suicídio, as neuroses,os ataques de pânico, a obesidade, as contraturas, a inseguridade, a hipocondria, o estresse e o sedentarismo são responsabilidade dos arquitetos e da construção civil. Destes males, salvo o suicídio, padeço de todos”.
Os dois personagens moram em “monoambientes”, as nossas conhecidas quitinetes, e tomam a decisão de abrir janelas nas paredes laterais de seus apartamentos para ganhar um pouco mais de luz.

Continua aqui

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