quinta-feira, 21 de março de 2013

Licença para mentir, por Ruy Castro

da Folha de São Paulo

RIO DE JANEIRO - Os leitores de "Cinearte" ou "A Scena Muda" devem ter lido na época. Nos anos 1920, Charles Chaplin, no auge, foi a uma festa em Monte Carlo em que os convidados tinham de se fantasiar de... Carlitos. As caracterizações mais fiéis ganhariam prêmios. Segundo Arthur Koestler, em cujo livro "The Act of Creation" fiquei sabendo disso, Chaplin, usando a roupa e a maquiagem de Carlitos, pegou o, adivinhe, terceiro lugar.

Carlos Heitor Cony, em seu magnífico livro "Chaplin", recém-lançado, conta a mesma história, mas diz que ele ficou em 18º lugar. Não sei em que documentos em copta ou servo-croata Cony se baseou para quase condenar Chaplin à repescagem, mas com ele é assim. Suas fontes são tão inesperadas que não estranharei se uma autoridade em Chaplin, como o inglês Kevin Brownlow, vier a público e confirmar a versão de Cony.

Brownlow é o responsável pela nova edição restaurada de uma das obras-primas de Chaplin, "Em Busca do Ouro", em DVD pela Criterion Collection (US$ 14,99, pela Amazon). Contém a versão original muda do filme, de 1925, diferente da sonorizada e narrada por Chaplin em 1942, que era a que sempre assistimos e amamos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário